V2V (Veículo para Veículo), V2P (Veículo para Pedestre), V2H (Veículo para Casa/Home em inglês), V2E (Veículo para Infraestrutura) e V2X (Veículo para Tudo), o futuro chegou para ficar
Texto: Carlos Lua
Fotos: Salon International de l'Auto
Alguns anos atrás os carros começaram a conversar com seus motoristas. Logo em seguida passaram a atender comandos de voz desses mesmos motoristas e com a passagem do tempo e a cada vez maior presença da Eletrônica Embarcada, estão prontos para saltos maiores, até mesmo para se tornarem autônomos.
Agora, evoluindo para a Idade da Comunicação, os veículos passam a se entender com pedestres, com nossas casas, com a Infraestrutura (ruas, avenidas, sinais, estacionamentos, pontos de ônibus, reparos nas vias, acidentes, etc. etc. etc) Sabendo das coisas que acontecem podem informar outros veículos (V2V) e em pouco tempo esse conhecimento, adubando toda a área, vai garantir melhorias para todos, sem necessidade de promessas vãs.
Todos esses V2? (Veículo para o que imaginarmos) tornam, então, os carros entidades permanentemente conectadas e capazes de alertar ou prevenir o motorista de condições perigosas ao redor e assim, potencialmente, administrar os tempos, economizar combustíveis (fósseis ou não), reduzir congestionamentos, evitar acidentes e salvar vidas. É o que já acontece em certa escala com aplicativos como o Uber e o Waze que se valem da comunidade e do volume de informações gerados por uns, em benefício dos outros.
É claro que todas essas oportunidades estão bem assinaladas pelos fabricantes de veículos. Nesse GIS 2017 (Geneva International Motor Show) ficou mais do que claro que o V2X (V2 Tudo!) é um dos setores da indústria automobilística com maior inquietação graças às oportunidades de negócio que traz. Em menos de 5 anos vamos falar disso com a mesma desenvoltura que falamos de Mega, Giga e Terabyte (por favor nada de megas, gigas ou teras, hein?), vamos discutir isso com o mesmo desembaraço que falamos de km/l, ABS ou prosaicos “guarda-trecos”.
O Peugeot Instinct é um conceito que mostra o futuro dos veículos autônomos pelo prisma da montadora francesa. Ele propõe quatro módulos de condução, dois deles para diferentes graus de autonomia e dois para condução digamos “normal”. A finalidade é oferecer um veículo que dê liberdade de escolha. Segundo o próprio Porjetista Chefe da Peugeot Gilles Vidal: “É o primeiro projeto de um veículo autônomo que mantem em mente o prazer de dirigir” e continua “É um desafio emocionante produzir um carro autônomo com dois conceitos tão opostos, módulo autônomo e condução ativa, nosso trabalho e fazer os dois conviverem em harmonia sempre mantendo o prazer e as emoções”.
Desenvolvido com a colaboração da Samsung o Peugeot Instinct usa a plataforma Artik Cloud que sincroniza os aparelhos do condutor e faz com que o carro aprenda o estilo de vida do seu condutor e possa pré-configurar os módulos, os bancos, as interfaces a temperatura ambiente, bem como luz e áudio.
Em poucas palavras um carro que fala com você e o compreende.
Já o conceito do Toyota i-TRILé uma resposta para “Como será um veículo para áreas urbanas no ano de 2030?” É uma pergunta recorrente das montadoras em uma época como a de hoje onde autonomia e eletrificação são dois dos assuntos mais discutidos.
Desenhado pelo posto avançado (ED2) da Toyota no sul da França o carro segue as instruções para criar um veículo para três pessoas que pudesse ser uma alternativa viável para o transporte entre A e B no segmento de carros para cidades. Muito avançado como ideia? Não importa ele vai atrás da mesma bisca pela alegria e prazer de dirigir, mesmo em velocidades mais baixas.
Essa abordagem minimalista dos projetistas da Toyota produziu um carro que por suas proporções extremas (3m de comprimento, 1,5 m de altura, botola dianteira de 1,20m, bitola traeira de 60cm e apenas 600kg de peso) parece um inseto que com portas abertas ou fechadas mantém seu equilíbrio e fascínio como tantos insetos o fazem.
Mais minimalista ainda é a interface com o condutor já que o i-Tril não tem controle ou pedais. Quando no módulo “normal” um display traz todas as informações para o motorista que se comunica com a inteligência artificial do veículo via comandos de voz.
Em resumo um carro que fala com você, o compreende e até cria pactos.
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