Um quase carro de corrida que me
levou para conhecer os Ă³timos vinhos produzidos no interior de SĂ£o Paulo
Texto: Eduardo Abbas
Fotos: Renault
Quase sempre a engenharia
mecĂ¢nica brasileira nos surpreende com algumas jĂ³ias escondidas em seu lineup, principalmente
aquelas mais nervosas, para um pĂºblico especĂfico e que nĂ£o se preocupa muito
com consumo de combustĂvel, se bem que, esse garoto nĂ£o Ă© lĂ¡ muito de beber.
Esse tipo de carro é mais indicado para quem gosta de sensações mais afloradas,
poder entrar e sair das curvas com a mesma força e ter uma cavalaria de
respeito quando se precisa “chamar”
no pedal do acelerdador.
Durante uma semana eu pude testar
o Renault Sandero RS 2.0 pelas ruas
de SĂ£o Paulo e em duas rodovias: Raposo Tavares na ida e Castelo Branco na
volta, isso porque o local da visita era muito especial. Mas vamos falar do
comportamento desse moleque na cidade, ele tem o mesmo DNA do Sandero sĂ³ na casca, as mudanças
mecĂ¢nicas (motor, cĂ¢mbio, suspensĂ£o, freios, etc.) o transformam em um pequeno
monstro de potĂªncia com muita agilidade.
Ele foi desenhado e desenvolvido
pela Renault Sport em conjunto com
as equipes de design e engenharia da América Latina, tem motor 2.0 aspirado com
150 cv e 20,9 kgfm com etanol, cĂ¢mbio manual de 6 velocidades com relações
curtas para maior esportividade e atinge a velocidade mĂ¡xima de 202 km/h , vai de 0 a 100 km/h em apenas 8,0
segundos, freios a disco nas quatro rodas, controle eletrĂ´nico de
estabilidade (ESP) com regulagem especĂfica R.S., direĂ§Ă£o eletro-hidrĂ¡ulica
(EPHS) e trĂªs modos de conduĂ§Ă£o: Standard, Sport e Sport+ com o ESP desligado.
Com essa enorme quantidade de
mecĂ¢nica de ponta e eletrĂ´nica de competiĂ§Ă£o, se pode pensar que o carro Ă© um
beberrĂ£o de marca maior, ledo engano, as velocidades baixas da cidade nĂ£o sĂ£o
obstĂ¡culo para um rendimento excelente. Na verdade ele praticamente roda em 4ª
e 5ª marchas, os giros sĂ£o baixos e o consumo tambĂ©m, ele estava abastecido com etanol e segundo dados do
computador de bordo, a média ficou em excelentes 7,6 km/l, claro que isso se
deve ao seu peso reduzido na estrutura e no pé de quem dirige.
O interior Ă© inspirado em um
cockpit, com pedaleiras de alumĂnio, bancos e volante esportivos,
ar-condicionado automĂ¡tico, Media NAV Evolution e espaço interno muito generoso,
fiz os deslocamentos sempre acompanhado de duas outras pessoas e ninguém reclamou
de desconforto. JĂ¡ que gostei tanto na cidade, que tal ir para a estrada
experimentar esse rapazinho em condições mais extremas?
LĂ¡ fui eu em direĂ§Ă£o Ă SĂ£o Roque,
interior de SĂ£o Paulo, para conhecer uma das mais antigas vinĂcolas instaladas
na regiĂ£o. Trata-se da VinĂcola GĂ³es (vinicolagoes.com.br),
fundada em 1938, quando iniciou uma
produĂ§Ă£o artesanal e em 1946, cerca de 1000 litros de seus
vinhos jĂ¡ eram transportados pela Estrada
de Ferro Sorocabana. Agora, perto de completar 80 anos de vida, a VinĂcola GĂ³es se modernizou por dentro
e por fora, principalmente na relaĂ§Ă£o com os consumidores e na apresentaĂ§Ă£o de
novos produtos.
Essa regiĂ£o paulista, grande
produtora de vinhos de mesa (aqueles mais adocicados) nos anos 60, viu sua
hegemonia sumir lentamente devido a concorrĂªncia dos vinhedos gaĂºchos que diversificaram o
plantio das uvas e deram um sabor mais europeu aos produzidos na serra gaĂºcha.
Com isso, as vinĂcolas de SĂ£o Roque sofreram uma queda na procura por seus produtos, isso fez com que se aprimorassem na fabricaĂ§Ă£o dos excelentes sucos de uva, que sĂ£o a marca da cidade, mas agora a coisa começa a mudar.
A VinĂcola GĂ³es resolveu ousar e mudar o sabor de olho no futuro, agora sĂ£o plantadas (algumas em fase
experimental) outras videiras para alegria do pĂºblico que visita esse enorme complexo e tem
oportunidade de participar de boa parte do processo, a vinĂcola foi a precursora do
enoturismo, onde o consumidor ou mesmo o curioso por vinho pode participar e conhecer como Ă© produzido o elixir de Baco em terras paulistas. A aventura começa na plantaĂ§Ă£o, lĂ¡ podemos colher (e provar) as uvas que estĂ£o
nas parreiras prontas para seguirem o resto do processo.
Pude notar que, dentre as novas
videiras estĂ£o sendo cultivados clĂ¡ssicos da vinicultura mundial: Cabernet
Sauvignon, Cabernet Franc, Malbec, Pinot Noir, Pinotage, Merlot, além das
tradicionais NiĂ¡gara e Moscatel, que fazem os espumantes leves e vinhos doces.
É um programa para toda famĂlia, homens, mulheres e crianças se revezam no
momento da colheita e entregam a produĂ§Ă£o extraĂda para a segunda etapa.
Nesta mĂ¡quina Ă© separado o gomo
da uva dos galhos, jĂ¡ quase um “caldo”
ele segue em direĂ§Ă£o Ă moagem e depois para a fermentaĂ§Ă£o. Essa festa Ă© a Vindima, que celebra mais uma safra e a
colheita da uva, evento que acontece por trĂªs finais de semana e movimenta o
turismo da regiĂ£o.
Segundo Luciano Lopreto, diretor da vinĂcola, "A VinĂcola GĂ³es estĂ¡
presente na vida dos brasileiros hĂ¡ mais de 50 anos. Sempre preocupada com seus
clientes apresenta uma infraestrutura tĂpica de primeiro mundo. Ainda no complexo
turĂstico sĂ£o encontradas boa gastronomia, loja de souvenires, cafeteria, um
lago com peixes, playground e coreto com mĂºsica ao vivo para embalar a visita
na empresa. Foi a precursora do enoturismo na regiĂ£o e por isso conta com um
pĂºblico fiel.”.
As uvas colhidas vĂ£o seguir o
processo e se transformar em vinho, em outubro posso voltar e retirar uma
garrafa da safra produzida para ser degustada em casa com o charme de saber que
eu tambĂ©m fiz parte desse rĂ³tulo, Ă© o nĂ£o Ă© o mĂ¡ximo?
Enquanto espero, melhor voltar
para casa por outra rodovia, a Castelo Branco permite velocidades maiores e uma
melhor avaliaĂ§Ă£o do Renault Sandero RS
2.0 em condiĂ§Ă£o de rodovia. Ele Ă© muito bom de chĂ£o, nĂ£o desgarra em nenhum
momento e as retomadas de velocidade sĂ£o fĂ¡ceis e rĂ¡pidas, nĂ£o Ă© preciso ficar
trocando loucamente de marchas, uma vez em 6ª pode esquecer, sĂ³ se tiver que
parar no pedĂ¡gio ou em algum posto de combustĂvel para um xixi amigo, mas se for seguir sempre em frente, o conjunto nĂ£o faz
cara feia.
E serĂ¡ que ele bebeu muito? Fiz
uma média de 10,3 km/l, com ar condicionado ligado, dois outros passageiros e
velocidade da estrada de 120
km/h , na vinĂcola eu fiquei mesmo no suco de uva e pelo
jeito o Renault Sandero RS 2.0
tambĂ©m nĂ£o Ă© muito chegado ao consumo etĂlico enquanto roda, sua mĂ©dia Ă©
comparĂ¡vel a modelos de cilindrada menor.
Seu preço sugerido é de R$
63.400, sĂ³ tem como opcional as rodas de 17” , mas conta com revisĂ£o com preço fechado,
financiamento direto, serviços como My
Renault, Minuto Renault, 3 anos
de garantia, 4 cores para escolher e se sentir um quase piloto, coisa de
francĂªs, assim como o vinho.
Ficha TĂ©cnica
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