Vendas de veículos crescem 11,4% no acumulado até setembro
Texto e fotos: Eduardo Abbas / Fenabrave
Ainda não vivemos o melhor dos mundos, mas as coisas começam ficar menos ruins neste turbulento ano de 2019. Todos os setores apresentaram variações negativas por causa do número de dias menor em setembro, o comércio não funciona as vendas não acontecem, é como 2+2=4. A boa notícia é que hoje, passado o terremoto da crise, 7.100 concessionárias em 1.000 municípios e gerando 327.000 empregos diretos, estão funcionando perfeitamente bem.
O que pode assustar um pouco é o fato que, segundo avaliam os economistas, o mundo deve crescer menos e o PIB deve cair nos grandes comandantes da economia, porém o Brasil em 2020 deve ter um cenário bom e a indústria automotiva vai seguir bem. Existe sim uma recuperação do mercado, a inadimplência no setor está baixa (0,95%), existe um movimento de aumento e renovação de frota de veículos pesados e ônibus, o CDC faz o crédito chegar a 70% dos solicitantes que são, muitas vezes, impulsionados por bancos de montadoras.
A Fenabrave – Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores divulgou os resultados dos emplacamentos de veículos no mês de setembro e acumulado de 2019, bem como os fatores que estão influenciando o comportamento do mercado. Os dados, apresentados pela entidade, mostram que, de janeiro a setembro de 2019, foram emplacados 2.952.485 veículos, considerando automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus, motocicletas, implementos rodoviários e outros, o que representa alta de 11,4%, na comparação com o mesmo período do ano passado, quando foram emplacadas 2.650.230 unidades. No mês de setembro, 336.991 veículos novos foram comercializados, o que representa 12,48% de crescimento sobre o volume registrado no mesmo período de 2018, quando foram vendidos 299.605 veículos. Entretanto, na comparação com as 347.084 unidades registradas em agosto deste ano, houve leve queda, de 2,91%.
Para o Presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior, o mercado, ao final do terceiro trimestre, apresentou comportamento positivo, compatível com as expectativas da entidade. "O mercado continua estável, mas ainda em clima de espera, principalmente, por conta realização das Reformas necessárias, como notamos nos últimos meses. A leve retração, observada no mês de setembro, foi consequência de um dia útil a menos de vendas (21 dias em setembro, contra 22 dias úteis em agosto). Assim, ao consideramos o desempenho do mercado, em dias úteis, as vendas cresceram 1,9%”, comentou o Presidente.
Os segmentos de Automóveis e de Comerciais Leves, no acumulado dos nove primeiros meses, apresentaram crescimento de 8,75%, totalizando 1.935.013 unidades. Apenas em setembro, estes segmentos apontaram alta de 9,07%, na comparação com o mesmo mês do ano passado. Contudo, na comparação com agosto, houve leve retração, de 3,24%.
Alarico Assumpção Júnior reforçou a participação das Vendas Diretas, de forma representativa, neste desempenho. "No acumulado de janeiro a setembro, as Vendas Diretas representaram fatia de 45,24% dos emplacamentos de Automóveis e Comerciais Leves, contra 42,13% no mesmo período de 2018. O varejo cresceu 2,9% nesse período, enquanto as Vendas Diretas avançaram 16,77%”, analisou o Presidente da entidade.
Outros Segmentos
As vendas de Caminhões, no acumulado de janeiro a setembro, mantiveram o ritmo de recuperação observado ao longo do ano, alcançando 74.747 unidades, o que representa 40,65% acima do volume registrado no mesmo período de 2018. Para Sérgio Zonta, Vice-Presidente da FENABRAVE para o segmento de Caminhões, Ônibus e Implementos Rodoviários, além do agronegócio, outros aspectos estão começando a influenciar, positivamente, o mercado. “Para os modelos pesados e extrapesados, é o agronegócio que está puxando para cima, as vendas. Contudo, já começamos a observar uma retomada das atividades da indústria de papel e celulose e da construção civil, além do aumento de frotas próprias, de algumas empresas, e da renovação de frota das transportadoras”, comentou Zonta, acrescentando que a disponibilidade de crédito por parte dos bancos privados e, também, dos bancos das montadoras, também tem motivado a retomada dos volumes de vendas.
Em setembro, foram vendidos 9,3 mil caminhões, 38,76% de crescimento sobre igual mês do ano passado. Na comparação com agosto, a retração foi de quase 3%, por conta de menos dias úteis para emplacamento, em setembro. Zonta ressaltou que os caminhões semileves, usados para o transporte de itens como alimentos e produtos têxteis e etc, também entraram em curva ascendente, impulsionados pela legislação de circulação urbana, que restringe a mobilidade de caminhões maiores, nos centros das cidades.
As vendas de Implementos Rodoviários de janeiro a setembro seguiram o mesmo compasso de caminhões, somando 47.725 unidades, mais de 50% acima das vendas de iguais meses de 2018. No mês de setembro, este mercado alcançou 5.215 unidades emplacadas, crescimento de 42,6% sobre o mesmo período do ano anterior, mas, 9,15% de retração ante agosto. O segmento de Ônibus segue em alta no ano, quase 47% no acumulado dos nove primeiros meses, ante idêntico acumulado do ano passado, totalizando 19.830 unidades emplacadas. Os emplacamentos de setembro alcançaram 2.323 unidades, aproximadamente, avanço de 20% sobre o mesmo mês de 2018, mas 14,25% abaixo do volume de agosto, por conta da sazonalidade das compras. “Observamos uma antecipação de compras em agosto, acima da média histórica para o segmento”, disse Zonta.
Em franca recuperação, o segmento de Motocicletas apontou avanço de 14,43% no acumulado até setembro, com 796.615 unidades emplacadas. Segundo Carlos Porto, Vice-Presidente da FENABRAVE para o segmento de Motocicletas, o momento é propício para financiamentos. “Os bancos estão com apetite na oferta de crédito. Além disso, algumas atividades econômicas, que demandam motocicletas, estão atraindo mão de obra e, com isso, incentivando o mercado”, explicou Porto. Em setembro, foram emplacadas 87.744 motocicletas, 18,45% de alta sobre o mesmo mês do ano passado, mas retração de 1% ante agosto, em função de um dia útil a menos.
Sem registro de emplacamentos, a Fenabrave apresentou dados sobre as vendas de Tratores e Máquinas Agrícolas, no varejo, de janeiro a agosto, somando 28.128 unidades, queda de 9% ante o acumulado dos oito meses de 2018. As vendas de setembro ficaram 15,4% abaixo do volume de setembro do ano passado, totalizando 4.297 unidades. Na comparação com agosto, este volume foi 15,5% superior. “Essa retração é consequência dos três meses que o mercado ficou sem a disponibilidade de recursos para financiamento, pelos programas do Governo Federal, uma vez que o montante disponibilizado, pelo Plano Safra 2018/2019, foi insuficiente”, comentou Marcelo Nogueira, Vice-Presidente da Fenabrave para estes segmentos, que acredita que, nos próximos meses, as vendas de pulverizadores e plantadeiras podem puxar o resultado para cima.
Revisão das Projeções para 2019
Por conta do atual cenário econômico nacional e do desempenho das vendas de veículos, nos três primeiros trimestres, a FENABRAVE revisou as projeções de vendas de veículos para 2019.
Veja, abaixo, as novas projeções
*Exceto Tratores e Máquinas Agrícolas
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