O francês defende a honra da marca e reforça a sua imagem com a vitória em dia complicado para Peterhansel e Sainz

Texto: Carlos Lua
Fotos: Dakar / DPPI


Eric Cantona, ex-jogador de futebol francês, já disse que “Quem se arrepende não pode olhar para si mesmo no espelho” E foi o que fez o seu conterrâneo Cyryl Despres, depois de vencer o Dakar por 5 vezes na categoria de motos (2005, 2007, 2010, 2013, 2013), passou para os carros e no terceiro ano de tentativa vence uma especial. “Se me tivessem dito que venceria não acreditaria, errei diversas vezes porque eram muitos os erros a serem cometidos, mas em todo caso errei menos do que os outros”.


Seus companheiros de equipe Peugeot acabaram errando mais como Sainz (abandonou depois de uma bela capotada sem consequência física), Peterhansel (problemas de navegação, e parada para trocar um pneu e consertar o sistema de direção depois de cair em um leito seco de rio) e Loeb (blocagem dos turbos que deixaram o carro sem potência e que voltaram a funcionar depois do uso de um desengripante)  deixando o caminho livre para a sua primeira vitória de especial Dakar com 4 rodas.


Com a vitória e os problemas dos outros Despres assume a liderança do Dakar na Classificação geral, seguido por Peterhansel, e já com o MINI de Mikko Hirvonen em 3º que confirmou “Não temos potência ou velocidade de ponta para lutar, mas a gente compensa não cometendo erros”


Logo atrás um Nani Roma com seu Toyota voltando à luta (10 minutos e 30 segundos longe da liderança)  à frente de seu companheiro De Villiers em prova de recuperação, mas ainda a quase 44 minutos de distância. Um tempo que, em face das dificuldades dos percursos, não é nada impossível de ser recuperado.


Bom, mas bom mesmo o resultado da dupla brasileira Sylvio Barros/Rafael Capoani no MINI #339, que com a 15ª posição de hoje subiram para o 11º lugar na classificação geral. A atuação deles até agora foi perfeita e mesmo tendo encalhado no início mostraram que temos duplas prontas para lutar lá na frente. Basta mais gente acreditar e apoiar.


E falando em brasileiros, mais uma vitória de etapa para a dupla do Polaris #351 Leandro Torres/Lourival Roldan! Estão em 2º na Classificação geral e para eles vai uma poesia de repetição de autoria de Jorge, então Ben, em Taj Mahal: "Tetê tê tê, têtêretê, tê, tê, têtêretê, tê, tê, têtêretê, tê, tê.” Vocês conhecem, sem dúvida!
Já nas motos vitória do austríaco Mathias Walkner na KTM #16, depois que seu companheiro de equipe Toby Price caiu, fraturou a tíbia e abandonou. Os brasileiros vêm fazendo um rali constante, dentro dos objetivos. Richard Fliter Honda #159 terminou hoje em 68º, pra ficar em 64º no acumulado. Ricardo Martins Yamaha #164, que ontem foi penalizado em 1 hora por perder um waypoint, fez hoje o 74º tempo, enquanto Gregório Caselani Honda #158 teve mais um dia complicado, e vai agora em 102º na geral.


Nos caminhões primeira vitória de etapa para o campeão de 2016 e favorito Gerard De Rooy no seu IVECO #500. Isso o eleva a 5º na classificação geral. Em primeiro vai agora Dmitri Sotnikov com o KAMAZ # 503 com apenas 1m55s de vantagem sobre El Coyote Federico Villagra o argentino e seu IVECO #502 de quem falávamos ontem.
A Etapa do dia 5 tem, entre Tupiza e Oruro mais do mesmo: 692 km dos quais 447 cronometrados, sempre no Altiplano Boliviano, que perde apenas para aquele do Tibet. No mais puro espírito Dakar, agora que o pessoal está se acostumando à altitude, vamos colocar um pouco mais de dunas para complicar a receita.

Classificação Geral dos Carros na Soma das Quatro Etapas