Contribuição do setor é fundamental para os avanços da indústria e ao novo regime Rota 2030
Texto e fotos: Textofinal Comunicação
O Simpósio Internacional de Lubrificantes, Aditivos e Fluidos, promovido pela AEA - Associação Brasileira de Engenharia Automotiva, no último dia 19, chegou em sua 10ª edição, pontuando os grandes avanços do setor. O evento reuniu os principais atuantes desta indústria para debater e compartilhar os principais desafios e trabalhos com o objetivo de dar continuidade ao progresso da eficiência energética.
Com o tema “Tecnologia de Lubrificantes à disposição para os novos desafios da Indústria Automotiva”, o simpósio aconteceu no Millenium Centro de Convenções, em São Paulo (SP). “A eficiência energética se mantém na absoluta prioridade nos veículos, principalmente dentro do novo regime Rota 2030, com grande importância e contribuição do setor de lubrificantes por atuar diretamente no motor e nos principais componentes que compõem o powertrain”, disse Edson Orikassa, presidente da entidade em cerimônia de abertura.
O evento da AEA teve início com a participação de Marcos Clemente, vice-presidente da AEA, que ministrou a palestra de abertura “Rota 2030: previsibilidade para o setor automotivo do Brasil. Um olhar sobre a eficiência energética”. Na oportunidade, Clemente apontou alguns dos desafios do novo regime inseridos na contexto da eficiência energética e resultados já alcançados com o Inovar Auto, como a introdução dos óleos lubrificantes com menor viscosidade, solução alinhada com os novos powertrains.
Na abertura do Painel I, a palestrante Joan Evans, da Infineum, em apresentação “PCMO nas Américas”, ponderou sobre a evolução dos processos atuais para o atendimento das necessidades dos OEMs que introduzem novos equipamentos. “O desenvolvimento de testes padronizados é uma das principais causas do atraso na introdução de novas especificações, mas acreditamos firmemente que a complexidade e o custo do desenvolvimento são a raiz de muitos problemas. Precisamos encontrar formas de aumentar os recursos e melhorar o desenvolvimento de novos testes, além de avaliarmos novos métodos para medir o desempenho”, disse Evans.
Sergio Viscardi, um dos coordenadores do simpósio, modera debate de um dos painéis |
Para o gerente de Marketing da Oronite, Rafael Ribeiro, “a formulação para categorias de lubrificantes da próxima geração é uma mistura de ciência e arte que requer compromisso, criatividade e experiência”. Ribeiro liderou a apresentação “Construindo pontes do GF 5 ao GF 6. Soluções inovadoras para novos padrões da indústria” e informou, na ocasião, que deverá ser levado em conta para os novos desenvolvimentos o custo total de propriedade, foco para o desenvolvimento na próxima década – economia de combustível e intervalo de troca estendido.
A palestra “Lubrificação para os veículos leves modernos: soluções para injeção direta e turbo”, ministrada por William B. Anderson, engenheiro especialista da Afton Chemical, trouxe considerações para o mercado brasileiro, tais como: emissões e economia de combustível são grandes impulsionadores no desenvolvimento de motores automotivos; o turbocompressor, a gasolina e as tecnologias de motores de injeção direta criam novos desafios para o lubrificante e, por fim, a economia de combustível é importante, mas não podemos esquecer das outras demandas de desempenho.
Em “Soluções sintéticas para lubrificantes de amanhã”, Marco Calzada, gerente Técnico Global da ExxonMobil Chemical discorreu sobre os óleos de motor de baixa viscosidade com boas propriedades de baixa temperatura e excelente espessura. O Painel I foi encerrado após debate com a participação do público mediada por Sergio Rebelo, da Kline.
Em apresentação “Desafios no Desenvolvimento de Lubrificantes com Eficiência Energética para Eixos de Veículos Pesados”, a gerente de Tecnologia da Lubrizol, Suzanne Patterson, exibiu um modelo de eficiência que pode fornecer orientação para a formulação de fluidos de eixos mais eficientes com base no ciclo de trabalho do equipamento. “A durabilidade e limpeza do hardware devem ser mantidas quando se deslocam para lubrificantes de maior eficiência’ o aditivo, o modificador de viscosidade e a escolha do óleo de base são críticos”, informou.
Para o químico e especialista em Regulamentação da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Paulo Roberto de Matos, "nosso mercado possuía muitos produtos obsoletos, com tecnologias da década de 80 e 90 e hoje alcançamos o que é usado nos EUA e Europa. Para o ciclo Otto, por exemplo, elevamos do API SF para o API SL, ou seja, um ganho de tecnologia de duas décadas, o que na prática se traduziu para o consumidor com o ganho de economia de combustível”, informou Matos, em palestra “A evolução da qualidade dos lubrificantes no mercado brasileiro através do PMQL”,
O Painel II teve início com a temática “Bombeabilidade de Óleos de Motor em Motores Modernos”, abordada por Lucas Camposo, gerente Técnico de Serviço da Evonik, que exibiu um estudo contendo informações úteis para os fabricantes de lubrificantes na compreensão da necessidade de boa bombeabilidade de baixa temperatura ao formular os óleos do motor para hoje e a próxima geração.
A gerente Técnica da Ipiranga, Roberta Teixeira, trouxe algumas considerações importante na apresentação “Desafios e oportunidades no desenvolvimento de lubrificantes automotivos”, como: demandas globais por eficiência energética x uso de combustíveis locais; novas tecnologias de motores e biocombustíveis impõem condições cada vez mais severas de uso dos lubrificantes e necessidade de tecnologias de lubrificantes mais robustas.
O mercado de lubrificante irá se ajustar a novas demandas que inclui o aumento da eficiência do etanol em motores flex fuel, e há espaço para crescimento”, disse Marcus Vercelino, membro da Comissão Técnica de Lubrificantes e Fluidos da AEA em palestra “Eficiência energética e os óleos de motor”. O Painel II foi encerrado após amplo debate entre os palestrantes, o público do simpósio da AEA, tendo como mediador por Sérgio Viscardi, da AEA.
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