A versĂ£o Flex da pickup
nĂ£o deixa de fora o conforto e a segurança do modelo Diesel
Texto: Eduardo Abbas
Fotos: Toyota
SĂ£o carros grandes, bem montados,
tem uma enorme quantidade de eletrĂ´nica embarcada, conforto insuperĂ¡vel para se
rodar com a maior tranqĂ¼ilidade na cidade e na estrada e ainda por cima pode
ser abastecido com os dois combustĂveis mais fĂ¡ceis de serem encontrados,
gasolina e etanol. Com tantos benefĂcios, por que tanta gente reclama?
Claro que ser reclamĂ£o faz parte
da cultura do brasileiro, nunca as coisas estĂ£o boas, sempre tem um pĂªnalti e
todos jĂ¡ acham que serĂ¡ o calcanhar de Aquiles do modelo. Conta Ă© uma coisa que
o brasileiro nĂ£o tem por hĂ¡bito nem gosta de fazer e acaba nĂ£o levando em
consideraĂ§Ă£o o tal do custo benefĂcio, que se aplica muito bem neste modelo que
eu testei por uma semana utilizando gasolina como combustĂvel.
Eu jĂ¡ havia testado a Toyota Hilux Flex no seu lançamento,
pode lembrar AQUI,
na Ă©poca jĂ¡ considerava uma Ă³tima opĂ§Ă£o para quem, na verdade, quer um carro
deste porte sem exigir que ele faça o trabalho de capataz de fazenda. Uma boa
porcentagem das pessoas que compram o modelo gosta mesmo Ă© de desfilar pela
cidade, no mĂ¡ximo se arriscam a pegar uma estrada de terra para chegar Ă
chĂ¡cara ou na casa de praia, mesmo assim se precisar que ela faça o trabalho
pesado nĂ£o se preocupe, ela vai fazer e nĂ£o vai ficar devendo nada para ninguĂ©m.
LĂ¡ vou eu aproveitar esse modelo
de cabine dupla equipada com o novo motor Dual VVT-i Flex 2.7L 16V DOHC que
fornece 163 cv com etanol e 159 cv com gasolina ambos a 5.000 rpm, Ă© uma
quantidade de eqĂ¼inos respeitĂ¡vel e necessĂ¡ria pelo tamanho e peso que a Toyota Hilux Flex tem. Para ajudar, ela
Ă© equipada com a transmissĂ£o automĂ¡tica seqĂ¼encial de seis velocidades e dois
modos de direĂ§Ă£o: ECO que permite um
consumo de combustĂvel eficiente e POWER
para dar aquela “esticadinha” mais
esportiva, sabendo equalizar o uso das duas o consumo nĂ£o assusta tanto.
Andando na cidade o modo ECO Ă© certamente o mais recomendado,
nĂ£o existe necessidade de grandes velocidades, ela Ă© muito confortĂ¡vel para o
motorista e mais ainda para os passageiros que nĂ£o encontram nenhum incomodo em
viajar em qualquer banco de carona. Seu tamanho impõe respeito nas ruas e
avenidas, mesmo assim Ă© um veĂculo que executa facilmente qualquer manobra,
seja estacionando em vagas pouco generosas como as de shoppings ou executando
retornos em forma de cotovelo em algumas vias.
O tal do consumo de combustĂvel,
que tanto assusta as pessoas com o pĂ© mais pesado, ficou em Ă³timos 6,5 km/l com
dados do computador de bordo, isso com ar condicionado ligado e sempre trĂªs
pessoas no interior. Essa mĂ©dia nĂ£o fica muito longe de sedĂ£s grandes, que
geralmente atingem 7,5 km/l e nĂ£o tem uma enorme caçamba para algum tipo de
trabalho extra. E tem mais, a diferença de consumo, caso se opte pelo etanol,
fica cerca de 1,5 km/l menor, Ă© muito pouco e dĂ¡ para se optar pelo melhor
preço da bomba.
O bom mesmo Ă© encarar uma
estrada, a Toyota Hilux Flex Ă© um
desses carros que dĂ£o prazer de dirigir. O destino Ă© o km 44 da rodovia FernĂ£o
Dias, vou conhecer, por indicaĂ§Ă£o de um amigo que Ă© motorista de uma
transportadora, o restaurante no Posto
22, aquele tipo de lugar que serve “comida
de caminhoneiro” pela fartura e pelo preço baixo, inclusive lĂ¡ tem um
insuperĂ¡vel bolinho de arroz!
Na estrada o carro se comporta
com muito bem, a rodovia tem curvas dos mais variados tipos tanto em subida
quanto em descida e retas Ă s vezes curtas e outras mais longas. Em boa parte do
trajeto eu utilizei a funĂ§Ă£o ECO,
afinal de contas o trĂ¢nsito nĂ£o era dos mais livres e fica difĂcil aumentar
muito a velocidade, tĂªm locais onde a mĂ¡xima Ă© de 80 km/h .
JĂ¡ em trecho de subida, a funĂ§Ă£o POWER faz uma enorme diferença
principalmente na hora das ultrapassagens, que sĂ£o sempre feitas com muita segurança,
mesmo sendo uma pickup nĂ£o existe aquela coisa de jogar a traseira ou ficar
muito instĂ¡vel, os controles eletrĂ´nicos ajudam muito a manter uma
dirigibilidade precisa, atĂ© lembra um carro sedĂ£.
Chegando ao Posto 22, jĂ¡ dava para notar que os caminhoneiros realmente fazem
fila e se esbaldam com o buffet de saladas e pratos quentes lĂ¡ servidos, tem tambĂ©m
a seĂ§Ă£o de frituras e claro, a churrasqueira que funciona a todo vapor.
O interessante é o preço que se
paga pela refeiĂ§Ă£o, isso a poucos quilĂ´metros de SĂ£o Paulo onde tudo Ă© caro e
servido de forma reduzida. Existem duas opções: por R$ 23 reais vocĂª pode se
servir de tudo que estĂ¡ no buffet sem limite de idas e vindas, mas se quiser
ousar, por R$ 30 reais te dĂ¡ direito de se entupir com churrasco tambĂ©m.
Vale para toda a famĂlia, isso
porque as crianças atĂ© 12 anos pagam metade do valor e eu vi famĂlias inteiras
se esbaldando em todos os pratos, para os moradores da redondeza Ă© o grande
evento do fim de semana. O interessante dessas paradas Ă© o jeito como o
brasileiro Ă© com relaĂ§Ă£o ao seu estĂ´mago, alguns profissionais da estrada
repetem os pratos vĂ¡rias vezes fazendo aquelas “torres” que mais lembram o Everest que um prato de comida, isso sem
desperdĂcio e em alguns casos eu pensei comigo “como serĂ¡ que cabe?” ou “para
onde vai tudo isso?”, perguntas logicamente sem respostas, esse pessoal
certamente ficaria com fome em algum evento gourmet.
É legal e diferente do que a
gente vĂª no nosso cotidiano, Ă© a cultura do interior do Brasil, que conhece a
crise de outra forma e que levam a ferro e fogo a mĂ¡xima de que “saco vazio nĂ£o
pĂ¡ra em pĂ©”, se depender do que vi alguns devorarem, o tal do saco vai demorar
muito para ficar vazio.
Voltando para casa Ă© hora de conferir
o consumo, mesmo usando a funĂ§Ă£o POWER,
acelerando mais forte em alguns trechos, a média de consumo segundo dados do
computador de bordo, ficou em 8,5 km/l que é uma média até maior que a
divulgada pela Toyota e que nĂ£o assusta
tanto assim. A Toyota Hilux Flex tem
preço sugerido para a versĂ£o de entrada com cabine dupla de R$ 113.280 jĂ¡ com
frete incluĂdo, 5 cores para escolher, acabamento interno refinado, vĂ¡rios acessĂ³rios
originais estĂ©ticos, estĂ¡ no Ciclo
Toyota, tem 3 anos de garantia, manutenĂ§Ă£o com preço fechado, assistĂªncia 24
horas, aquela vontade de nĂ£o querer devolver o carro testado e de voltar mais
vezes ao Posto 22.
Ficha TĂ©cnica
Equipamentos
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