Na última coletiva de imprensa do ano, os números mostram que 2019 foi um ano de recuperação lenta
Texto e fotos: Abimaq / Eduardo Abbas
O ano já está chegando ao seu final e acaba deixando 2019 com um gosto de "precisamos mais". Com um novo governo e uma nova política econômica, o Brasil ainda passa por transformações e as empresas são as mais empenhadas nessa ajuda na retomada do rumo de crescimento.
O segundo semestre apresentou números melhores, teve mais dinheiro externo chegando no Brasil, mas a recessão que se aponta nos outros países do mundo evita que nossa indústria e economia peguem o embalo necessário. Um grande problema é a exportação, o nosso maior comprador, a Argentina, está em crise desde o ano passado e agora, em um flagrante retrocesso, optou por eleger um novo governo com característica populista, aqueles que dizem ser os empresários os demônios do planeta.
Mesmo assim, os negócios devem ser mantidos com o nosso vizinho portenho, não deve haver crescimento no comércio, mas isso só vai ficar mais claro após a posse dos novos governantes. Por outro lado, uma grande brecha começa a tomar forma no Uruguai, que também elegeu um novo governo, este mais alinhado com o progresso e com as intenções brasileiras. 2020 vai ter muita coisa para contar pra gente!
O segundo semestre apresentou números melhores, teve mais dinheiro externo chegando no Brasil, mas a recessão que se aponta nos outros países do mundo evita que nossa indústria e economia peguem o embalo necessário. Um grande problema é a exportação, o nosso maior comprador, a Argentina, está em crise desde o ano passado e agora, em um flagrante retrocesso, optou por eleger um novo governo com característica populista, aqueles que dizem ser os empresários os demônios do planeta.
Mesmo assim, os negócios devem ser mantidos com o nosso vizinho portenho, não deve haver crescimento no comércio, mas isso só vai ficar mais claro após a posse dos novos governantes. Por outro lado, uma grande brecha começa a tomar forma no Uruguai, que também elegeu um novo governo, este mais alinhado com o progresso e com as intenções brasileiras. 2020 vai ter muita coisa para contar pra gente!
Acompanhe o resumo do mês e os indicadores individualmente
Receita Líquida Total - R$ Bilhões constantes
As receitas de vendas da indústria brasileira de Máquinas e Equipamentos ficaram estáveis na passagem de setembro/19 para outubro/19, mas registraram crescimento de 1,9% em relação ao mesmo mês de 2018.O melhor desempenho das vendas continua puxado pelas vendas internas. As realizadas para o mercado externo registraram nova queda – de - 11% na comparação mensal e de -21% na interanual - em decorrência da desaceleração da atividade produtiva em diversos parceiros comerciais. No ano, as vendas de máquinas e equipamentos acumulam crescimento de 1,4%, um desempenho novamente sustentado pelo mercado doméstico (+7,7%). As exportações apresentam retração de 6,3% no ano.
Curva de Comportamento - Receita Líquida – Média 2010-13, 2017, 2018 e 2019
O bom desempenho das vendas no mercado doméstico durante o mês de outubro foi determinante da manutenção do patamar positivo do setor em relação ao ano passado. E a melhora nas vendas de bens sob encomenda, notadamente para celulose e mineração, também observada na pesquisa de produção física do IBGE, é o fator preponderante para este crescimento no mercado doméstico.As exportações que em 2018 tiveram papel fundamental para melhora das vendas, este ano foram freadas por um cenário mundial em desaceleração. O crescimento acumulado em 2019 (1,4%), abaixo portanto expectativas da ABIMAQ, é reflexo desta perda de dinamismo das vendas no mercado internacional.
Exportação - US$ Bilhões FOB
As exportações de máquinas e equipamentos registraram queda no mês de outubro/19, tanto em relação ao mês de setembro (-11%) como sobre outubro de 2018 (-21,1%). O resultado acumulado no ano piorou 1,8 p.p., saindo de uma queda de 4,5%, acumulada até o mês de setembro, para uma queda de 6,3% até outubro.Ainda que o câmbio, ao redor de R$/US$ 4 tenha proporcionado melhora nos retornos financeiros dos exportadores de máquinas e equipamentos, o cenário internacional em desaceleração vem inviabilizando o aumento das vendas, principalmente nos países da América do Latina, alguns da Europa e na China.
Exportação por Setores - Setores com sua participação no total
Em 2019 (jan-out), a redução das exportações foi observada em quase todos os setores fabricantes de máquinas e equipamentos. Houve crescimento apenas nas vendas de Componentes que passaram a representar quase um terço das exportações da indústria de máquinas e equipamentos (28%).No mês, também predominou o desempenho negativo entre os diversos setores. Mas entre os que registraram crescimento apareceram três setores. Os fabricantes de Máquinas para a Indústria de Transformação, os de Máquinas para Bens de Consumo e os de máquinas para Infraestrutura e Indústria de Base.
Exportação por Destinos - US$ Milhões
Em outubro/19 as vendas aos EUA, ficaram praticamente estáveis após a redução de 11% na passagem de agosto para setembro. Observa-se um ritmo mais lento das vendas também para este mercado. A América Latina, que no passado superou a marca de 50% das aquisições do setor, neste ano teve sua participação deteriorada por conta da retração das atividades em diversos dos seus países.
Fonte: SECEX; Elaboração: DCEE/ABIMAQ . Mercosul Estados Membros: Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela
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Importação - US$ Bilhões FOB
O mês de outubro registrou novamente forte expansão nas importações de máquinas e equipamentos. Parte da explicação para este movimento está nas alterações legais decorrentes do Repetro-Sped, que proporcionaram mudanças na propriedade dos equipamentos de pesquisa e exploração de petróleo e gás natural - de subsidiárias localizadas no exterior para empresas sediadas no Brasil.
No ano de 2019 o crescimento foi de 21%. Este crescimento, que teve início em maio de 2019, é sustentando, principalmente, pelas aquisições de componentes para geração de energia, válvulas, tubulações, equipamentos de sondagem e exploração de óleo e gás.
Importação por Setores - Setores com sua participação no total
No mês de outubro, o crescimento das importações foi observado em quase todos os setores, mas vale destacar que 4 produtos industriais contribuíram com um incremento de US$ 434 milhões, 90% do crescimento observado. No ano, com exceção do setor de bens de consumo, houve crescimento das importações para todas as atividades produtivas.
Há que se destacar, no entanto, o forte crescimento na importação de Componentes, que saltou de US$ 3,6 bilhões para US$ 5,1 bilhões, crescimento de 42% no período jan-out. Boa parte deles em função das modificações no Repetro. Outro importante aumento ocorreu no setor de mineração cuja importação passou de US$ 200 milhões para US$ 860 milhões em 2019.
Principais Origens das Importações - Participação no total importado (US$)
As importações de máquinas e equipamentos de origem chinesa tiveram forte aumento (63,3%), na passagem de setembro para outubro de 2019. No ano o destaque continua sendo os EUA que mantiveram a primeira posição entre as principais origens de máquinas e equipamentos, registrando no período aumento de 46% em relação ao ano anterior.
As máquinas alemãs (-6,8%), italianas (+0,4%) e japonesas (-16,6%), também reconhecidas pelo alto padrão tecnológico internacional, ocupam cada vez menos espaço nas estruturas industriais brasileiras.
Consumo Aparente - R$ Bilhões constantes*
O consumo aparente (produção – Exportação + Importação) de máquinas e equipamentos registrou crescimento no mês de outubro de 2019, tanto em relação ao mês imediatamente anterior (21,5%), quanto em relação ao mesmo mês do ano anterior (33,7%). No ano o aumento na aquisição de máquinas e equipamentos foi de 15,9%.
Parte importante deste aumento advém do mercado externo que ampliou sua participação em 3.p.p., de 60% em 2018 para 63% em 2019, no mercado doméstico. Novamente o Repretro-Sped aparece como importante variável explicativa, mas neste caso aparece também a variação cambial do período, via conversão monetária, cujo impacto foi de 5,6 p.p. na taxa de crescimento do ano.
NUCI - Nível de Utilização da Capacidade Instalada (%)
Carteira de Pedidos - Em meses para atendimento
Passados dois anos do encerramento da recessão econômica, que levou ao sucateamento e encolhimento do estoque de capital brasileiro, a indústria de máquinas e equipamentos ainda atua com ociosidade de quase 25% nos seus fatores de produção.
No mês de outubro, a utilização da capacidade instalada teve pequena queda adicionalmente (-0,7) e chegou a 75,5%. Por outro lado a carteira de pedidos registrou melhora de 14,1% em relação ao mês de setembro e de 2,3% em relação ao mesmo mês de 2018, sinalizando uma melhora nas encomendas de bens não seriados.
Emprego - Em mil pessoas
Após ter reduzido em mais de 90.000 o números de pessoas empregadas na indústria brasileira de máquinas equipamentos, em 2018 o setor retomou o processo de ampliação e contratou 10.000 pessoas.
Em 2019, o setor manteve suas contratações e em outubro de 2019, ainda que tenha registrado queda de 0,4% em relação ao mês imediatamente anterior, o setor atuou com 306.310 pessoas. Em relação ao número de pessoas ocupadas no final do ano passado, ente número foi 1,8% superior, equivalente a 6.000 trabalhadores adicionais na indústria de máquinas.
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