A música, como tema central, se curva ao show de Cate Blanchett
Texto: Eduardo Abbas
Fotos: Universal Pictures
Estamos diante de uma majestade na representação, essa australiana é hoje uma das maiores referencias quando se trata da arte da atuação em qualquer tipo de papel, Cate Blanchett vai se destacar sempre, ela está em um patamar muito superior ao de suas concorrentes diretas, quem briga no mesmo nível é a espetacular Meryl Streep.
Não à toa, ela era uma das musas do saudoso Rubens Ewald Filho, ele sempre admirou a capacidade que ela tem de carregar nas costas produções sem muito futuro e transformar em aulas de interpretação, isso faz dela sempre favorita em premiações. Com esse filme ela já ganhou o Volpi Cup, Globo de Ouro, New York Film Critics Circle Award, Critics Choice Award, National Society of Film Critics Award e está esperando os resultados do BAFTA, SAG Awards e Oscar® pela soberba atuação em Tár (Focus Features, Standard Film Company, EMJAG Productions, Universal Pictures), um drama psicológico dos dias atuais que mexe profundamente com a sociedade que está sendo construída no novo século, a produção estreia hoje nos cinemas do Brasil.
O filme é escrito, produzido e dirigido por Todd Field, é uma ficção que retrata a vida de uma icônica musicista, a maestrina Lydia Tár (Cate Blanchett) usa o enorme poder que tem nas mãos para reger a música e a vida abusando das duas. Esse é o maior spoiler que vou dar, o resto você deve conferir nas 2 horas e 38 minutos, de exibição, e aqui vai um pitaco, sem os 38 minutos, o longa seria redondíssimo.
Isso porque existem muitas explicações que não precisavam ser tão alongadas, mas acredito que isso foi uma idéia geral de montagem, feita por Monika Willi, para valorizar os dois enormes planos-sequência com monologo teatralizado que Lydia faz, uma atuação maravilhosa que ao mesmo tempo é reveladora da característica de comando da personagem.
A cinematografia do alemão Florian Hoffmeister é correta e certeira na escolha dos takes de apoio, o mais icônico, se fosse verdade, certamente acarretaria na demissão de todos os funcionários da Porsche em Stuttgart. São esses pequenos elementos em conjunto com um elenco todo de apoio (sim, porque Cate e sua personagem dominam totalmente a exibição) que levaram o filme a ter 6 indicações da academia (filme, diretor, atriz, roteiro original, fotografia e edição) e que pode surpreender no dia da festa.
Tár tem orçamento divulgado de US$ 35 milhões, está em cartaz nos Estados Unidos desde outubro do ano passado e desembarca aqui apenas para maiores de 12 anos, deve ser conferido para se entender os motivos que acarretam em erros que acabam custando caro, e também ser admirado, por uma das melhores atuações de Catherine Elise Blanchett.
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