Quem achava que a marca de 50
anos fosse o fim da vida enganou-se nessa nova versão de um clássico filme de
ação
Texto: Eduardo Abbas
Fotos: Paramount
Dizem que a vida começa aos 40,
mas ao longo do tempo esse teto para um novo nascimento aumentou
consideravelmente. Com o avanço da medicina e das tecnologias que nos dão uma
maior sobrevida, na verdade o número mítico agora é 50. Não é difícil encontrar
homens, mulheres e filmes, que ao atingirem esta marca, se tornem além de clássicos,
referências para os jovens de hoje.
Perto de completar 50 anos da
primeira exibição da série de televisão, o cinema, que fez a viagem inversa,
apresenta, se não o melhor, o mais bem feito filme da franquia, que começou em
1996 pelas mãos do competentíssimo Brian de Palma com o versátil Tom
Cruise e desembarcou em 2015 com uma aventura das mais espetaculares já
filmadas. Com o passar do tempo, o astro relegado pelo Oscar®, encontrou seu
caminho na aventura e na sua coragem em não usar dublês nas cenas mais
perigosas e complexas.
Não é possível enxergar a
produção sem o Tom Cruise, apesar do elenco de apoio ser de primeira linha,
esse garoto de 53 anos faz toda diferença quando se trata de um filme de ação
com uma excelente interpretação de um ator consagrado e pouco reconhecido,
concorreu ao premio maior da academia, mas acabou amargando duas derrotas.
Estreou esta semana no Brasil Missão:
Impossível – Nação Secreta (Skydance Productions, Bad
Robot Productions, TC Productions, Paramount Pictures) uma
obra cinematográfica da melhor qualidade e um dos filmes de ação mais bem
realizados do ano, tem concorrentes duríssimos, mas está brigando pelas
primeiras posições.
Nesta nova aventura, a quinta
desde que a série de TV se tornou longa metragem, Ethan Hunt (Cruise)
e seu time não contam com a ajuda da CIA para enfrentar um desafio sem
precedentes: erradicar o “Sindicato”. A
organização criminosa internacional que é tão habilidosa quanto a IMF
(Impossible
Mission Force) e está obstinada em destruí-la.
A partir daí meu amigo, se segure
na cadeira, o filme tem as mais bem elaboradas cenas de ação feitas nos últimos
anos e começa sem rodeios, com a espetacular seqüência, mostrada
incansavelmente no trailer, do avião com o ator pendurado do lado de fora,
afinal, filme bom é assim, mostra logo de cara o que tem de melhor, não fica
escondendo no meio da exibição para tentar segurar o público.
Muito se deve ao roteiro e
direção, onde Christopher McQuarrie (Jack Reacher: O Último Tiro)
é competente e muito determinado, soube tirar dos atores suas melhores ações de
humor e tensão, utilizou tecnologia nova e tradicional nas cenas mais
movimentadas e concluiu um filme cheio de feitos e efeitos. O longa, como é de
praxe, foi rodado em várias locações pelo mundo (Viena, Marrocos
e Londres)
e tem no elenco além de Cruise, Simon Pegg como Benji
(o gênio de informática todo atrapalhado), Jeremy Renner, como Brandt
(mais lembrado como o Gavião Arqueiro da franquia Vingadores)
e Ving
Rhames, como o faz tudo Luther (que arrebentou em Pulp
Fiction).
Não bastassem essas feras, o
elenco ainda tem Alec Baldwin (outro de longa carreira e pouco reconhecimento)
como o diretor da CIA, e Rebecca Ferguson (uma sueca morena
lembrada pela série A Rainha Branca, onde faz cenas ardentes), no papel da
linda e misteriosa espiã Ilsa Faust.
Mas o que é muito bom mesmo no
filme é a sua sensacional captação e sua primorosa edição. Não fossem esses
dois elementos, que quase sempre somem nas sombras de grandes astros, o filme
não teria o mesmo impacto.
Robert Elswit é um
craque, tem no currículo Missão: Impossível – Protocolo Fantasma,
Vício
Inerente, O legado Bourne e um Oscar®
por Sangue
Negro, fez uma fotografia com textura de comercial para televisão,
mas é o necessário para se deixar tudo à mostra, os efeitos especiais que
complementam as ações são criados a partir de situações reais, o que dificulta
na captação, mas impacta muito melhor na tela e dão aquele ar de estar
acontecendo mesmo!
A montagem é ponto forte, afinal,
um filme de ação mal editado não existe. Eddie Hamilton consegue juntar as
intermináveis horas de takes em uma trilha bem executada e coerente, todas as passagens, inserts e long shots tem
o tempo certo, não existe o exagero nem aquele recurso de começar uma narrativa
em off para se ganhar tempo, é marcado, é corte com coerência e o resultado
fica evidente em não se sentir passar o tempo, pois o filme tem 131 minutos e a
impressão é de meia hora no máximo.
Outro detalhe interessante do
filme é não se tratar de uma estória de vilão, mas sim de mocinhos. Claro que
existe o lado mau, claro que a idéia é destruir o mundo e a atual civilização,
mas o passo importante é mesmo se antecipar ao fato, a mente criminosa é
entendida em uma profunda analise da psique por traz de quem apenas se
preocupa em destruir.
Com todos esses elementos, fica
muito difícil não se envolver na trama, segurar em vários momentos a respiração
e mergulhar de cabeça neste filme caro, foram gastos US$ 150.000.000 na
produção, mas de cara já faturou no primeiro fim de semana nos Estados Unidos
mais de US$ 50.000.000.
A sua missão, caso resolva
aceita-la é: correr para o cinema, comprar pipoca e refrigerante, sentar na
poltrona e curtir Missão: Impossível – Nação Secreta com os olhos de quem
quer mais. A idade é um estado de espírito, 50 anos agora é pouco, temos tudo
para surpreender e enganar o tempo e aguardar uma nova missão, que nunca vai
acabar em 5 segundos!
A gente se encontra na semana que vêm!
Beijos & queijos
Email: coluna.site@gmail.com
Siga-me no twitter: @borrachatv
Curta minha página no Facebook: www.facebook.com/borrachatv
0 Comentários