A produção de tirar o fôlego vai te manter alerta o tempo todo
Texto: Eduardo Abbas
Fotos: Universal Pictures
Existe um dito popular de que não se deve mexer com quem está quieto, principalmente se ele for maior e mais forte que você. Nunca entendi (e jamais entenderei) a fixação mórbida que o ser humano tem em tirar uma vida para expor, seja em frações ou mesmo a caça inteira, não existe nenhum tipo de gloria em provocar a morte, ao contrário, perpetuar a vida é digno de elogios.
Estreia hoje nos cinemas brasileiros um thriller eletrizante, que vai te deixar grudado na cadeira durante os 93 minutos da exibição. A Fera (RVK Studios, Will Packer Productions, Universal Pictures) é um daqueles filmes que, por um lado, dá prazer em ver o mais fraco reagir sobre o mais forte, não como vingança, mas sim como direito à vida, por outro, é de onde se tira coragem para se fazer o inimaginável.
No longa, Idris Elba é o Dr. Nate Daniels, um viúvo recente que vai à África do Sul em uma viagem com as filhas Meredith (Iyana Halley) e Norah (Leah Sava Jeffries), eles se hospedam na reserva administrada por Martin Battles (Sharlto Copley) e o que deveria ser uma jornada de cura se transforma em uma arriscada luta pela sobrevivência.
Os pontos de câmera subjetiva são muito bem utilizados na concepção visual do filme, a produção e direção de Baltasar Kormákur é muito requintada, ele consegue amedrontar sem mostrar muito, graças ao trabalho em conjunto com a Framestore, a responsável pelos efeitos visuais e que, pode acreditar, são muito reais.
Usando a técnica da Noite Americana, a fotografia de Philippe Rousselot é robusta e se apoia em uma montagem muito bem feita, com cortes rápidos e limpos, isso transforma a experiência altamente imersiva em algo muito angustiante em vários momentos, para se ter uma ideia, a técnica utilizada na animação do leão lembra muito a que foi aplicada em O Regresso, quando o urso ataca o personagem de Leonardo DiCaprio, com isso já dá pra imaginar então o que se pode esperar.
A Fera foi classificado para maiores de 14 anos, portanto, nem todos em casa vão poder assistir, mas é bom que seja neste nível etário, quem está começando a tomar conhecimento da vida adulta deve entender o exemplo do porque devemos respeitar o espaço do próximo, criar e não destruir, o bem mais precioso que temos é a vida, então, tirar de qualquer ser esse direito é a coisa mais errada e nefasta do mundo.
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