A continuação do clássico épico surpreende na realização e nas interpretações
Texto: Eduardo Abbas
Fotos: Warner Bros. Pictures
No cinema existe a desconfiança que a sequência de um filme nunca é melhor que a primeira versão, ainda bem quem nem sempre é assim, O Poderoso Chefão 2, Star Wars: O Império Contra-Ataca, O Exterminador do Futuro 2, Batman: O Cavaleiro das Trevas, Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban vieram depois e suas realizações são tão ou até melhores que o antecessor.
Fazia tempo que não aparecia alguma continuação assim, mas Denis Villeneuve chegou para mudar esse marasmo e apresentar uma espetacular obra cinematográfica que estreia hoje nos cinemas brasileiros. Duna: Parte 2 (Legendary Entertainment, Warner Bros. Pictures) coloca o canadense em um pedestal muito alto, é certamente o melhor cineasta de sua geração.
Ele escreveu, produziu e dirigiu a nova estória que explora a jornada mítica de Paul Atreides (Timothée Chalamet) ao lado de Chani (Zendaya) e dos Fremen. Isso pode levá-los à guerra, Paul quer se vingar dos conspiradores que destruíram sua família, mas tem uma difícil escolha entre o amor de sua vida e o destino do universo conhecido.
Durante 166 minutos Villeneuve vai te levar a um mergulho nesse universo criado para tela gigante, a riqueza de detalhes e os ricos figurinos harmonizam com os cenários reais e virtuais, é uma realização épica e muito bem cuidada.
O estrelado elenco tem, além do casal, Rebecca Ferguson, Josh Brolin, Austin Butler, Florence Pugh, Dave Bautista, Christopher Walken, Stephen McKinley Henderson, Léa Seydoux, Stellan Skarsgård, Charlotte Rampling, e Javier Bardem, os papeis são cuidadosamente escritos e as atuações de cada personagem são sempre criveis.
Claro que o filme usa, na maior parte do tempo, efeitos visuais e especiais, as criações da DNEG (Double Negative) são muito próximas da realidade, a fotografia de Greig Fraser feita com captação digital usando as modernas Arri Alexa IMAX e lentes Panavision H-Series, ganham um tom alaranjado típico dos desertos da Jordânia e Emirados Árabes Unidos onde foram feitas as cenas externas.
A trilha sonora de Hans Zimmer pontua a montagem de Joe Walker, parceiro antigo do diretor, ele consegue variar bastante o ritmo da narrativa, por ter uma duração longa, é muito difícil se manter sempre em alta rotação, mas o editor consegue nos momentos de calmaria usar detalhes inesperados que completam e surpreendem nas cenas com mais diálogos.
Duna: Parte 2 é uma realização bem ao estilo de Villeneuve, orçamento de US$ 190 milhões, imagens deslumbrantes, força nas atuações e, por causa da violência, restrição de idade em 14 anos. É uma obra para ser conferida, de preferência em sala IMAX, é a segunda parte que já deixa vontade de ver a terceira, é a melhor realização do ano daquele que já deixou de ser promessa e entrou na galeria dos grandes de Hollywood.
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