Volkswagen encerra campanha de deslançamento da Kombi com vĂ­deo do ‘voltar para casa’
 
  • ApĂ³s 63 anos de histĂ³ria no mundo, a Kombi retorna ao local de sua origem
  • VĂ­deo conta como foram cumpridos os “Ăºltimos desejos” da Kombi
  • ProduĂ§Ă£o exigiu seis meses de trabalho e viagens por trĂªs continentes

Texto e fotos: Volkswagen
 
A campanha publicitĂ¡ria que marcou o final da fabricaĂ§Ă£o da Kombi, em dezembro do ano passado, estĂ¡ sendo encerrada pela Volkswagen com um vĂ­deo sobre “o Ăºltimo desejo” do veĂ­culo que fez sucesso ao longo de 63 anos de histĂ³ria no mundo.
““Voltar para casa” Ă© o tema do documentĂ¡rio, que termina com a ida da Kombi Last Edition – versĂ£o especial de despedida da Kombi – ao seu lugar de origem.
A Kombi começou a ser fabricada na Alemanha, em 1950. Fabricada no Brasil desde 02 de setembro de 1957, a Kombi foi produzida no Brasil por 56 anos consecutivos. A Ăºltima Kombi produzida no mundo saiu da fĂ¡brica da Volkswagen em SĂ£o Bernardo do Campo, em dezembro de 2013.


Para marcar o final da longa existĂªncia do modelo no PaĂ­s, a Volkswagen lançou uma sĂ©rie especial de 1.200 unidades, a Kombi Last Edition – com pintura bicolor estilo “saia e blusa” e detalhes especiais, como interior diferenciado e cortinas nas janelas.
Ao mesmo tempo, a Volkswagen promoveu uma inĂ©dita campanha de “deslançamento” do modelo, que incluiu um site especial, aberto para receber histĂ³rias de proprietĂ¡rios e outras pessoas para quem a Kombi teve papel importante em suas vidas. O site da Kombi recebeu quase 300 relatos, todos marcados por uma profunda carga emocional. Com base nesses relatos, a Volkswagen publicou o “testamento” da Kombi, contendo seus “15 Ăºltimos desejos”, que incluĂ­am premiar alguns dos autores das histĂ³rias recebidas e, no final, a vontade de retornar para casa para rever a famĂ­lia.
“A histĂ³ria da Kombi no Brasil envolve uma intensa interaĂ§Ă£o com o paĂ­s e, em particular, com a vida de milhares de pessoas que conviveram com ela das mais diferentes maneiras. NĂ£o seria justo encerrar sua produĂ§Ă£o sem registrar como isso ocorreu e sem homenagear um veĂ­culo que contribui tanto para a vida de seus proprietĂ¡rios e suas famĂ­lias”, explica Carlos Leite, gerente de Produto e Marketing de Comerciais Leves da Volkswagen do Brasil.

ProduĂ§Ă£o trabalhosa
A produĂ§Ă£o do vĂ­deo exigiu cerca de seis meses de trabalho. A peça, que serĂ¡ veiculada no site www.vw.com.br/kombi, Ă© narrada na primeira pessoa pela atriz Maria Alice Vergueiro e contĂ©m cenas com personagens que viveram histĂ³rias especiais com a Kombi, entre elas o designer americano Bob Hieronimous, visitado em sua residĂªncia em Owing Mills, na regiĂ£o de Baltimore, nos Estados Unidos. Hieronimous pintou uma Kombi que se tornou famosa nas imagens que documentam o festival de Woodstock, que marcou a histĂ³ria do rock’n’roll, em 1969. Por seu relato, ele foi um dos agraciados pela Kombi em seu testamento.


Em sua trajetĂ³ria de retorno, a Kombi tambĂ©m passou pela cidade de Amersfoort, na Holanda, para rever seu “irmĂ£o”, Ben Pon Jr., cujo pai – primeiro importador da Volkswagen no mundo – foi quem teve a ideia de criar um veĂ­culo de carga usando a mecĂ¢nica do Fusca e com as caracterĂ­sticas que fizeram da Kombi um sucesso universal.

A forma segue a funĂ§Ă£o – a HistĂ³ria da Kombi
A Kombi foi idealizada pelo holandĂªs Ben Pon na dĂ©cada de 1940, que projetou a combinaĂ§Ă£o do confiĂ¡vel conjunto mecĂ¢nico do Volkswagen Sedan em um veĂ­culo de carga leve. Lançada na Alemanha em 1950, o modelo se destacou pela versatilidade, sendo adotada tanto para transporte urbano de carga como para levar passageiros. Seu motor era o quatro-cilindros 1.2l com refrigeraĂ§Ă£o a ar e 25 cv.
Ao lado do Fusca, a Kombi marcou o inĂ­cio das atividades da Volkswagen no PaĂ­s, hĂ¡ 60 anos. Sua montagem começou no ano de 1953, em um galpĂ£o no bairro do Ipiranga, em SĂ£o Paulo.


A partir de 2 de setembro de 1957 o modelo passou a ser efetivamente produzido no Brasil, na FĂ¡brica Anchieta, em SĂ£o Bernardo do Campo. A Kombi foi o primeiro veĂ­culo fabricado pela Volkswagen do Brasil, antes mesmo do Fusca – e o primeiro feito pela empresa fora da Alemanha.
O nome Kombi Ă© uma abreviaĂ§Ă£o, adotada no Brasil, para o termo em alemĂ£o Kombinationsfahrzeug, que em portuguĂªs significa “veĂ­culo combinado” ou “combinaĂ§Ă£o do espaço para carga e passeio”. Na Alemanha o modelo recebeu o nome VW Bus T1 (Transporter NĂºmero 1).
A versĂ£o brasileira trouxe em seu lançamento o mesmo motor de quatro cilindros contrapostos (“boxer”) de 1.200 cm³ refrigerado a ar, mas com potĂªncia de 30 cv.
Com estrutura leve, do tipo monobloco, e carroceria em forma de “caixa”, a Kombi oferecia amplo espaço interno abrigado e capacidade para transportar uma tonelada de carga. Ao mesmo tempo, era um veĂ­culo muito fĂ¡cil de manobrar. Resistente, econĂ´mico e de mecĂ¢nica simples, foi amplamente aceita no mercado nacional.
AlĂ©m das versões com janelas traseiras de vidro ou furgĂ£o, a Kombi tambĂ©m foi fabricada como pick-up, com cabine simples ou cabine dupla.
Menos de quatro anos apĂ³s seu lançamento no Brasil foi introduzido no mercado nacional o modelo de seis portas, nas versões luxo e standard, com transmissĂ£o sincronizada e Ă­ndice de nacionalizaĂ§Ă£o de 95%. A versĂ£o pick-up surgiu em 1967, jĂ¡ com motor de 1.500 cm³ (potĂªncia bruta de 52 cv) e sistema elĂ©trico de 12 volts.
A trajetĂ³ria internacional da Kombi brasileira se iniciou com as exportações da Volkswagen do Brasil nos anos 1970 para mais de 100 paĂ­ses. Os principais mercados externos da Kombi foram ArgĂ©lia, Argentina, Chile, Peru, MĂ©xico, NigĂ©ria, Venezuela e Uruguai.
Em 1975, a Kombi passou por uma reestilizaĂ§Ă£o e tambĂ©m teve a cilindrada do motor ampliada para 1.600 cm³. A potĂªncia bruta era de 58 cv. TrĂªs anos mais tarde, esse motor 1.6l ganhou dupla carburaĂ§Ă£o, o que aumentou sua potĂªncia bruta para 65 cv.
A opĂ§Ă£o com motor 1.6l a diesel surgiu em 1981. Com quatro cilindros em linha e refrigerado a Ă¡gua, esse motor desenvolvia potĂªncia de 60 cv e era oferecido para as carrocerias furgĂ£o e pick-up – a opĂ§Ă£o cabine dupla tambĂ©m foi introduzida naquele mesmo ano.
Em 1982 foi introduzida a versĂ£o movida a etanol do motor 1.6l. Com taxa de compressĂ£o de 10:1 e novo coletor de admissĂ£o, entre outras modificações, o motor desenvolvia potĂªncia de 56 cv.
No ano seguinte, a Kombi ganhou painel e volante novos, alĂ©m da alavanca do freio de mĂ£o, que sai do assoalho e passa para debaixo do painel. As versões a diesel e cabine dupla incorporaram novidades e itens de conforto como cintos de segurança de trĂªs pontos, bancos dianteiros com encosto de cabeça e temporizador para o limpador do para-brisa, entre outros.
A Kombi foi o primeiro utilitĂ¡rio nacional equipado com catalisadores, em 1992. Naquele ano tambĂ©m foi introduzido o sistema de servo-freio a vĂ¡cuo, incluindo discos na dianteira e vĂ¡lvulas moduladoras de pressĂ£o para as rodas traseiras.
Em 1997 chegou a Kombi Carat, que apresentava soluções como teto mais alto (recurso que passou a ser adotado em toda a linha), porta lateral corrediça e a ausĂªncia da parede divisĂ³ria atrĂ¡s do banco dianteiro. As mudanças foram realizadas sem abrir mĂ£o da versatilidade e da economia exigidas por seus fiĂ©is consumidores. A potĂªncia do motor 1.6l era de 52 cv.


No fim de 2005, a Kombi se tornou flexível, recebendo o motor quatro-cilindros 1.4 Total Flex da família EA111, capaz de rodar com gasolina, etanol ou qualquer mistura dos dois combustíveis. Com arrefecimento a líquido, o modelo se tornou até 34% mais potente e cerca de 30% mais econômico do que o antecessor, refrigerado a ar.
Um dos pontos fortes em sua comercializaĂ§Ă£o sempre foi a fĂ¡cil adaptaĂ§Ă£o para os mais diversos tipos de uso: a Kombi foi usada como ambulĂ¢ncia, viatura policial, veĂ­culo do Corpo de Bombeiros, veĂ­culo de lazer, escritĂ³rio volante, biblioteca circulante, carro funerĂ¡rio, lanchonete e atĂ© carro de reportagem de televisĂ£o e rĂ¡dio, entre muitas outras versões.