O quinto filme da franquia é o único em que o personagem demonstra sentimento por alguém: amor e ódio

Texto: Eduardo Abbas
Fotos: Imagem Filmes

Desde seu surgimento em 1982, mais um dos personagens icônicos que Sylvester Stallone interpretou no cinema, começa a tomar o caminho da aposentadoria. Desde Rambo: Programado Para Matar, o personagem principal se envolveu em batalhas pelo mundo todo, nunca teve nem demonstrou sentimento por nenhum amigo ou inimigo, John Rambo apenas e tão somente cumpria a missão, que parece estar chegando ao fim. Parece.



Sly é um dos roteiristas de todos os filmes, a forma física e a violência desmedida eram o combustível para se criar uma nova estória, agora, com a idade chegando, ele nem tira a camisa nessa nova sequencia, mas demonstra que os sentimentos afloram. Estreia hoje no Brasil e amanhã nos EUA Rambo: Até o Fim (Balboa Productions, Campbell Grobman Films, Dadi Film Group, Lionsgate, Millennium Films, NYLA Media Group, Templeton Media, Imagem Filmes), pode não ser o mais violento da série, mas é certamente o mais bruto.


É um filme com um roteiro muito bem elaborado e dentro da atual realidade que EUA e México vivem, suas fronteiras, seus criminosos e as formas de burlar a lei dos dois países. Essa nova produção não foca na violência do personagem, mas sim na construção de um tipo de gatilho que pode mudar a atual situação que ele vive.


Nessa novo longa, o tempo passou para Rambo (Sylvester Stallone), que agora vive recluso em um rancho no Arizona, próximo da fronteira entre Estados Unidos e México. Sua vida pacata nada se parece com que ele viveu antes, as lutas violentas ficaram para trás e deixaram muitas marcas.


Mas tudo começa a mudar quando Gabrielle (Yvette Monreal), a jovem neta de Maria Beltran (Adriana Barraza) é sequestrada, Rambo precisará confrontar seu passado e reviver suas habilidades de combate para enfrentar um dos mais perigosos cartéis mexicanos, ajudado por Carmen Delgado (Paz Vega), uma jornalista independente. A busca logo se transforma em uma violenta caçada e nenhum criminoso será perdoado.


A direção de Adrian Grünberg é firme e mostra que entende do riscado, no currículo dele filmes e séries onde cartéis e criminosos latinos são pontos dominantes, é um diretor que conhece profundamente o assunto, e é ajudado por uma enorme quantidade e variação de takes bem captados feitos Brendan Galvin (O Vôo da Fênix, Sem Retorno, Rota de Fuga) que criou uma fotografia muito limpa e clara que dá a real dimensão da brutalidade de algumas cenas.


A produção tem muitos atores espanhóis e mexicanos por conta da temática e dos vários diálogos feitos na língua latina, suas atuações não beiram o exagero, é tudo muito forte mas dentro de um contexto real e a edição feita pela dupla Carsten Kurpanek e Todd E. Miller explora muito bem todas as opções de ângulos diferentes para a mesma ação dando um ritmo muito alucinante, principalmente nos últimos 30 minutos dos 90 que tem o filme.



Rambo: Até o Fim não é recomendado para menores de 16 anos, segundo Sly é o ultimo filme do personagem, mas, e sempre existe um mas, na vida e principalmente no cinema, nunca se pode dizer jamais, como não divulgaram o orçamento do filme, se a bilheteria falar mais alto pode ser que apareça mais uma produção, o que convenhamos, não seria ruim, pois este é certamente um dos melhores filmes da franquia. É imperdível para quem curte Stallone e Rambo!