Monza se torna cada vez mais especial
Texto e fotos: Pirelli
A etapa de Monza será a 75ª vez que o Autódromo recebe uma corrida do Campeonato Mundial de Fórmula 1, mais do que qualquer outro circuito na história da principal categoria do motorsport. Para a Pirelli, este fim de semana marca o encerramento das celebrações por ter participado de 500 GPs, marco alcançado em Zandvoort no último domingo. Assim como aconteceu no GP da Holanda, na Itália os vinte carros na pista e todos os pneus slick exibirão um logotipo especial como parte das comemorações pelos 75 anos da Fórmula 1. Além disso, em Monza, os pilotos e membros das equipes se juntarão à alta direção da F1, da FIA e da Pirelli para uma foto comemorativa, algumas horas antes da largada da corrida.
Não houve mudança nos compostos em relação ao ano passado, quando a pista havia acabado de ser recapeada para o GP da Itália, no Autodromo Nazionale di Monza. O C3 será o Duro, o C4 o Médio e o C5 o Macio. Doze meses depois, inevitavelmente a superfície já estará mais envelhecida, mas isso dificilmente terá efeito significativo na gama de estratégias possíveis neste circuito, onde os carros correm com o nível mais baixo de downforce aerodinâmico da temporada. É provável que as escolhas mais populares para a corrida sejam os pneus duros e médios. Pode-se assumir que o nível de granulação será menor do que no ano passado, já que a pista agora está mais consolidada. O tempo perdido no pit lane para uma troca de pneus é um dos mais longos da temporada, portanto as equipes tentarão alongar ao máximo os stints, controlando a degradação, com o objetivo de parar apenas uma vez. Ultrapassar em Monza é difícil, principalmente devido à menor eficácia do DRS, já que os carros correm com níveis mínimos de carga aerodinâmica. Isso também tende a favorecer a estratégia de uma única parada. Por outro lado, a temperatura pode ter o efeito oposto, já que setembro na Lombardia às vezes ainda se parece com o auge do verão. Isso pode acelerar a degradação dos pneus, tornando a estratégia de duas paradas mais competitiva.
O circuito de Monza detém o recorde de maior velocidade média em corrida, estabelecido por Michael Schumacher com a Ferrari em 2003, a 247,586 km/h, assim como o recorde de volta de classificação mais rápida, com média de 264,362 km/h, feito por Lewis Hamilton com a Mercedes em 2020. No ano passado, a pole ficou com Lando Norris, a uma média de 263 km/h. Fica fácil entender, portanto, por que o autódromo é universalmente conhecido como o Templo da Velocidade. O traçado de 5,793 km conta com 11 curvas, e os pilotos passam 80% da volta com o acelerador totalmente acionado, com os carros utilizando o nível mais baixo de downforce da temporada, com o objetivo de reduzir ao máximo o arrasto. Nesse contexto, a estabilidade nas frenagens e a tração na saída das curvas são fundamentais, especialmente nas chicanes, como a Prima Variante e a Variante Ascari, onde os pilotos precisam reduzir a velocidade de forma extremamente rápida. As forças laterais entram em jogo nas curvas mais velozes, como a Biassono e a lendária Parabólica, agora rebatizada em homenagem a Michele Alboreto.
Este é o 75º ano em que Monza recebe o GP da Itália como etapa do Campeonato Mundial de Fórmula 1. Na verdade, este é o 76º GP da Itália, já que, em apenas um ano — 1980 —, a corrida foi realizada em Imola. Ainda assim, Monza lidera a lista de circuitos que mais receberam Grandes Prêmios, à frente de Mônaco e Silverstone. Dois dos maiores nomes do esporte, Michael Schumacher e Lewis Hamilton, não só dividem o topo da tabela de títulos mundiais, como também são os pilotos mais bem-sucedidos em Monza, com cinco vitórias cada. Ambos somam oito pódios, enquanto o inglês também detém o recorde de pole-positions, com sete. Com 20 vitórias, a Ferrari é a equipe mais vitoriosa em Monza — quase um terço de todas as corridas italianas. Ela também lidera as estatísticas de poles (23) e pódios (72). A McLaren aparece em segundo lugar em todas essas listas, com 11 vitórias, 12 poles e 31 pódios. Uma estatística “italiana” curiosa relacionada a Monza é que foi lá que ocorreu a única vitória de um motor Ferrari em um carro que não foi construído em Maranello. Isso aconteceu em 2008, quando Sebastian Vettel conquistou uma das vitórias mais inesperadas da história da Fórmula 1 ao volante de um Toro Rosso. De fato, a equipe de Faenza voltou a surpreender 12 anos depois, já como AlphaTauri, vencendo novamente em Monza, desta vez com Pierre Gasly. O GP da Itália já decidiu o título de Pilotos em 11 ocasiões: 1950, 1956, 1961, 1963, 1966, 1969, 1972, 1973, 1975, 1978 e 1979. Para Jackie Stewart, isso aconteceu duas vezes: o escocês foi coroado em 1969 e 1973.



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