O ano foi marcado pela continuidade da recuperaĂ§Ă£o das atividades econĂ´mica, puxada pelo aumento do consumo das famĂ­lias e tambĂ©m pelo crescimento da formaĂ§Ă£o bruta de capital fixo

Texto e fotos: Abimaq

De acordo com o IBGE o consumo das famĂ­lias registrou crescimento de 5,1% e a FBCF acumulou um crescimento de 6,6% nos trĂªs primeiros trimestres de 2024. Dentre os fatores que compõem a taxa de investimento do paĂ­s, a construĂ§Ă£o civil cresceu 4,2% e os bens de capital regis­traram expansĂ£o de 14,5%. A anĂ¡lise desagregada, todavia, apontou para um cenĂ¡rio menos positivo, parte importante dos investimentos foram realizadas por meio de mĂ¡quinas e equipamentos importadas que cresceram quase 25%, e o crescimento da produĂ§Ă£o domĂ©stica de bens de capital se explicou efetivamente por trĂªs segmentos: 1. os bens de capital de transporte; 2. os equipamentos de informĂ¡tica e produtos eletrĂ´nicos; e 3. as mĂ¡quinas, aparelhos e materiais elĂ©tricos. Por sua vez, o segmento mĂ¡quinas e equipamentos, setor representado pela Abimaq encerrou o ano em patamar inferior ao observado em 2023. O mĂªs de dezembro registrou crescimento nas receitas lĂ­quidas de vendas e no consumo aparente de mĂ¡quinas e equipamentos, na comparaĂ§Ă£o interanual. O investimento medido pelo consumo aparente no mĂªs de dezembro ocorreu por meio do aumento na aquisiĂ§Ă£o de bens produzidos localmente e de bens importados, mas este Ăºltimo a taxas superiores. As exportações de mĂ¡quinas e equipamentos medidas em Reais tambĂ©m se elevaram, superando o resultado do mesmo mĂªs do ano anterior. Acompanhe o resumo e os indicadores individuais.

Perspectivas para 2025
O ano de 2025 serĂ¡ de grandes desafios. No mercado domĂ©stico os efeitos da polĂ­tica monetĂ¡ria contracionista, jĂ¡ em curso, num ambiente de inflaĂ§Ă£o acima da meta, devem refletir em desaceleraĂ§Ă£o. Neste ambiente, atividades dependentes exclusivamente de crĂ©dito, como o setor imobiliĂ¡rio e bens de consumo semi e nĂ£o durĂ¡veis tendem a ser os mais impactados negativamente. Na agricultura, apĂ³s um ano de forte desaceleraĂ§Ă£o, as notĂ­cias sĂ£o mais animadoras. A previsĂ£o divulgada pela CONAB, IBGE e MAPA Ă© safra recorde de grĂ£os e melhora na rentabilidade do produtor rural, fatores que devem abrir espaço para maiores investimentos no campo mesmo num ambiente de crĂ©dito restrito e relativamente mais caro. Na infraestrutura, os diversos leilões e concessões jĂ¡ realizados e outros inĂºmeros previstos para ocorrerem tambĂ©m tornam o cenĂ¡rio mesmo negativo. Neste cenĂ¡rio a expectativa para a indĂºstria de mĂ¡quinas e equipamentos Ă© de pequena recuperaĂ§Ă£o. A previsĂ£o Ă© de crescimento de 3,7% na receita liquida de vendas apĂ³s trĂªs quedas consecutivas: 8,6% em 2024, 11,0% em 2023 e 5,8% em 2022. No mercado domĂ©stico a expectativa Ă© de crescimento e 2,3%. Nas exportações, que se encontram em nĂ­veis historicamente elevados, a previsĂ£o Ă© de estabilidade nos valores em dĂ³lares. Mas o real relativamente desvalorizado (R$/US$ 5,9 em 2025 contra R$/US$ 5,4 em 2024) contribuirĂ¡ para uma receita total maior no perĂ­odo. Olhando para os mercados de atuaĂ§Ă£o do setor fabricante de mĂ¡quinas e equipamentos a expectativa Ă© de aumento da receita liquida de mĂ¡quinas para agricultura, petrĂ³leo e energia renovĂ¡vel, infraestrutura e construĂ§Ă£o civil. Por outro lado, deve haver desaceleraĂ§Ă£o nas receitas com mĂ¡quinas para a indĂºstria de transformaĂ§Ă£o e de bens de consumo. A pesquisa de investimentos realizados e previstos pelos fabricantes de mĂ¡quinas e equipamentos identificou uma intenĂ§Ă£o de investimentos em 2025 da ordem de R$ 8,4 bilhões, um crescimento de 4% sobre os investimentos realizados em 2024 (R$ 8 bi). Naquele parte dos investimentos planejados foram adiados.