Você achava que a fórmula e o ator principal já estavam cansados?
Sabe de nada inocente, você vai se surpreender!

Texto: Eduardo Abbas
Fotos: Paramount Pictures

Que o Tom Cruise já está na estrada faz tempo todo mundo sabe, desde os anos 80 ele vem acumulando muitos sucessos e poucos fracassos, mas nunca foi realmente reconhecido como um grande ator de sua geração. Esteve perto de ganhar o Oscar® duas vezes por ator principal e uma por coadjuvante e, ao que parece, isso não o incomoda mais. Ainda bem, seus papeis atuais são mais de ação e carregam aquela carga de interpretação que só um ator do quilate dele pode conseguir.


Não é nada fácil para quem já está com 56 anos, por mais bem cuidado que esteja o corpo, encarar cenas de alto impacto, até porque o cavalheiro em questão dispensa a utilização de dublês. Por isso a série de filmes é tão espetacular, tem o corpo, alma e o talento dele colocados a serviço do cinema. Estréia nesta quinta-feira nos cinemas brasileiros Missão: Impossível – Efeito Fallout (Alibaba Pictures, Bad Robot Productions, Skydance Productions, Paramount Pictures), o sexto filme da franquia tem uma novidade: o diretor é repetido!


Christopher McQuarrie está de volta à direção, é dele Missão: Impossível – Nação Secreta, que você pode lembrar AQUI, onde foi figura central para o sucesso entre os críticos e a explosão da bilheteria. Nesta nova aventura ele também assina a produção e o roteiro que conta uma estória envolvente, muito cheia de ação e muitos momentos de suspense.


Na nova aventura, pode ficar certo que, as melhores intenções muitas vezes voltam para assombrá-lo. Ethan Hunt (Tom Cruise) e sua equipe do IMF (Alec Baldwin, Simon Pegg, Ving Rhames), na companhia de aliados conhecidos (Rebecca Ferguson, Michelle Monaghan) estão em uma corrida contra o tempo depois que uma missão dá errado. Henry Cavill, Angela Basset e Vanessa Kirby são as novidades do elenco.


É uma sintonia entre todos os atores de dar inveja a outros filmes seriados que vemos por aí, não parece ser aquela coisa meio forçada tipo “você vai ter que gostar de mim” que encontramos muitas vezes em produções de super-heróis. Outro ponto alto são as sempre incríveis locações onde acontece grande parte da ação, desta vez Paris foi a bola da vez para se acompanhar uma perseguição de carros, motos, caminhões, VUCs, no meio do trânsito e das pessoas.


A fotografia do inglês Rob Hardy é um espetáculo durante o dia, o balanço das cores é perfeito, os personagens são como sombras nas ruas, aparecem e desaparecem com a mesma velocidade de percepção, já nos takes noturnos ou escuros ele usa a técnica que foi muito elogiada em Ex-Machina: Instinto Artificial, mas que incomoda um pouco neste tipo de filme porque para se entender mesmo o que está acontecendo é preciso esperar a ação terminar.


Outro ponto forte do filme é a montagem que é feita pelo especialista na edição de filmes de suspense Kevin Greutert da franquia Jogos Mortais, ele consegue dar um ritmo alucinante a todas as cenas de ação embalada por uma trilha muito sutil e ao mesmo tempo forte feita pelo maestro inglês Lorne Balfe, um nome que já começa a ser muito requisitado pelo cuidado na criação de trilhas quase imperceptíveis em filmes de temática pesada.


O orçamento ficou em US$ 178 milhões, teve uma parada na produção em agosto de 2017 quando Tom Cruise fraturou o tornozelo ao tentar saltar entre dois edifícios durante as filmagens e ficou cinco meses afastado, mas não prejudicou em nada as 2 horas e 27 minutos de um dos melhores filmes de ação do ano, certamente vai agradar a família toda (classificação 14 anos), vai engordar mais a conta bancária dos produtores e deixa a pergunta: até quando ele vai aguentar? Só Hollywood sabe!