Este filme austríaco chega aos cinemas brasileiros mais de um ano após seu lançamento, mas continua deixando muita gente sem dormir

Texto: Eduardo Abbas
Fotos: PlayArte


Na história do mundo, não foram poucos os austríacos que, por um motivo ou outro, tiraram nosso sono. No caso, dois diretores e roteiristas conseguem fazer com que, três pessoas, uma casa e muito mistério sejam o motivo para carregar de sustos e apreensões quem vai ao cinema.


Estréia nesta quinta-feira Boa Noite, Mamãe (Ulrich Seidl Film Produktion GmbH, PlayArte) um filme com um orçamento muito baixo (R$ 2.000.000 não oficiais, cerca de € 480.000), mas que é bem realizado e roteirizado, por uma dupla quase que improvável.


Veronika Franz, roteirista por profissão e esposa do produtor Ulrich Seidl e o montador Severin Fiala, assinam juntos a direção e o roteiro deste filme de terror. Na estória, é o auge do verão austríaco. Numa casa isolada na zona rural entre bosques e o campo residem dois irmãos gêmeos, de 10 anos, que estão esperando por sua mãe.


Quando ela volta, com o rosto cheio de curativos e coberto por ataduras, após uma cirurgia plástica, nada é como era antes. Distante e misteriosa, ela se fecha no mundo dela e não interage mais com os filhos ou com o mundo exterior. Começando a duvidar que esta mulher seja realmente sua mãe, os meninos decidem descobrir a verdade a qualquer preço.


Os gêmeos são vividos pelos irmãos Lukas e Elias Schwarz, que no filme os roteiristas nem tiveram a preocupação em criar nomes para os personagens, isso facilitou o tratamento direto com crianças, é mais simples e em nada mudaria a trama. A atuação dos dois é excelente, em vários momentos não temos a certeza de quem é quem, se confundem em atuações realmente fortes e convincentes.


No papel da misteriosa mãe está Susanne Wuest, lembrada por Antares, que perde sem medo sua beleza germânica nas mãos dos inconformados filhos. Em alguns momentos de maior tensão, algumas torturas realmente colocam à prova o talento dos três personagens na execução deste longa.


Apesar do enorme atraso em ser lançado no Brasil (agosto de 2014 no Festival de Veneza, janeiro de 2015 na Áustria e abril de 2015 em Portugal) deve ser visto por quem gosta de uma variação do tema terror, visto pelos olhos europeus.


Boa Noite, Mamãe foi o indicado pelo país para concorrer este ano ao Oscar® de filme estrangeiro, não chegou entre os 5, mas é quase um milagre gastar tão pouco, envolver tão pouca gente e acabar surpreendendo. Estamos vivendo uma nova era no cinema, parece que a contenção de gastos revela uma execução mais voltada à criatividade sem perder o bom gosto e a qualidade. Vale muito a pena conferir!


A gente se encontra na semana que vêm!

Beijos & queijos

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