Uma animação levemente baseada em um Live Action dos anos 70 vai deixar a família toda feliz e sorridente
Texto: Eduardo Abbas
Fotos: Paramount Pictures
Às vezes acontece, não é sempre, mas em algum momento da história do cinema, filmes com gente de carne e osso pode virar desenho animado ou animação com viés engraçado, isso aproveitando o gancho que o roteiro do longa abriu como possibilidade.
O curioso dessa animação é que, mesmo que muito superficialmente, ela se baseou em uma comédia clássica e de muito sucesso dos anos 70, Banzé no Oeste é uma criação do genial Mel Brooks, que do alto dos seus 96 anos participou ativamente desse desafio no mundo do desenho animado. Na época da produção do Live Action, não existia preocupação em ser política e socialmente correto, ao contrario, se usava muitas vezes chacota e preconceito para provocar risos, era um tempo mais, digamos, inocente.
Deixando de lado as águas passadas que moveram o moinho, estreia hoje nos cinemas brasileiros a animação que vai agradar em cheio os pequenos e os velhinhos, O Lendário Cão Guerreiro (Nickelodeon Movies, Align, Aniventure, Blazing Productions, Brooksfilms, Flying Tigers Entertainment, GFM Animation, HB Wink Animation, Huayi Brothers Media, Paramount Pictures) mostra pela quantidade de empresas envolvidas na produção, que custou US$ 45 milhões e mais de 10 anos de desenvolvimento, que a tarefa de fazer o longa decolar não foi das mais fáceis.
Os números são grandes: três diretores assinam, Chris Bailey e Mark Koetsier, especialistas em animação e efeitos visuais e Rob Minkoff, responsável pelo enorme sucesso de O Rei Leão na versão animada de 1994, ele que também esta produção com mais 34 pessoas, entre elas Mel Brooks, o incansável produtor, diretor e roteirista tem ainda a companhia de mais 6 escritores, juntos elaboraram o ótimo e divertido roteiro.
No longa, Hank é um cão de caça sem muita sorte em uma cidade cheia de gatos. Os felinos precisam de um herói para defendê-los do plano maligno de um vilão implacável e ele vai precisar da ajuda de um professor relutante em treiná-lo para assumir o papel de samurai da cidade.
Com traço relativamente simples que mostra partes do corpo em proporção exagerada, o filme teve alguns problemas na confecção, a Arc Productions era a responsável pela animação, mas fechou as portas em 2016 sem terminar o que havia começado. Em 2019 a Cinesite assumiu e acabou executando um trabalho brilhante, usando técnicas avançadas de computação gráfica e textura de altíssima qualidade nos elementos de cenários, adereços e nos personagens, que são muito engraçados.
Os 98 minutos de O Lendário Cão Guerreiro devem ser apreciados por toda família, tem Classificação Indicativa Livre, momentos de humor inocente, algumas piadas mais adultas, fruto da dublagem feita para o Brasil e mantém vivo o espírito de cinema de diversão, é um desenho criado e feito para crianças por um antigo gênio do humor que tem alma de menino, obrigado Mel Brooks!
0 Comentários