O carro da chinesa JAC Motors chega com mais cara de brasileiro

Texto: Eduardo Abbas
Fotos: JAC Motors


Muito se fala da qualidade, acabamento e confiabilidade dos modelos de origem asiática, geram nos consumidores a desconfiança no produto e, por desconhecimento, espantam os menos avisados. Foi pensando em mudar essa forma de encarar os produtos chineses que a montadora investiu pesado na nova forma de se apresentar com seus produtos.


Desde que chegaram ao Brasil em 2011, os modelos passaram por várias re-estilizações e foram ficando a cada dia com mais cara de carro nacional. O pacote de acessórios originais de fábrica e a garantia estendida, que chega há 6 anos, começam a espantar o fantasma da desconfiança e atrair novos e importantes aliados para testar e aprovar os carros da marca, um salto de qualidade importantíssimo para quem vai começar a montar os modelos dentro de, no máximo, 2 anos na sua fábrica em Camaçari, na Bahia.


Fui convidado a testar o modelo J3 Turin, um sedã desenvolvido no centro de design da empresa na cidade italiana de Turin. Suas formas tornaram-se mais arredondadas e agradáveis aos olhos de quem é pego de surpresa observando o carro por vários ângulos diferentes. Ele tem como diferença para o seu irmão J3 somente o porta-malas maior e a falta do limpador traseiro, são iguais em tudo e segue o mesmo padrão de entrega ao cliente, um carro completo.


Durante 10 dias, testei o modelo nas mais diversas situações de ruas pela cidade e estrada. O carro é muito ágil e rápido, tem itens de conforto que proporcionam uma agradável sensação de dirigir mesmo em intermináveis congestionamentos que assolam a cidade de São Paulo. O modelo exibe um novo painel de instrumentos, volante de três raios e é caracterizado por um elemento vazado em sua base.


O quadro de instrumentos tem mostradores individuais, que oferecem melhor leitura. À esquerda do volante, o painel exibe os comandos dos retrovisores de acionamento elétrico, que ficavam anteriormente no puxador da porta do motorista, e a regulagem elétrica de altura de facho dos faróis. Ele recebeu um equipamento de áudio integrado ao conjunto, enquanto os controles de climatização foram deslocados para baixo. Tudo continua ao alcance imediato da mão direita do motorista, sem prejuízo à ergonomia, e com acessos mais rápidos.


Na parte mecânica, ele vem equipado com motor 1.4 litro, confeccionado em bloco de alumínio e desenvolvido em parceria com a austríaca AVL, com 16 válvulas e duplo comando, que desenvolve 108 cv de potência a 6.000 rpm e torque de 138 Nm (14,1 kgfm) a 4.500 rpm, o J3 tem aceleração de 0 a 100 km/h em 11,7 segundos (11,9 segundos para o J3 Turin) e velocidade máxima de 186 km/h. O condutor percebe o torque desde os regimes mais baixos até nas altas rotações. A transmissão manual de 5 velocidades, é precisa e confortável, proporciona engates sem se precisar ficar “procurando” as marchas. O único senão é o fato de ser apenas abastecido com gasolina, não existe ainda a versão FLEX desse eficiente motor.
Na cidade, pude constatar que se trata de um modelo ágil e eficiente, a troca de faixas em avenidas e as intermináveis lombadas, são feitas sem maiores esforços de quem dirige. Já na estrada, o J3 Turin aparenta ter uma potência maior. É firme nas ultrapassagens e seguro nas velocidades cruzeiro impostas pelas rodovias. Mesmo em velocidades mais altas, o nível de confiabilidade e a firmeza das ações do carro em nada se modificam, são seguras e constantes, proporcionando grande conforto ao motorista e passageiros.


O modelo possui ainda uma lista de equipamentos de série realmente grande, inclui ar-condicionado, direção hidráulica, freios com ABS e EBD, duplo airbag frontal, acionamento elétrico de vidros, trava e retrovisores, sensor de estacionamento traseiro, travamento automático das portas a 15 km/h, banco traseiro bipartido 60/40, porta-malas de 490 litros, tudo para garantir o que o brasileiro mais procura em um carro: conforto, segurança e economia.
A JAC Motors esta fazendo uma grande mudança na adaptação de seus carros para o público brasileiro, ganhando mercado e espantando de vez a desconfiança. Viva o novo, xô preconceito!