CURVAS COMO A 130R E A SPOON PROPORCIONAM ALGUMAS DAS MAIS ALTAS CARGAS DE FORÇAS LATERAIS DA TEMPORADA
EM UMA DAS PISTAS MAIS EXIGENTES DO CALENDÁRIO, A EXPECTATIVA É DE TEMPO FRIO E HÁ POSSIBILIDADE DE CHUVAS

Texto e fotos: Pirelli

A maratona de corridas em lugares distantes, típica da parte final da temporada, leva agora as equipes até o épico circuito de Suzuka, no Japão, onde as duas opções mais duras de pneus estarão disponíveis: o P Zero Laranja duro e o P Zero Branco médio – combinação usada pela última vez em Monza.
Apesar de serem dois circuitos com características bem distintas, Suzuka guarda algumas semelhanças com Spa-Francorchamps, outro circuito conhecido por ser um dos preferidos dos pilotos, com suas curvas fluídas, mas com cargas laterais de força ainda mais altas. Assim, os pneus escolhidos para Suzuka são de uma graduação mais dura do que os de Spa: duro e médio, em vez de médio e macio.


No entanto, essa escolha não torna a vida dos pneus mais fácil, uma vez que há uma série de demandas para lidar. O asfalto é relativamente abrasivo, o que faz com que a degradação do pneu seja alta. As primeiras previsões do tempo sugerem clima frio, o que não é incomum nessa época do ano no Japão. Grandes tempestades já caíram em Suzuka durante corridas no passado. Um GP disputado com pista molhada é uma possibilidade real.
Para Paul Hembery, diretor de automobilismo da Pirelli, “o Japão é um dos destaques do ano, não apenas para a gente, mas para a Fórmula 1 como um todo. Os fãs são absolutamente brilhantes, com muito entusiasmo e conhecimento sobre o esporte, uma relação quase sem paralelos no mundo. Suzuka é realmente um circuito ‘de piloto’ e isso é um desafio considerável para o pneu, com algumas das cargas laterais de força mais altas do ano. Neste cenário, podemos prever de forma realista entre dois e três pit stops, com o gerenciamento dos pneus sendo um elemento-chave da corrida. Entretanto, obviamente teremos um panorama melhor sobre a situação após os treinos livres. É uma pista onde diversas forças atuam sobre o pneu ao mesmo tempo. O torque ampliado, porém com menos downforce, dos carros desse ano exigirá ainda mais da aderência mecânica. Se um pneu pode ter uma boa performance em Suzuka, ele pode ter uma boa performance praticamente em qualquer lugar”.
Jean Alesi, consultor da Pirelli, diz que “Suzuka é um circuito fantástico do ponto de vista do piloto. É muito técnico, com cada pedaço do circuito sendo muito diferente dos outros. Eu diria que a 130R é uma das curvas mais exigentes de toda a temporada, que requer o setup correto, e que o carro esteja absolutamente colado no chão. Os ‘esses’ também são extremamente exigentes: se você comete apenas um erro, toda a sequência fica comprometida e perde-se muito tempo. Corremos, muitas vezes, com chuva em Suzuka. Nestas situações, a visibilidade é muito baixa. A pista também costuma evoluir muito, durante o fim de semana. Começamos com uma superfície muito abrasiva e ‘verde’, mas o piloto deve prestar muita atenção em como a situação se altera ao longo dos três dias de trabalho aqui e em como isso afeta os pneus”.

O circuito do ponto de vista dos pneus
Suzuka tem por característica as altas cargas de força lateral, combinadas com exigências longitudinais das mais baixas do ano. A curva 15, conhecida como 130R, é feita com o pé embaixo, em velocidades superiores a 300 km/h. Isso coloca uma grande carga nos pneus, submetendo-os à uma Força G massiva (que também age sobre o piloto). O pneu dianteiro esquerdo é exigido ao máximo no Japão.
O pneu médio é um composto de baixa gama de trabalho, capaz de atingir sua performance máxima, mesmo em baixas temperaturas. Ao contrário, o pneu duro é um composto de alta gama de trabalho, ideal para temperaturas mais elevadas. Temperaturas amenas são esperadas para o GP do Japão neste ano, com possibilidade de chuva.
O asfalto em Suzuka é muito abrasivo, mas há um ato grau de evolução da pista. Ter o setup correto é essencial. Pode haver risco de granulação, especialmente nos primeiros treinos livres, quando a pista está em sua maior parte “verde”.
A estratégia vencedora no ano passado foi de duas paradas, com o piloto da Red Bull Sebastian Vettel parando nas voltas 14 e 37. O alemão começou com o pneu médio e fez os dois stints finais com pneu duro.

Pneus definidos até agora, na temporada


P Zero Vermelho
P Zero Amarelo
P Zero Branco
P Zero Laranja
Austrália

Macio
Médio

Malásia


Médio
Duro
Bahrein

Macio
Médio

China

Macio
Médio

Espanha


Médio
Duro
Mônaco
Supermacio
Macio


Canadá
Supermacio
Macio


Áustria
Supermacio
Macio


Inglaterra


Médio
Duro
Hungria

Macio
Médio

Bélgica

Macio
Médio

Itália


Médio
Duro
Singapura
Supermacio
Macio


Japão


Médio
Duro

Acompanhe o vídeo sobre Suzuka e as exigências que o circuito tem sobre os pneus, com animações 3D produzido pela Pirelli no canal BORRACHATV do Youtube