Era para ser uma coluna falando das duas grandes corridas do fim de semana que levaram o Hélio Castroneves de volta a liderança do campeonato e que ratificaram Vettel como o favorito a ser o tetracampeão mais jovem da Fórmula 1, mas só que não

Parece que a grande preparação e dedicação que os norte-americanos têm com suas coisas e seus eventos não conseguem chegar aos vizinhos canadenses. Não é a primeira vez que acontecem acidentes esdrúxulos durante corridas de automóveis, aliás, quase sempre aqueles que estão na situação extra-pista são vitimas da falta de preparo e da atenção aos detalhes.
Voltando aos anos 80, lembro de uma cena patética que resultou na morte de um fiscal de pista em uma prova da Fórmula Indy. Durante uma bandeira amarela, alguns fiscais correram em meio aos carros de corrida que passavam em velocidade menor mas não menos perigosa, quando um deles chegou perto demais e foi tragado pela roda traseira de um dos carros. Uma cena terrível que não me sai da cabeça, mas que nem o Youtube nem o Google me ajudaram a encontrar.
De lá pra cá mais aconteceram mais, os que ficaram marcados foram dois: a roda que se desprendeu do carro do Villeneuve e matou um fiscal fora da pista e a demora no resgate do Kubica depois do seu impressionante acidente. Em ambos os casos, os fiscais acabaram sendo o centro das atenções. No caso da roda, embora tenha sido uma fatalidade e uma tremenda falta de sorte, o fiscal estava fora do local de segurança, longe daquela gaiola que protege quem tem que dar sinal de bandeira, ele estava no vão aberto na grade e a roda o acertou em cheio. Já no caso do Kubica, a ação na hora de resgatar o piloto foi questionada em todas as esferas pois poderiam ter causado lesões graves ao piloto tamanho era o desespero em virar o carro e tira-lo de lá.



Nesse fim de semana não foi diferente. Nas duas fotos podemos ver o fiscal na hora do resgate do carro e logo após ser atropelado pelo trator que fazia o transporte. A fatalidade aconteceu porque ele, que estava na frente do trator, deixou o rádio cair e se abaixou para pegar. Escorregou, e ficou embaixo do trator, que o atropelou e matou. Uma cena dantesca, daquelas de comédias dos anos 1930 do cinema americano, sem propósito e absurda. Perde-se uma vida por completo despreparo de voluntários que querem estar perto do grande evento.
Infelizmente essa fatalidade deve servir de exemplo, inclusive para nós brasileiros porque, mesmo em um país como o Canadá a falta de comprometimento dos organizadores e das entidades que regulam o esporte acabam por ocasionar esse tipo de vítima inocente e despreparada.
Não me lembro de nenhum caso desse tipo no Brasil, isso temos de bom, somos atentos ao perigo porque quem tem c... tem medo. Muito se deve aos nossos diretores de prova, pessoas dedicadas e sempre ligadas ao menor sinal de problemas na orientação aos voluntários, e acredito que o “bagunçado” Brasil nunca vai ter essa fama do “organizado” Canadá.

A gente se encontra na semana que vem!

Beijos & queijos

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