• No último mês do ano, as vendas de automóveis e comerciais leves registraram aumento de 16,69% no comparativo com novembro;
  • Já no acumulado do ano, a queda foi de 19,80%, confirmando a projeção feita pela Fenabrave.

Texto e fotos: Fenabrave / Eduardo Abbas


De acordo com o levantamento realizado pela Fenabrave – Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores, os emplacamentos de todos os segmentos somados (automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus, motocicletas, implementos rodoviários e outros veículos) apresentaram queda acumulada de 20,29% em 2016, no comparativo com 2015. Ao todo, foram emplacadas 3.174.625 unidades em 2016, ante as 3.982.765 registradas no ano anterior.


Na comparação entre dezembro e novembro de 2016, o mercado automotivo apresentou alta de 14,32%. Foram emplacadas 298.917 unidades em dezembro, contra 261.479 em novembro. Já em relação a dezembro de 2015 (370.939 unidades), houve retração de 19,42%.


Conforme os dados apresentados pela entidade, os segmentos de automóveis e comerciais leves também apresentaram queda no acumulado do ano, com uma redução de 19,80% sobre o ano anterior, confirmando as projeções indicadas pela Fenabrave no último encontro com a imprensa. Ao todo, foram emplacadas 1.986.389 unidades em 2016, contra 2.476.823 em 2015. Já no mês de dezembro (199.024 unidades) houve crescimento de 14,66% para os segmentos, se comparados ao mês de novembro (173.574 unidades). Com relação a dezembro de 2015 (220.590 unidades), o resultado aponta uma baixa de 9,78%.


Para o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior, o mês de dezembro, tradicionalmente, apresenta um volume de vendas maior que os meses anteriores. "O resultado positivo em dezembro, que teve 22 dias úteis, foi reflexo de dois dias a mais de vendas em relação ao mês de novembro. Além disso, as promoções que foram oferecidas e o incremento do 13º salário no orçamento das famílias contribuíram para o resultado positivo do último mês de 2016 ", explicou.


O presidente da entidade avaliou o ano de 2016 como “o pior da história da Distribuição de veículos no Brasil nos últimos 11 anos”. Segundo Assumpção Júnior, "este foi um dos setores da economia que mais sofreu com a crise econômica e política do País. O mercado retroagiu a volumes equivalentes aos anos de 2005 e 2006. Este resultado deve-se a fatores já comentados ao longo do ano passado, como a queda acentuada do PIB, incertezas geradas pela política, desemprego, baixo índice de confiança do consumidor e de investidores, entre outros", argumentou Assumpção Júnior.


Segundo o presidente da entidade, as incertezas nos cenários político e econômico, presentes em 2016, afetaram, diretamente, a concessão de crédito, fundamental para a Distribuição Automotiva. “Dificuldades como essas, agregadas ao baixo índice de confiança, fizeram com que as famílias e as empresas se retraíssem em relação ao consumo, retardando a tomada de decisão para a compra de veículos novos", completou Assumpção Júnior.

Previsões para 2017
Com base nos estudos realizados pela Fenabrave, o setor como um todo deverá apresentar crescimento moderado em 2017, chegando a 3,11% para todos os segmentos somados.
Para os segmentos de automóveis e comerciais leves, a expectativa é de alta de 2,4% sobre os resultados.


Já para caminhões e ônibus, a Fenabrave projeta crescimento de 3,15%, sendo 2,8% para caminhões, 4,40% para ônibus e 7,08% para implementos rodoviários.
O segmento de motocicletas, que vem sofrendo sucessivas quedas desde a crise de 2008, deverá apresentar alta estimada em 4,04%.
Para tratores e máquinas agrícolas, a previsão é chegar a um crescimento de 13,5% em 2017, reforçado pelos bons resultados do agronegócio no País.

Acompanhe, na tabela a seguir, os dados de emplacamentos de veículos NOVOS para cada segmento automotivo


Transações de Usados se mantém estáveis em 2016
As transações de veículos usados, considerando todos os segmentos automotivos somados (automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus, motocicletas, implementos rodoviários e outros veículos), apresentaram leve queda acumulada de 0,07% em 2016, no comparativo com 2015. Ao todo, foram registradas 13.341.926 transferências em 2016, ante as 13.351.780 do ano anterior.
Na comparação entre dezembro e novembro de 2016, houve crescimento de 19,41%. Se comparado com dezembro/2015, o resultado geral de transações de usados apresentou alta de 8,75%.
De acordo com a Fenabrave, de um modo geral, o mercado de veículos usados permaneceu estável ao longo de 2016. "A queda no mercado de veículos novos fez com que houvesse uma diminuição na oferta de seminovos. Este fator influenciou no resultado geral, com a pequena queda registrada no acumulado frente ao ano de 2015”, argumentou Alarico Assumpção Júnior, Presidente da Fenabrave.
Já no mercado de automóveis e comerciais leves, esta falta de oferta fez com que o mercado de seminovos retraísse 7%, o que corresponde a 138 mil veículos. “Mesmo assim, estes dois segmentos somados finalizaram 2016 com uma alta de 0,2%", comentou o presidente da entidade.
Em dezembro, as transferências de automóveis e comerciais leves usados apresentaram crescimento de 20% na comparação com o mês anterior. Foram transacionadas 1.038.810 unidades em dezembro, contra 865.707 em novembro. Em relação a dezembro/2015, houve alta de 10,51% nas transações destes veículos.
Do total de automóveis e comerciais leves negociados, os usados (de 1 a 3 anos de fabricação) representaram 20,5% do total de dezembro e 18,3% do acumulado do ano.

Acompanhe, na tabela a seguir, os dados de emplacamentos de veículos USADOS para cada segmento automotivo


Um futuro não muito tranquilo
Apesar da pequena melhora nos números de dezembro, a situação do setor ainda é muito preocupante, haja vista que os índices apurados são equivalentes ao ano de 2006, ou seja, o setor regrediu 10 anos em pouco tempo. A crise deve, segundo a Fenabrave, fazer mais vítimas ainda no primeiro semestre de 2017 que ainda deve ter várias empresas encerrando suas atividades.
As concessionárias atingiram, segundo números de 18 meses (entre janeiro de 2015 e junho de 2016) 1291 fechamentos ou não registraram movimento de compra e venda, isso acarretou no fechamento de 126.000 postos de trabalho até o período correspondente ao meio do ano passado. Os números finais de 2016 devem variar pouco em relação a esses apresentados, mas acredita-se que, se houver uma nova instabilidade política no país, a tendencia de todas as projeções devem variar, para baixo.

Acompanhe como foi o ano de 2016 com a tabela completa