Em pleno Outubro Rosa, um campeonato dominado por homens se rende a maior capacidade de uma mulher

Texto: Eduardo Abbas
Fotos: Eduardo Abbas / Turkish Airlines

Nas duas faces de Eva, a bela virou fera naquele que é um dos maiores torneios de golfe em escala mundial promovido pela Turkish Airlines, a companhia aérea que tem origem na Turquia e ganhou o mundo com suas iniciativas sempre especiais.


O esporte nascido nas Highlands ganhou o mundo, existem registros que começou a ser praticado pelos escoceses por volta de 1400 e, devido às características e lugares onde é jogado leva o rótulo de elitista, muito diferente de suas prováveis origens que apontam para uma evolução de um antigo jogo romano de nome Paganica, o jogo dos camponeses.


Ele tem jogadores que parecem viver em outra dimensão de preocupação, é praticado em um enorme quinhão de terra com grama absurdamente bem aparada, sua torcida se manifesta em um silêncio quase de meditação que contrasta com a eloqüência dos nossos fanáticos torcedores que geralmente atrapalham a vida de competidores menos avisados, como então conseguiu unir brasileiros e turcos? Ah meu amigo, esse é o grande segredo que a Turkish Airlines desvendou neste torneio realizado no São Fernando Golf Club e que teve 96 participantes.


O Turkish Airlines World Golf Cup 2016 acontece em 100 cidades de 61 países e segundo Douglas Araújo, gerente regional de marketing, “a importante exposição da marca traz credibilidade e promove a ação para novos e potenciais clientes dos serviços da companhia aérea, é realizado com jogadores amadores que podem inclusive estreitar novos negócios”. Ainda segundo Araújo “o vencedor vai jogar a grande final na cidade de Antalya na Turquia, viajar de classe executiva naquela que é a melhor companhia aérea da Europa pelo sexto ano consecutivo, ficar hospedado no All Inclusive Titanic Deluxe Belek, ter ingressos para todos os jogos e todas as despesas serão pagas pela Turkish Airlines.


As disputas aconteceram no dia 5 de outubro, uma quarta-feira linda e ensolarada, mas um sexto sentido maior que a razão me dizia que não seria um dia normal, afinal de contas, era uma semana de chuvas e tempo ruim, abriu-se essa ilha de luminosidade no campo localizado em Cotia, interior de São Paulo. Ali era disputada uma vaga para a grande final do torneio, homens e mulheres lutavam pela vitória tão sonhada e, por que não, representar o Brasil lá no país Euro-Asiático.


O anfitrião de todos os vencedores das etapas mundiais na final que vai acontecer em novembro será Tiger Woods, se não o maior é certamente um dos maiores jogadores de todos os tempos, mas que não vai competir por motivos óbvios. A presença dele e outras figuras do golfe no torneio chama a atenção e vai de encontro aos interesses da Turkish Airlines que, segundo seu diretor geral no Brasil Ozgur Boran “este ano teve um aumento de 20% no número de inscritos, é um torneio duro e muito disputado e isso mostra a força da marca em patrocínios pontuais, a companhia tem a mesma ação com jogadores de outros esportes e arenas esportivas”.


Perguntei a ele se “não existe o interesse em incentivar outros esportes menos favorecidos?”, segundo ele “o nosso business visa atrair novos clientes, investimos também em um torneio de boliche no Brasil envolvendo agências de viagem, essa forma de divulgar a nossa marca tem tido resultados expressivos e mais gente começa a conhecer melhor a companhia, seja pelo excelente serviço que oferecemos, seja pelas oportunidades criadas em ações envolvendo esportes”. E continua: “A nossa idéia é sempre ter um preço competitivo e ainda promover o nosso país, por exemplo, se algum passageiro fizer conexão na Turquia e só puder seguir viagem algumas horas ou no dia seguinte, a Turkish Airlines oferece o pernoite e um tour pela cidade, o passageiro pode conhecer um pouco da nossa cultura, é um aperitivo para incentivar esse turista a voltar com mais calma em outro período e se aprofundar, esses “aperitivos” não tem nenhum custo adicional, é uma gentileza”.


Na imensidão de homens que participavam do torneio, havia um certo sorriso de quem nada quer, elas estavam presentes, como em todos os setores da sociedade e realizando valentemente o que muitos se acovardam. Parece ser desproporcional mulheres competindo contra homens, nem sempre é justo por vários motivos, agora, vencer dá um gosto muito especial.


E não é que o óbvio deu lugar ao inesperado? Andrea Ortiz Ozi foi a grande vencedora da etapa brasileira ao finalizar o último buraco em tacada única! Não provoque! É cor de rosa choque! Essa publicitária que trabalhou anos com comunicação e hoje tem uma consultoria, deixou os outros 95 competidores comendo poeira, entre eles vários marmanjos com muitas horas de tacadas nas costas.


“É muito bom vencer, principalmente os homens” declarou Andrea, perguntei para ela “desde quando você pratica esse esporte? Quem te incentivou a jogar?” Com um sorriso nos lábios, ela me confessou que “não faz muito tempo, apenas 7 anos, meu marido e cunhado sempre disseram que eu levava jeito e resolvi praticar, a brincadeira virou coisa séria. Para mim o golfe é uma meditação, consigo me desligar do mundo, nem mesmo os quero-queros atrapalham”.


Agora, para sorrisos de uns e dor de cabeça de outros, ela vai conhecer os encantos de um país impar, que fica metade na Europa e outra metade na Ásia, têm uma cultura diferente da nossa em alguns aspectos, faz parte do eixo que originou o inicio da civilização moderna e vai enfrentar outras mulheres, inclusive as 10 que conquistaram o primeiro lugar até o momento nas 97 eliminatórias de 2016 no mundo e de quebra já leva um título: é a primeira golfista a vencer o campeonato no Brasil nas três edições realizadas por aqui, por isso não provoque, a cor rosa choque já escreveu seu nome na história.