- Os emplacamentos de veículos foram de 12% em 2023;
- A Fenabrave projeta crescimento de 13,5% para 2024;
- Motocicletas, automóveis e comerciais puxaram a alta;
- Autos e leves passam de 2 milhões de unidades emplacadas.
Texto e fotos: Eduardo Abbas / Fenabrave
Depois de um ano confuso em todos os setores do novo governo, a indústria automotiva teve motivos para comemorar, mesmo com a turbulência que afeta o planeta e a economia dos países do hemisfério norte, nós do sul tivemos uma trajetória mais tranquila.
Na tradicional coletiva de início de ano da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores, Fenabrave, a economista Tereza Fernandez apresentou dados que podem melhorar a vida dos brasileiros. Segundo ela, o ano de 24 no mundo será de menor crescimento dos outros países, mesmo com a melhora nos Estados Unidos, a Europa ainda está tropeçando, a China não deve crescer, a Argentina vive uma enorme mudança e, de quebra, é ano eleitoral, o congresso tem até a metade do ano para resolver o problema fiscal.
Mas, de 2023 não dá para reclamar, na apresentação dos números do ano passado, Marcelo Franciulli, Diretor Executivo, ressaltou que tratava-se de um ano de recuperação do setor. Com alta de 10,7% sobre o resultado de novembro, o mês de dezembro registrou 400.020 emplacamentos, fazendo com que o ano fechasse com alta de 12% sobre 2022, todos os segmentos, à exceção de caminhões, registraram evolução no ano, com destaque para motocicletas (crescimento de 16,1%) e automóveis e comerciais leves (+11,3%).
O Presidente da Fenabrave, Andreta Jr., festejou a previsão certeira do ano passado, segundo ele “o setor automotivo demonstrou uma recuperação importante, desde 2019 não tínhamos mais de 2 milhões de automóveis e comerciais leves emplacados no ano, isso se deu por conta do impulso das medidas provisórias que estimularam o setor, por isso é necessária a busca permanente de soluções para manter o mercado aquecido". Para o setor que conta com 7.400 concessionárias em mais de 1.000 municípios e gera mais de 300 mil empregos, o presidente acredita que 2024 será um ano melhor e que as expectativas devem ser superadas, principalmente se houver melhora no crédito “a disponibilidade e o custo têm muita influência na decisão de compra, a ligeira melhora na inadimplência no último trimestre de 2023, ajudou na melhora dos números finais do ano”.
Automóveis e Comerciais leves - Apesar de ainda distante do recorde histórico, de mais de 3,6 milhões de unidades anuais, registrado em 2012, os segmentos de autos e leves apresentaram recuperação importante em 2023. “Automóveis e comerciais leves tiveram um 1º semestre desafiador, mas houve reaquecimento do mercado com os incentivos temporários do Governo Federal e com mais disponibilidade de crédito no último trimestre. O mês de dezembro, principalmente, teve um comportamento ainda melhor, em função das vendas corporativas. Agora, é preciso buscar alternativas para trabalhar o aumento de escala e o maior acesso ao crédito desses segmentos”, analisa Andreta Jr.
Caminhões - O segmento foi o único do setor a apresentar retração em 2023, porém, menor do que a prevista inicialmente. A queda se deve ao custo da mudança da tecnologia para o EURO 6, que foi sendo, aos poucos, incorporada pelos transportadores. No decorrer do ano, o segmento foi se ajustando, as taxas de juros foram sendo reduzidas, favorecendo os financiamentos, e o agronegócio também beneficiou o setor, o que fez o segmento encerrar o ano com queda menor do que a inicialmente projetada.
Ônibus - Com a retomada das compras por parte dos transportadores rodoviários e a ampliação das aquisições governamentais, notadamente, o Programa Caminho da Escola, o segmento registrou a segunda maior alta de todo o setor, este foi o segmento mais afetado pelos reflexos da pandemia, a evolução parte de uma base baixa.
Implementos Rodoviários - O ano foi atípico para o segmento, já que ele costuma apresentar desempenho similar ao de caminhões, por causa da mudança de tecnologia para o Euro 6, muitos transportadores preferiram efetuar a troca de seus implementos, esse movimento causou um descompasso entre o desempenho dos dois segmentos com o aumento dos emplacamentos de implementos rodoviários.
Motocicletas - Apesar de apresentar expansão pouco menor que a esperada, em função dos problemas de abastecimento de produtos, o segmento foi o grande destaque de 2023, com alta de 16,1% sobre o ano anterior.
Tratores e Máquinas Agrícolas - O segmento segue enfrentando os reflexos do clima instável no País, as perspectivas de atraso ou até perda de safras em algumas regiões, faz o mercado de equipamentos para o campo seguir em compasso de espera.
- Automóveis e Comerciais Leves Híbridos + Híbridos Plug In - Os segmentos encerraram 2023 com alta de 82,86% sobre o volume de 2022, totalizando 74.638 unidades.
- Automóveis e Comerciais Leves Elétricos Puros - Os autos e leves puramente elétricos fecharam o ano de 2023 com alta de 128,3% sobre o volume de 2022, totalizando 19.332 unidades, contra 8.467 em 2022.
- Motocicletas Eletrificadas - Com 8.374 unidades emplacadas ao longo de 2023, em dezembro, as motocicletas elétricas tiveram uma pequena retração na comparação com dezembro de 2022. Sobre novembro (+60,1%) e no ano (+15%), no entanto, o segmento registrou bons resultados.
Já caminhões devem crescer 10% em 2024, com cerca de 114.571 unidades emplacadas. O segmento de ônibus promete apresentar crescimento de 20% em 2024, com um total de 29.546 unidades. Seguindo o mesmo rumo dos caminhões, os implementos rodoviários deverão crescer 10% em 2024, totalizando 99.296 unidades emplacadas. As motocicletas, segundo as projeções da entidade, não deverão sofrer perda de oferta ou demanda, o que levará o segmento a um aumento de 16% nos emplacamentos sobre 2023, chegando a um total de 1.834.571 unidades.
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