• O resultado dos segmentos de automóveis e comerciais leves é o 10º melhor para o mês de julho no ranking histórico da Fenabrave, que reúne dados desde 1957;
  • Resultados da MP no. 1175, editada pelo Governo Federal, em 6 de junho, teve seus reflexos mais expressivos em julho, em função do tempo da troca de notas fiscais, entre montadoras e concessionárias.

Texto e fotos: Fenabrave

Os descontos patrocinados, concedidos pelo Governo Federal, por meio das Medidas Provisórias no. 1175 e no. 1178, para transações de veículos mais sustentáveis, deram resultado e fizeram com que julho atingisse o melhor resultado nos emplacamentos de automóveis e comerciais leves em 2023. Segundo informações da Fenabrave – Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores, foram emplacados 215.711 autos e leves em julho, alta superior a 20% sobre junho, aumento de 27,5% sobre julho de 2022 e de quase 13% sobre o acumulado do ano passado. O melhor resultado de 2023, até então, havia sido registrado em março, com 186.574 unidades emplacadas no mercado interno. “Com o aumento das vendas, mesmo com incentivos federais, a arrecadação fiscal também deve ter sido ampliada pelo maior volume de veículos comercializado. Isso vale para o governo federal e mais ainda para os estaduais, que não concederam descontos, e tiveram, portanto, ganho integral na arrecadação do ICMS”, avalia Andreta Jr. Considerando todos os segmentos automotivos, o mês de julho registrou 367.192 unidades emplacadas, uma alta de 5,4% sobre junho e de 19,3% sobre julho de 2022. No acumulado do ano, a elevação chegou a quase 15%, totalizando mais de 2,2 milhões de veículos emplacados, dos quais, mais da metade de autos e leves. “Se avaliarmos apenas o acumulado de automóveis e comerciais leves, veremos que este foi o melhor volume desde 2019, portanto, antes da pandemia, o que mostra a eficiência da medida adotada pelo Governo”, analisou. Como ele já havia comentado, no início de julho, “há um intervalo de cerca de 15 dias entre o fechamento do negócio na Concessionária e o emplacamento do veículo. Como boa parte das negociações estimuladas pelo desconto tributário ocorreu nos últimos dias de junho e em julho, o resultado deste último mês captou bem os efeitos das Medidas Provisórias” , explica Andreta Jr., complementando: “Isso fica ainda mais claro ao analisarmos a média dos emplacamentos diários, que foi de cerca de 8,5 mil unidades, em junho, e de mais de 10 mil em julho”, completa.
Ao todo, as MPs – Medidas Provisórias no. 1.175 (editada em 6 de junho) e no. 1.178 (editada em 30 de junho) destinaram R$ 1,8 bilhão em descontos tributários nas transações de veículos, sendo R$ 800 milhões para os segmentos de automóveis e comerciais leves, R$700 milhões para caminhões e R$300 milhões para ônibus. “De forma efetiva para autos e leves, a iniciativa, aliada aos descontos adicionais, oferecidos pelas montadoras e suas Redes de Concessionárias, além das taxas especiais dos bancos das fabricantes, aqueceu o mercado automotivo, que enfrenta um ano desafiador, em função da perda do poder de compra da população e da alta seletividade de crédito por parte das instituições financeiras”, comentou o presidente, “as medidas do Governo aqueceram, momentaneamente, as transações de veículos novos, contribuindo para a manutenção de empregos em toda a cadeia automotiva, além de colaborar para uma mobilidade mais segura e sustentável, à medida em que incentivou a renovação da frota”, reforça Andreta Jr., fazendo um alerta: “No entanto, do ponto de vista econômico, é muito importante para o País manter nosso setor aquecido. Por isso, a Fenabrave acredita ser necessária a criação de um plano sustentado de recuperação do setor automotivo que não seja temporário e que não envolva perda de arrecadação de impostos, mas mecanismos de crédito que permitam, ao consumidor, readquirir poder de compra. Estamos finalizando esse estudo e esperamos apresentá-lo ao Governo em breve”, conclui.

Tabela de emplacamentos de veículos em julho

Desempenho por Segmento

Projeções 2023 mantidas
A Fenabrave está mantendo suas projeções para o ano, até que o cenário econômico fique mais claro.