Os números do mês 09 foram apresentados na coletiva de imprensa desta terça-feira
Texto e fotos: Abimaq
O desempenho do setor de bens de capital mecânicos e os indicadores conjunturais do setor de máquinas e implementos agrícolas do mês foram revelados na coletiva de imprensa realizada ontem.
Acompanhe o resumo do mês e os indicadores individualmente
Receita Líquida Total - R$ Bilhões constantes
As receitas de vendas da indústria brasileira de Máquinas e equipamentos registraram leve crescimento no mês setembro de 2019. Em relação ao mês imediatamente anterior o crescimento foi de 0,1%. Sobre o mesmo mês de 2018 de 2,2%. Esta melhora proporcionou um crescimento na taxa acumulada no ano, de 1,1% até agosto, para 1,2% em setembro.
O mercado do doméstico vem reagindo melhor, a preocupação do fabricante está na desaceleração das atividades no mercado internacional, pois mais de 40% das suas vendas tem como destino estes mercados. Neste ano o crescimento observado (1,2%) originou, predominantemente, na melhora no mercado doméstico cujas vendas de máquinas cresceram 6,2% em relação a 2018 (jan-set).
Curva de Comportamento - Receita Líquida – Média 2010-13, 2017, 2018 e 2019
O bom desempenho no mercado doméstico no mês de setembro (+6,8%) fez com que as vendas de máquinas e equipamentos voltassem a superar os dados de 2018. O crescimento interno foi puxado
pelas vendas de máquinas para celulose, máquinas para agricultura e para a indústria de transformação.
As exportações, que em 2018 tiveram importante papel no crescimento registrado pelo setor, neste ano esbarrou num ambiente mundial em desaceleração e conturbado que levou ao seu encolhimento em 4,5%. O crescimento acumulado de 1,2% no ano, abaixo portanto das nossas expectativas, é reflexo desta perda de folego das vendas no mercado internacional.
Exportação - US$ Bilhões FOB
As exportações de máquinas e equipamentos, no mês de setembro/19, apresentaram queda de 10,6% sobre o mês de agosto mas crescimento (+0,1) sobre o mesmo mês de 2018. O resultado acumulado no ano registrou leve melhora, saindo de uma queda de 5,1%, acumulada até o mês de agosto, para uma queda de 4,5% até setembro.
Este desempenho negativo no ano tem relação com a redução no ritmo de crescimento das principais economias mundiais. Parece ter havido uma trégua entre EUA e China, mais os dados até setembro ainda trazem os reflexos negativos do desentendimento entre eles na economia internacional. Outros problemas em países da zona do Euro e da América do Sul, também inviabilizaram o aumento das vendas nacionais nestas economias.
Exportação por Setores - Setores com sua participação no total
Quase todos os setores exportadores de máquinas e equipamentos apresentaram retração tanto na comparação mensal (set-19/ago-19) quanto anual (Jan-set-19/Jan-set-18).
O desempenho positivo, durante o mês de setembro, ocorreu apenas no setor de fabricante de Máquinas para Logística e Construção Civil, puxado pelo aumento de 5,4% nas vendas de máquinas rodoviárias. No ano houve aumento das vendas de Componentes para a Indústria de Bens de Capital. Este segmento representou no período quase 1/3 do total das exportações do setor (28%).
Exportação por Destinos - US$ Milhões
Em setembro/19 houve piora nas vendas de máquinas para os Estados Unidos, ainda assim, o setor acumulou crescimento de 27% neste mercado. As vendas para a América Latina, que no passado chegaram a superar a marca de 50% do total exportado pelo setor, neste ano tiveram sua participação deteriorada por conta da retração em diversos países.
Fonte: SECEX; Elaboração: DCEE/ABIMAQ . Mercosul Estados Membros: Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela |
Com destaque para a Argentina cuja queda foi de 38%, Paraguai de 27% e Chile de 8%. Houve queda ainda nas vendas para o México, Colômbia, Bolívia, Equador e Uruguai. Na Europa, o setor também acumulou forte retração das suas vendas (-26,4%). Com destaque para Holanda (-20,2%) e Alemanha (-3,9%).
Importação - US$ Bilhões FOB
O mês de setembro registrou retração de 28,4% nas importações de máquinas em relação ao mês de agosto. Vale destacar que parte desta queda está relacionada à base de comparação. O mês de agosto estava inflado pela aquisição de sondas no valor de US$ 590 milhões.
Em relação ao mês de set/19 houve, novamente, forte incremento nas importações. No ano (jan-set), as importações continuam elevadas (+18,7%). Este crescimento iniciou em maio de 2019 e está baseado na aquisição de componentes para geração de energia, válvulas, tubulações, equipamentos de
sondagem e exploração de óleo e gás e equipamentos para mineração.
Importação por Setores - Setores com sua participação no total
No mês de setembro, a retração foi observada de forma generalizada, mas o destaque é o setor de Infraestrutura e Indústria de Base, cuja queda foi reflexo da base de comparação. Em agosto registrou-se a entrada de duas sondas para perfuração. No ano as importações direcionadas para este segmento estão 50% acima das observadas em 2018.
No ano, com exceção do setor de bens de consumo, observa-se crescimento das importações de máquinas e equipamento por todas as atividades econômicas. Mas o destaque está na aquisição de componentes que já representam 32% do total das importações de máquinas.
Principais Origens das Importações - Participação no total importado (US$)
As importações de máquinas para sondagem e perfuração elevaram a participação dos Estados Unidos no total das compras de máquinas ao níveis de 2007, consolidando sua primeira colocação entre os fornecedores de máquinas para o Brasil. No ano o aumento das importações de máquinas americanas foi de 51%.
A China, em razão disto, perdeu participação no mercado doméstico, mas manteve crescente suas vendas (+13,7%). As máquinas alemãs (-7,6%), italianas (+1,9%) e japonesas (-17,8%), reconhecidamente como aquelas de alto padrão tecnológico internacional, ocupam cada vez menos espaço nas estruturas industriais brasileiras.
Consumo Aparente - R$ Bilhões constantes*
O consumo aparente (produção – Exportação + Importação) de máquinas e equipamentos registrou queda no mês de setembro de 2019 em relação ao mês imediatamente anterior (-16,4%), mas crescimento de 16,8% sobre o mesmo mês de 2019.
No ano o aumento da aquisição de máquinas e equipamentos foi de 13,6%, na sua maior parte em bens importados. A variação cambial do período também contribuiu para o aumento do resultado observado no consumo aparente, via conversão monetária na importação. Neste caso o aumento no resultado anual chegou a 5,4 p.p..
NUCI - Nível de Utilização da Capacidade Instalada (%)
Carteira de Pedidos - Em meses para atendimento
Passados dois anos do encerramento da recessão econômica, que levou ao sucateamento e encolhimento do estoque de capital brasileiro, a indústria de máquinas e equipamentos ainda atua com ociosidade de quase 25% nos seus fatores de produção.
Em setembro de 2019, houve melhora de 0,4% no seu nível de utilização. Em relação ao ano
passado a recuperação foi de 1,3%. A carteira de pedido continua reduzida – suficiente para atuar
por 2 meses - em razão de ser composta predominante por bens seriados. O setor de bens não seriados, cuja carteira gira ao redor de 6 meses, está com suas atividades ainda comprometidas pela ausência de investimentos em infraestrutura no país.
Emprego - Em mil pessoas
Após ter reduzido em mais de 90.000 o números de pessoas empregadas na indústria brasileira de máquinas equipamentos, em 2018 o setor retomou o processo de ampliação e contratou 10.000 pessoas.
Em 2019, o setor manteve suas contratações e encerrou o mês de setembro com 307.688 pessoa, equivalente a 6.900 novos postos sobre dez/2018. A indústria de máquinas e equipamentos se destaca pela qualidade da sua mão de obra, e por estar entre os setores que oferecem as melhores remunerações da indústria, 38% acima da média da Indústria de Transformação.
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