Com 10 indicações ao Oscar® 2025, a obra é um relato forte e abrangente da vida e obra do arquiteto húngaro
Texto: Eduardo Abbas
Fotos: Universal Pictures
É preciso muita paciência para conhecer o legado desse polêmico refugiado judeu durante a metade do Século XX, afinal, são mais de 3 horas e 30 minutos de projeção (calma, tem intervalo) de um dos filmes mais importantes e bem realizados do ano.
Já está em cartaz nos cinemas brasileiros O Brutalista (Brookstreet Pictures, Kaplan Morrison, Universal Pictures), um roteiro brilhante e uma direção segura feitos por Brady Corbet, que mostra sem nenhum pudor a face mais perversa dos americanos no pós-guerra.
No longa, o arquiteto László Toth (magistralmente interpretado por Adrien Brody) chega à América fugindo da Europa para reconstruir a vida, trabalho e o casamento com Erzsébet (a ótima Felicity Jones), depois da separação forçada por mudanças de fronteiras e regimes.
Sozinho, László se estabelece na Pensilvânia, onde o rico e proeminente industrial Harrison Lee Van Buren (Guy Pearce em atuação espetacular) reconhece seu talento, mas poder e legado têm custos muito altos.
Uma sacada espetacular foi o uso da técnica VistaVision na captação das imagens, ele é mais amplo na horizontal que vertical, aumenta a percepção e dá mais profundidade principalmente em cenas sem movimento, no filme que fala de arquitetura, é quase como se você visse pelos olhos do engenheiro.
Claro que isso valeu a indicação do cineasta inglês Lol Crawley, que usou a técnica com requintes de jogo de luzes em quase todas as cenas internas. O montador húngaro Dávid Jancsó fez uma edição calma, ritmada e às vezes cansativa, mesmo assim ele foi lembrado pela academia.
Agora, o filme vale muito pela direção de arte, Judy Becker dá novamente um show, as reconstituições de época são precisas e cheias de detalhes, tudo para criar uma atmosfera muito convincente mesmo nas cenas mais pesadas, e coloca pesada nisso!
Com um orçamento muito modesto declarado de US$ 10 milhões, O Brutalista tem tudo para agradar os apaixonados por obras de arte, sejam elas em cimento aparente ou películas cinematográficas, chega ao Teatro Dolby no dia 2 de março com jeito de melhor filme do ano.
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