Em contagem regressiva para o Rota 2030, os próximos 10 anos serão muito importantes para a formação de mão de obra especializada

Texto: Eduardo Abbas / Textofinal de Comunicação
Fotos: Claudio Larangeira

O futuro do país e a indústria que ele abriga chegaram ao momento chave da evolução, a partir de agora, a educação empregada em todos os níveis de aprendizado deve convergir para a Indústria 4.0, que é o futuro dos homens e das máquinas.


O grande desafio, segundo o presidente da entidade, Besaliel Botelho, é usar a rede pública de ensino de São Paulo para a execução de um projeto piloto que, se aprovado, será implantado nacionalmente. Nele, os alunos serão estimulados desde o ensino fundamental e passando pelo médio, a ter uma relação mais próxima com temas como Inteligência Artificial (IA) e Internet das Coisas (IoT), que são matérias base da Indústria 4.0.


Neste ano também serão propostas pela AEA as futuras regulamentações de emissões para veículos leves, pesados e motociclos, capítulos previstos na fase II da principal política industrial do setor automotivo, segundo Botelho, “o papel da entidade é criar uma forte interação da sociedade, governo e indústria, de forma a criar um ambiente neutro, com a promoção de debates técnicos para suportar a criação de normas técnicas, procedimentos de testes e instruções normativas para regulamentar as novas fases de emissões”.


Em colaboração com as novas legislações Proconve L7 e L8, previstas para 2022 e 2025, respectivamente, a entidade criou neste ano um total de 7 grupos de trabalhos, reunindo mais de 70 representantes de 50 entidades, entre montadoras, sistemistas, universidades, fabricantes de equipamentos, além da Petrobrás, Cetesb, Afeevas, especialistas independentes, entre outros.



“Conseguimos elaborar Propostas de Normas Técnicas já submetidas à Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e 10 Cartas Técnicas já foram entregues ao Ibama, entre outras ações que já estão previstas para 2020”, afirmou Raquel Mizoe, diretora de Veículos Leves da AEA. “No setor dos pesados, a entidade, em contribuição com o Proconve P8 previsto para a partir de 2023, debateu ao longo de 2019 temas como combustíveis para teste, OBD – On Board Diagnostic, AES – Estratégia Auxiliar de Controle de Emissões, PEMS – Emissões do Veículo em Tráfego Real e ISC – Emissões do veículo ao longo da vida útil (veículos até 7 anos ou 700 mil km)¨, disse Paulo Jorge Antonio, diretor de Veículos Pesados da AEA.


Nos planos da entidade para 2020, está ainda a preparação do material técnico das normas necessárias ao atendimento do Promot M5 para motociclos, sob a responsabilidade de Márcio Azuma, diretor de Emissões e Consumo de Motociclos.


Com o Programa Brasileiro de Combustíveis, Tecnologias Veiculares e Emissões – PCVE, capítulo liderado por Edson Orikassa, vice-presidente, a entidade tem como objetivo disponibilizar todos os resultados de pesquisa, modelos e cenários para as instituições oficiais vinculados aos setores de Energia, Combustível e Meio Ambiente, a fim de criar uma fonte de consulta técnica que possa ser utilizada em políticas públicas.


A AEA também promove a levantamento de dados de qualidade do ar nos centros urbanos, utilizando estações de monitoramento fixas e móveis. O professor Edmilson Dias de Freitas, da USP, explicou que o LuMIAR - Laboratório móvel para pesquisa e monitoramento da qualidade do ar, foi inaugurado pela entidade no primeiro semestre deste ano, em parceria com o Ministério do Meio Ambiente (MMA), o Ministério das Minas e Energia (MME), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e a Petrobras. O equipamento em operação faz a medição de poluentes como NOx, O3, CO, CO2, SO2, HC, Etanol, vento e temperatura, entre outros, e já passou por cidades como Londrina (PR), Maricá (RJ), São José dos Campos (SP).


A Diretoria de Manufatura da AEA, liderada por Carlos Sakuramoto, com o objetivo de prover o acesso das tecnologias IoT (Internet das Coisas) e IA (Inteligência Artificial) aos estudantes de Ensino Médio e Fundamental da rede pública, lançou o Desafio AEA de Manufatura Avançada.



“Queremos desafiar os alunos a encontrar soluções para problemas reais baseadas na Inteligência Artificial (IA) ou Internet das Coisas (IoT)”, informou Sakuramoto. Mais um ano de muito trabalho é o que promete a AEA para 2020, afinal de contas, falta só uma década para fechar o Rota 2030 e a engenharia automotiva brasileira tem um longo caminho para percorrer.