A impressionante realizaĂ§Ă£o feita por um dos melhores
diretores da nova geraĂ§Ă£o Ă© a grande aposta para os prĂ³ximos anos
Texto: Eduardo
Abbas
Fotos: Warner Bros. Pictures
Os cinĂ©filos dos anos 80 estavam começando a descobrir todo o encantamento que filmes com efeitos especiais tinham sobre as pessoas, esse era o momento certo de trazer para a tela do cinema o best-seller de Frank Herbert e que serviu de base para longas e sĂ©ries que tinham a ficĂ§Ă£o cientifica como fio condutor. NĂ£o deu muito certo, a confusĂ£o entre produtor, diretor e atores transformou o deveria ser uma obra de referencia em um amontoado incompreensĂvel e cheio de soluções tampões.
Depois de mais de trĂªs dĂ©cadas, com nova tecnologia de efeitos, tendo um olhar mais moderno e usando sempre o livro como referencia, chegou a hora de fazer direito. A preocupaĂ§Ă£o com o tempo de exibiĂ§Ă£o agora Ă© coerente com a narrativa, Ă© preciso entender com profundidade quem sĂ£o personagens e os lugares onde vivem para seguir com segurança a saga que começa a ser contada.
Estreou no Brasil Duna (Legendary Entertainment, Villeneuve Films, Warner Bros. Pictures), o filme que finalmente faz jus ao livro, Ă© finamente realizado por aquele que considero o melhor diretor da nova geraĂ§Ă£o. Denis Villeneuve sabe comandar gente teatralmente e incluir efeitos visuais em momentos certos como poucos, aqui ele tambĂ©m escreveu e produziu, com isso, durante 2 horas e 35 minutos deu para se maravilhar com uma realizaĂ§Ă£o grandiosa.
Trata-se de uma jornada mĂtica e emocional de Paul Atreides (TimothĂ©e Chalamet), jovem talentoso e brilhante que nasceu com um destino grandioso, para alĂ©m atĂ© da sua prĂ³pria compreensĂ£o. Ele precisa viajar ao planeta mais perigoso do universo para garantir o futuro de sua famĂlia e de seu povo. Enquanto forças malĂ©volas levam a uma acirrada disputa pelo controle exclusivo do fornecimento do recurso mais precioso existente no planeta - capaz de liberar o maior potencial da humanidade, apenas aqueles que conseguem vencer seu medo vĂ£o sobreviver.
No estrelado elenco encontramos a fabulosa Rebecca Ferguson, Oscar Isaac, Josh Brolin, Stellan SkarsgĂ¥rd, Dave Bautista, Stephen McKinley Henderson, Zendaya, Chen Chang, David Dastmalchian, Sharon Duncan-Brewster, Charlotte Rampling, Jason Momoa e Javier Bardem. É impossĂvel dizer quem estĂ¡ melhor em seu personagem, as atuações sĂ£o de qualidade, de interpretaĂ§Ă£o profunda e absolutamente convincentes, os efeitos visuais e especiais que a Double Negative criou para o longa ajudam a contar muito melhor a estĂ³ria.
Existe na pĂ³s-produĂ§Ă£o um trio que realmente arrasou: Oscar Greig Fraser na direĂ§Ă£o de fotografia, Joe Walker na montagem e Hans Zimmer com a trilha sonora. Eles entenderam de forma brilhante como devem ser narrados os eventos, Ă© muito diferente do que tivemos nos Ăºltimos anos, as ações e reações sĂ£o mais lentas, o texto mais pausado e a composiĂ§Ă£o musical Ă© feita em Background mais baixo. As imagens sĂ£o mais descritivas, tambĂ©m sĂ£o impactantes, mas a proposta de se criar um mundo a partir de referencias imaginarias Ă© muito importante nessa primeira parte da saga, Ă© aquele começo que deve nortear atĂ© o fim.
Duna Ă© uma obra deve ser “contemplada” no cinema, em salas seguras e de preferĂªncia com tecnologia de Ă¡udio e vĂdeo IMAX. NĂ£o Ă© um programa para a famĂlia toda, a classificaĂ§Ă£o indicativa PG-13 (maiores de 13 anos) Ă© por entender que existem “sequĂªncias fortes de violĂªncia, certas imagens perturbadoras e material sugestivo” que, juro, sei que existem emissoras de sinal aberto que exibem esses mesmos temas em horĂ¡rio nobre, enfim... O importante Ă© assistir a primeira parte da aventura que promete balançar os prĂ³ximos anos da terceira dĂ©cada do sĂ©culo XXI.
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