Um suspense de tirar o fôlego com duas atrizes espetaculares

Texto: Eduardo Abbas
Fotos: Imagem Filmes / Califórnia Filmes

Nem sempre ótimos livros se transformam em excelentes filmes, é uma condição rara por ela se basear em vários elementos que compõem a produção cinematográfica. Independentemente disso, as autoras mulheres geralmente têm muito sucesso quando suas obras são adaptadas, talvez pelo olhar e narrativa mais intimista e próxima da realidade, mesmo na ficção. Para se ter ideia, entre grandes obras literárias e cinematográficas estão Orgulho e Preconceito de Jane Austen, Frankenstein de Mary Shelley, Assassinato no Expresso do Oriente de Agatha Christie e o arrebatador E o Vento Levou de Margaret Mitchell.

Seguindo essa trilha, a autora belga Barbara Abel é autora de um thriller psicológico que virou filme com o mesmo nome do livro. Estreia quinta-feira nos cinemas brasileiros Instinto Materno (Anton, Freckle Films, Mosaic, Versus Production, Wheelhouse Productions, Imagem Filmes, Califórnia Filmes), um longa que tem ótimo roteiro, mas acaba tropeçando na falta de experiência do diretor, mesmo assim são 94 minutos de show das duas atrizes principais, elas também assinam a produção.

O longa marca a estreia do cineasta francês Benoît Delhomme na direção, que poderia ter sido um desastre se não contasse com a ajuda feminina de Sarah Conradt no roteiro, Juliette Welfling na montagem e Anne Nikitin na música para contar a história da vida aparentemente perfeita das amigas Alice (Jessica Chastain) e Céline (Anne Hathaway) que desmorona após um trágico acidente e a medida que a culpa toma conta das famílias.

O longa ambientado nos anos 1960 nos Estados Unidos, tem cenários, locações e figurinos cuidadosamente escolhidos para as exuberantes atuações de Jessica e Anne. A aula de interpretação das duas atrizes faz com que a atenção fique presa a cada palavra, gesto, olhar e são enriquecidos pela montagem suave, pouco reveladora, conduzida pela trilha sonora sensível e forte ao mesmo tempo.

Instinto Materno não é para toda família, a Classificação Indicativa é de 14 anos por causa de drogas lícitas, temas sensíveis e violência, é um retrato forte de uma situação inesperada que muda a vida de muitas pessoas, é imperdível para quem gosta de cinema bem feito e interpretações contundentes, principalmente aquelas que vivem o papel mais importante do mundo, o de mãe.

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