- Temperaturas muito elevadas reduzem a eficiência do sistema pela redução progressiva do atrito entre as lonas e os tambores de freio;
- A propagação do calor causa danos às peças do sistema, inclusive aos pneus, câmaras de ar protetores e guarnições das válvulas.
Texto e fotos: MLP Assessoria
Todo o cuidado é pouco quando falamos de superaquecimento do sistema de freios. O alerta é da Continental, fabricante de pneus de tecnologia alemã, pois além de representar um altíssimo risco à segurança, esta situação indesejável compromete em muito a vida útil do pneu.
Quando submetido a temperaturas muito elevadas, o sistema tem a sua eficiência reduzida pela diminuição progressiva do atrito entre as lonas e os tambores de freio (o chamado fading). Além disso, a propagação do calor danifica as peças do sistema, inclusive os pneus, câmaras de ar protetores, guarnições das válvulas (pneus sem câmara) e os núcleos das válvulas. “Em casos extremos, com as rodas sendo submetidas a altos níveis de temperatura por um tempo prolongado, podem ocorrer danos como trincas na região dos talões, degradação da câmara de ar, quebras na borracha dos talões durante a desmontagem e até a perda instantânea de ar no pneu. Portanto, o superaquecimento dos freios gera graves riscos de acidentes e prejuízos para seus componentes, particularmente aos pneus e a seus acessórios”, explica Rafael Astolfi, gerente de assistência técnica da Continental Pneus. Para usufruir do potencial máximo da durabilidade de um pneu é necessário que a temperatura dos talões não ultrapasse os 80°C. A partir daí tem início um processo de degradação térmica que reduz progressivamente a vida útil do pneu.
Do ponto de vista operacional, as principais causas de superaquecimento do sistema de freio são:
- Trechos urbanos: eles exigem o uso mais frequente dos freios, às vezes associado a uma forma de condução agressiva;
- Trechos montanhosos: também exigem mais intensidade do uso dos freios quando não são respeitadas as regras de boa condução, tais como utilizar corretamente o freio motor e descer empregando a marcha mais adequada, entre outras;
- Excesso de carga: aumenta consideravelmente a energia cinética do veículo, provocando forte dissipação de calor nos freios durante as frenagens;
- Velocidade excessiva: também força o uso dos freios, gerando maior dissipação de calor nos mesmos;
- Implementos rodoviários: o uso incorreto e abusivo do freio do implemento (através do "manete" ou "manequim") força o sistema de freios dos implementos, concentrando excesso de calor nos freios, gerando graves consequências;
- O desprezo do freio motor: esta prática acaba por forçar, nos declives ou paradas do veículo, o uso mais intenso do freio de serviço, gerando um excesso de calor que poderia ser evitado;
- O desrespeito à manutenção da distância mínima: não ter o cuidado de manter a distância adequada em relação ao veículo que trafega à sua frente, uma variável que deve levar em consideração a velocidade, leva a um uso frequente dos freios de serviço.
Outro ponto a ser destacado é a importância da manutenção correta do sistema de freios, algo fundamental para a segurança e para uma maior vida útil de seus componentes e dos pneus. Os fatores negativos citados acima são potencializados no caso de peças defeituosas ou desreguladas, tanto na suspensão quanto nos freios, multiplicando o risco de acidentes. Uma manutenção correta significa seguir as recomendações dos fabricantes dos veículos ou implementos, bem como empregar peças originais especificadas pelos fabricantes, quando se tornam necessárias suas substituições.
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