O segundo longa da heroĂ­na Ă© bem realizado e garante diversĂ£o para todos os gĂªneros

Texto: Eduardo Abbas
Fotos: Warner Bros. Pictures

O deslumbramento do primeiro filme dĂ¡ lugar a uma estĂ³ria mais sĂ³bria, tem muito mais diĂ¡logo que aĂ§Ă£o, tem muito mais Mulher que Maravilha. O roteiro da nova aventura foi feito a seis mĂ£os e nĂ£o teve a participaĂ§Ă£o de Allan Heinberg, roteirista do primeiro longa e responsĂ¡vel pela narrativa dinĂ¢mica e cheia de novidades que impactaram os espectadores hĂ¡ trĂªs anos.

Claro que a pandemia que assolou e transformou o ano de 2020 em prisĂ£o domiciliar e deixou a impressĂ£o de se ter apenas trĂªs meses em doze, adiou a estreia, mexeu pouco com o imaginĂ¡rio e deixou um gosto de “tĂ¡ faltando alguma coisa” para impactar quem hoje se aventura a ir ao cinema e ficar isolado por 2 horas e 31 minutos.

O lançamento no Brasil Ă© hoje, Mulher-Maravilha 1984 (Atlas Entertainment, DC Entertainment, The Stone Quarry, Warner Bros. Pictures) Ă© um avanço no tempo em relaĂ§Ă£o ao longa anterior, se passa durante a dĂ©cada de 1980 e coloca na frente da heroĂ­na dois novos inimigos.

A idĂ©ia Ă© boa, mas parece que a diretora, produtora, argumentista e roteirista Patty Jenkins ficou meio perdida com tantas funções. O filme começou a ser rodado em 2018 e tinha estreia marcada para 2019, Gal Gadot (nĂ£o compromete, mas nĂ£o soma) tinha acabado de ser mĂ£e pela segunda vez e assumiu novamente no papel-tĂ­tulo, claro que surfando na onda do sucesso anterior, mas com brilho mais fraco.

Os atores sĂ£o bem dirigidos, porĂ©m a interpretaĂ§Ă£o de alguns nĂ£o ajuda, o vilĂ£o Max Lord que Ă© vivido por Pedro Pascal, por exemplo, Ă© um personagem grande para pouco talento. Por outro lado, a antagonista Mulher-Leopardo Ă© Ă³tima na pele de Kristen Wiig, tanto que ela tem mais espaço no filme que a protagonista, suas ações e reações garantem os melhores momentos na criaĂ§Ă£o da personalidade da vilĂ£ e surpreende durante o embate das duas. Usar caras e bocas na hora certa faz toda diferença!

Os efeitos visuais liderados pela Double Negative sĂ£o impactantes, bem realizados e valorizam a fotografia de Matthew Jensen, o mesmo do filme anterior. O editor desta vez Ă© o premiado Richard Pearson, novo na turma, assim como Hans Zimmer, o maestro vencedor do Oscar® e que alterou um pouco seu estilo de trilhas pontuais com acordes fortes.

Tomando todos os cuidados necessĂ¡rios, vĂ¡ ao cinema assistir Mulher-Maravilha 1984, Ă© uma superproduĂ§Ă£o que custou US$ 200 milhões, a diversĂ£o Ă© garantida e vai agradar muito principalmente os mais jovens, deixa um gosto de quero mais, quem sabe depois da vacina.