• Com total de 3.237 unidades emplacadas no mês, setor registra retração de venda de 6,4% ante março de 2018, mas aumento de 58,4% em relação a igual período de 2017;
  • Participação dos veículos importados da Abeifa cai de 1,7% para 1,5% do mercado interno;
  • No primeiro quadrimestre, o acumulado de 11.696 unidades licenciadas significou 43,9% mais se comparado com igual período de 2017;
  • Entidade mantém estimativa de vendas para 2018 em 40 mil unidades.

Texto: Textofinal Comunicação / Eduardo Abbas
Fotos: Claudio Larangeira

Antes das notícias da associação, o presidente da Abeifa, José Luiz Gandini, informou aos jornalistas como andam as coisas com o Rota 2030, aquele que veio aprimorar o Inovar Auto que, durante sua duração só "embarreirou" a vida e as pretensões dos importadores.


Não aconteceram mudanças significativas por divergências de dois lados (Anfavea e Governo Federal) com relação a diminuição de encargos e investimento em desenvolvimento e pesquisa, mas houve avanço com relação aos carros elétricos, eles terão uma redução na alíquota do IPI que hoje é de 25% para um percentual que vai variar entre 7% e 18%, mas não informou como será essa progressão do imposto. Com os híbridos, neste primeiro momento, nada vai acontecer em termos de redução de impostos, mas como ficou para hoje a assinatura do acordo final do Rota 2030 pelo presidente da república, tudo pode acontecer.


Entrando então na pauta do dia, as dezesseis marcas filiadas à Abeifa – Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores, com licenciamento de 3.237 unidades, anotaram em abril baixa de 6,4% em relação a março último, quando foram vendidas 3.457 unidades importadas. Ante igual período de 2017, o resultado de março é 58,4% maior. Foram 3.237 unidades contra 2.044 veículos emplacados em abril do ano passado. No acumulado, as associadas à Abeifa anotaram 11.696 unidades importadas licenciadas, alta de 43,9% em relação às 8.128 unidades emplacadas no primeiro quadrimestre de 2017.


O presidente da Abeifa, José Luiz Gandini, explica que “como havia comentado anteriormente, não ocorrerá um boom de vendas de veículos importados, mesmo com o fim do Inovar-Auto, dos 30 pontos percentuais e das cotas limitadas a 4.800 unidades/ano sem a majoração. Além de o mercado interno estar ainda em processo de recuperação, em nosso caso temos a influência direta do dólar, a essa altura com cotações recordes”.


E o câmbio começa a se transformar no grande vilão para os importadores, pela volatilidade e a dependência de vários fatores que alteram o valor da moeda americana que serve como referência no mercado internacional. Segundo Gandini, como o câmbio nesse atual patamar, o preço dos carros importados deve subir.


Perguntei ao presidente "qual seria o câmbio ideal para os importadores, já que a Abimaq trabalha com R$ 3,90 e a Anfavea entre R$ 3,20 e R$ 3,40?". Segundo ele "a nossa negociação com o fornecedor é diferente, existem vários fatores que alteram o preço do veículo na sua origem pelo fato do fabricante saber exatamente o que acontece aqui no país, inclusive qual é minha margem de lucro, com isso não é possível determinar um valor da moeda americana como ideal, ela ficar estável é fundamental para as nossas pretensões e vai nos permitir trabalhar com tranquilidade, só para citar como exemplo: no começo do ano quando eu negociei com a Kia, o valor do dólar para compra este ano foi acordado em R$ 3,30, hoje ele está em R$ 3,50, essa é a nossa maior dificuldade". Em relação à iminência de sair a nova política do setor automotivo, o Rota 2030, Gandini manifesta seu apoio. “É fundamental que a indústria local e os importadores tenham previsibilidade de suas ações e investimentos. Por isso, o quanto antes tivermos definição, melhor para todos, inclusive no processo de recuperação do mercado interno”, argumenta.


Mesmo com todas essas dificuldades, o setor começa a reagir de forma consistente, desde o início do ano foram abertas 16 novas concessionárias que geraram 245 postos de trabalho diretos, hoje são cerca de 15.000 pessoas empregadas e outras tantas (o número aproximado é: para cada 1 direto existem mais 2 indiretos) que começam a voltar para o mercado. Até o fim do ano estão previstas mais 38 novos pontos de venda, chegando a um total de 500 concessionárias e 20.000 pessoas empregadas diretamente.


No mês de abril, as cinco marcas que mais venderam, no quadrimestre, foram a Kia Motors (4.115 unidades), Volvo (1.631), Jac Motors (1.430), Lifan (959) e BMW (800). No mês de abril, as posições se alteram: Kia Motors (1.098), Volvo (536), Jac (370), BMW (260) e Lifan (240).


Participações – Em abril último, o total de 3.237 unidades importadas da Abeifa significou 1,5% do mercado interno, que emplacou 209.995 automóveis e comerciais leves. Se considerado somente a importação total, as associadas à Abeifa responderam por 12,25% (do total de 26.420 unidades importadas).


Em outro cenário, de produtos nacionais fabricados por afiliadas à entidade mais o volume importado, as 16 empresas licenciaram 5.053 unidades licenciadas em abril. Com esse total, a participação das associadas à Abeifa manteve-se no patamar 2,41% do mercado interno de autos e comerciais leves (209.995 unidades).


Produção local – Entre as associadas à Abeifa, que também têm produção nacional, BMW, Chery, Jaguar Land Rover e Suzuki fecharam o mês de abril com 1.816 unidades emplacadas, total que representou alta de 6,2% em relação a março de 2018. Comparado a abril do ano passado, a alta é de 61%, quando foram emplacadas 1.128 unidades nacionais.


Mesmo com o percentual em baixa entre os meses, a expectativa é de se fechar o ano com 40.000 unidades novas vendidas, projeção que não foi alterada para 2018.