Um rodeio texano com um salto nos compostos

Texto e fotos: Pirelli

Chegou novamente a hora de hastear as estrelas e listras, enquanto a Fórmula 1 ruma para Austin, no Texas, neste fim de semana. Para o evento no Circuito das Américas, presente no calendário desde 2012, as equipes terão à disposição uma combinação de compostos que traz um passo extra entre o Duro e o par Médio–Macio. Será um experimento interessante para verificar se isso pode proporcionar uma maior variedade de estratégias em uma das pistas mais completas do calendário.

O GP dos Estados Unidos será a segunda corrida da temporada em que a Pirelli leva três compostos não consecutivos, a última vez foi em Spa-Francorchamps, e os pneus disponíveis serão novamente o C1 como Duro, o C3 como Médio e o C4 como Macio. Na Bélgica, o mau tempo impediu que se descobrisse como essa escolha poderia ter influenciado as estratégias, portanto o evento em COTA pode representar o primeiro teste real dessa combinação, que traz um composto Duro mais rígido do que o utilizado no ano passado na pista americana, enquanto o Médio e o Macio permanecem os mesmos. A diferença de performance aumentada entre o composto mais duro e o intermediário deve, teoricamente, gerar dois cenários. Se os pilotos optarem pelo C1, o mais lento, mas também o mais consistente dos três, poderão realizar uma corrida de uma parada, combinando-o com o C3. Por outro lado, utilizar o C3 junto com o C4, que apresenta melhor resistência à degradação, proporcionaria voltas mais rápidas, mas quase certamente exigiria duas paradas. Outra semelhança com a etapa belga é que Austin também adota o formato Sprint, o que significa que as equipes terão apenas uma hora de treinos livres para testar as diversas opções em simulações curtas e longas — um fator que pode aumentar ainda mais a incerteza sobre o desenrolar do fim de semana.

O GP no Circuito das Américas é disputado ao longo de 56 voltas, em sentido anti-horário. O traçado, com 5,513 quilômetros de extensão e 20 curvas, incorpora trechos inspirados em circuitos lendários da Fórmula 1, com curvas que remetem à sequência Maggots-Becketts de Silverstone, a Suzuka, Hockenheim e até o famoso traçado de Istambul Park. Um dos elementos mais marcantes é a variação de altitude de 41 metros, especialmente perceptível na íngreme subida logo após a linha de largada. A variedade de curvas exige um acerto versátil, capaz de oferecer boa velocidade final, mas também estabilidade nas seções mais técnicas. A carga sobre os pneus é bem equilibrada entre os eixos dianteiro e traseiro, mas as forças laterais são maiores que as longitudinais devido às curvas de alta velocidade e às mudanças rápidas de direção. O desgaste dos pneus é normalmente de natureza térmica e também é influenciado pela temperatura ambiente, que ainda pode ser bastante elevada no Texas em outubro. No ano passado, durante a corrida, os termômetros ultrapassaram os 30°C, e o cenário para o próximo fim de semana deve ser semelhante. O traçado foi parcialmente recapeado no ano passado, tornando-se mais liso e menos acidentado do que no passado.
O GP dos Estados Unidos é a segunda etapa do calendário disputada em solo americano, após Miami, com Las Vegas ainda por vir. Ao longo dos anos, o evento que leva esse nome já passou por seis circuitos diferentes: desde a corrida inaugural em Sebring (1959) até a 45ª edição realizada em Austin. No entanto, COTA (Circuito das Américas), com 12 edições, não é o circuito que mais recebeu o GP dos EUA, esse recorde pertence a Watkins Glen (Nova York), que sediou 20 provas entre 1961 e 1980. O Indianapolis Motor Speedway recebeu oito corridas entre 2000 e 2007, enquanto Detroit sediou quatro edições (1985–1988) e Phoenix, três (1989–1991). Já Sebring (1959), Riverside (1960) e Dallas (1984) tiveram apenas uma edição cada. Lewis Hamilton detém o recorde de vitórias no país, com seis no total, cinco em Austin e uma em Indianápolis, apenas uma a menos que Michael Schumacher, vencedor de cinco vezes em Indianápolis. Os dois estão empatados em poles position, com quatro cada. Hamilton também conquistou dois de seus títulos mundiais no Texas: o terceiro em 2015 e o sexto em 2019. Entre as equipes, a Ferrari é a mais vitoriosa nos Estados Unidos, com 11 triunfos: duas vitórias em Watkins Glen, cinco em Indianápolis e quatro em Austin.