O automobilismo faz mais uma
vĂtima fatal na reta final do campeonato da Indy e a F1 continua sendo dominada
por Hamilton
Texto: Eduardo Abbas
Fotos: indycar.com, f1.com
NĂ£o foi um fim de semana dos mais
sensatos para as duas maiores categorias do automobilismo mundial, uma continua
sendo o desfile de uma sĂ³ equipe enquanto a outra se perde em disputas fracas e
fazendo mais uma famĂlia chorar.
Começando com a FĂ³rmula 1, posso
dizer que nunca vi tamanha incompetĂªncia de uma equipe como a Williams fez com
Bottas. Absurdo dos absurdos, a equipe mandou o piloto pra pista com pneus
diferentes e o pior, obrigou o coitado a rodar até a parada seguinte com um
composto de cada lado. Seria para ajudar o Zacarias? Provavelmente, afinal ele
nĂ£o mostra nada faz muito tempo e sĂ³ chega Ă frente do companheiro quando
alguma coisa estranha acontece no carro do finlandĂªs.
Outra equipe que fez papel de
idiota foi a Ferrari. Quis arriscar fazer apenas uma troca com Vettel e acabou
se dando muito mal. Faltando duas voltas para o fim da corrida, o pneu estourou
e tirou o pĂ³dio do alemĂ£o. A Pirelli correu para se explicar, disse que a
orientaĂ§Ă£o era de duas trocas e que o risco foi todo da equipe italiana.
Vaffanculo! JĂ¡ encheu o saco essa coisa de trocar pneu pra ter
disputa, faz um composto rĂ¡pido, outro mais duro e os caras que se virem para
administrar a corrida, quem quiser troca, quem nĂ£o quiser melhore a carroça e
tenta correr junto, se alguém se destaca demais, coloca lastro na barata e que
se virem. Se fosse assim, o Hamilton que sobrou jĂ¡ estaria levando uma tonelada
de peso extra, e lĂ³gico, problema dele. Mas por que facilitar se pode
complicar? Se o pneu do Vettel estoura na curva talvez ele tivesse passado o
resto do domingo no hospital.
O resto foi o resto, como sempre,
Rosberg nĂ£o tem força pra chegar lĂ¡ e o inglĂªs vai sobrar, quem sabe fecha o
campeonato antes do Brasil? O automobilismo de hoje vive uma crise de talentos,
pessoas sem a menor capacidade de dirigir uma taxi sem Uber sĂ£o levados ao
nĂvel de gĂªnios da velocidade, e paga-se um preço muito alto por isso.
Em Pocono, na etapa da Indy,
aconteceu um acidente fatal na verdade ocasionado por uma dessas coisas do
destino, estar no lugar errado no momento errado. Sege Karan se perdeu e deu no
muro, o bico do carro se soltou e atingiu Justin Wilson que vinha passando e
nĂ£o tinha nada a ver com o acidente do americano. Uma fatalidade, a perda de
uma vida sempre comove e sempre nos faz refletir sobre como poderĂamos evitĂ¡-la.
Todos os esportes de alto nĂvel
envolvem risco, por isso sĂ£o emocionantes, por isso chamam dinheiro, por isso
quem se arrisca mais ganha mais. Agora, neste momento de dor, aparecem os
defensores do cockpit fechado para carros FĂ³rmula, uma idĂ©ia tĂ£o absurda quanto
colocar uma roupa de astronauta em surfistas para nĂ£o serem atacados por
tubarões. Quem estĂ¡ lĂ¡ Ă© conhecedor do risco e das conseqĂ¼Ăªncias, as cabines
fechadas nĂ£o garantem segurança, vide o que aconteceu na Stock Car no Brasil,
onde dois pilotos perderam a vida mesmo cercados das mais duras ligas em seus
carros.
E como ficaria a MotoGP? Como
colocar os pilotos em um casulo de segurança? Quem estĂ¡ correndo tenta vencer
os adversĂ¡rios e enganar a morte, a cada etapa disputada, a cada largada que
nĂ£o se tem idĂ©ia de como vai ser a chegada. O que realmente deve ser pensado Ă©
na qualidade dos competidores, eliminar os pagantes sem talento e dar
oportunidade a quem realmente tem capacidade de pilotar um carro ou moto a mais
de 300 km/h .
SĂ³ a tĂtulo de curiosidade, a FĂ³rmula 1 ficou sem ter uma morte na pista mais
de 11 anos e sĂ³ encontrou a fatalidade em 1994 com o Senna, depois disso foram
mais 20 anos até o acidente que acabou matando o Bianchi, juntando esses dois
perĂodos, a Nascar teve 4 mortes e Le Mans 3, adianta fechar o carro?
Vou ficando por aqui, no fim de
semana tem WEC na Alemanha, MotoGP na Inglaterra e o encerramento da Indy em
Sonoma, em clima de grande pesar pela perda do inglĂªs que, nĂ£o conheci, mas
meus amigos garantem que era uma pessoa das mais sensacionais, até porque com
sua morte e a doaĂ§Ă£o de seus Ă³rgĂ£os, ele garantiu pelo menos a sobrevida de
mais trĂªs seres humanos. Rest In Peace Justin Wilson, sua missĂ£o aqui na terra foi
plenamente cumprida!
Beijos & queijos
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