Fórmula 1 de volta ao berço

Texto e fotos: Pirelli

A metade da temporada da F1 marca o retorno para onde tudo começou há 75 anos. O primeiro GP válido pelo Mundial de Pilotos aconteceu em 13 de maio de 1950 em Silverstone, uma pista disposta em um antigo aeródromo militar da Segunda Guerra Mundial.

Há uma mudança importante na escolha dos compostos para esta etapa. A Pirelli escolheu o C2 como Duro, C3 como Médio e C4 como Macio, escolha que é um passo mais macia que no ano anterior. O objetivo, em conjunto com a FIA, a F1 e as equipes, é criar uma gama maior de opções de estratégias para a corrida. Em 2024, quando o C3 foi o Macio, ele foi usado por poucos pilotos durante a parte final da corrida após a chuva. Este ano, como o Médio, ele promete ter um papel importante em várias fases da corrida. Para aqueles que planejam apenas uma parada, o stint deve ser gerenciado com cuidado, enquanto se espera um tempo maior de corrida. Também é importante levar em consideração na equação que o tempo necessário para a troca dos pneus não é longo (em média de 20,5 segundos) e que, em disputa, as ultrapassagens são possíveis.

Silverstone já sediou 59 GPs, mais eventos do Campeonato Mundial do que qualquer outro circuito, com exceção de Monza (74). Seu traçado permaneceu praticamente inalterado ao longo dos anos. Com 5.861 metros de extensão, é uma das pistas mais longas do calendário, contando com 18 curvas (10 para a direita e 8 para a esquerda). Algumas delas, como o complexo Maggots-Becketts-Chapel, envolvem mudanças rápidas e em alta velocidade de direção, o que gera forças laterais muito intensas, semelhantes às de Spa-Francorchamps e Suzuka. O circuito é utilizado praticamente o ano todo por categorias de corrida de quatro e duas rodas, o que garante boa aderência desde a primeira sessão de treinos livres na sexta-feira, auxiliada ainda pelo fato de a pista ter um nível de abrasividade classificado como médio-baixo. Apesar de ocorrer no auge do verão, o clima inglês costuma ser imprevisível, com variações bruscas de temperatura e a possibilidade repentina de vento e chuva, o que pode mudar completamente o cenário da corrida, como aconteceu no ano passado.
A quinta-feira, 3 de julho, marca o início do 76º GP da Grã-Bretanha, que, ao lado do GP da Itália, tem a honra de ser uma das únicas corridas presentes em todas as temporadas do Campeonato Mundial. A prova britânica também já foi disputada em Aintree (cinco vezes) e Brands Hatch (12 vezes). Silverstone ainda sediou o GP do 70º Aniversário da F1, na temporada de 2020 afetada pela pandemia de Covid-19. Sir Lewis Hamilton é o maior vencedor do GP britânico, com nove vitórias em casa — um recorde. Sua atual equipe, a Ferrari, é a escuderia com mais triunfos no evento: 18 no total. Hamilton também lidera em número de poles (7) e pódios (14), enquanto seu compatriota Nigel Mansell detém o recorde de voltas mais rápidas em corrida (7). Entre as equipes, a Ferrari lidera os rankings de poles (16), pódios (59) e voltas mais rápidas (21). A Grã-Bretanha é o país que mais forneceu pilotos à Fórmula 1, com um total de 179 representantes. Em 1120 corridas houve, ao menos, um piloto britânico no grid. A bandeira do Reino Unido já foi hasteada por 20 campeões mundiais, para 319 vitórias, 308 poles, 787 pódios e 282 voltas mais rápidas em corrida.