Baseado em verdades e mentiras, o filme é um terror raiz
Texto: Eduardo Abbas
Fotos: Diamond Films
A Inglaterra é berço de diversas histórias, algumas até verdadeiras, sobre maldições e assombrações, tudo que começa errado segue perturbando a sua vida e de seus descendentes, isso acontece também com barcos construídos lá, e esse navio, batizado em homenagem a rainha Maria de Teck, consorte do Rei Jorge V, leva essa tradição que insiste em atravessar o oceano.
Isso acontece com o RMS Queen Mary, transatlântico que descansa desde 1967 em Long Beach na Califórnia depois de mais de 1.000 travessias do oceano, ele virou atração turística, hotel, museu, local de eventos e serviu de inspiração e cenário para um longa que estreia hoje nos cinemas brasileiros.
Em A Maldição do Queen Mary (Fulwell 73, Imagination Design Works, Rocket Science, White Horse Pictures, Diamond Films) a imaginação baseada em fatos e lendas de Gary Shore, roteirista e diretor do longa, faz com que durante os 125 minutos de exibição mais a apresentação dos créditos finais em sentidos diferentes (aguarde!), deixem a incomoda sensação de “o que foi isso?”.
Vou dar como spoiler informar que a narração não tem nada de linear, Anne (Alice Eve), seu marido Patrick (Joel Fry) e o filho Lukas (Lenny Rush) embarcam no navio já ancorado e uma série de eventos aterrorizantes entrelaçam a família com o passado sombrio do Queen Mary. A direção de Shore é pouco criativa, o elenco é composto de muitas figuras desconhecidas do público brasileiro e algumas tem exageros na representação, o diretor não soube segurar o ímpeto de alguns atores cujos personagens tentavam sobrepor aos dos protagonistas. Em contrapartida, os figurinos e a maquiagem são muito competentes e seguem uma lógica correta em relação aos eventos, na verdade contam a história no visual sem precisar necessariamente do texto.
A fotografia de Isaac Bauman é a tradicional de filmes de terror, usa e abusa de cenas escuras, em alguns casos fica nítido quando os efeitos criados pela dinamarquesa Surpreeze são inseridos, por causa do tratamento dado a imagem. A montagem final de Colin Campbell consegue dar alguns sustos na plateia, sempre apoiados na trilha sonora criada pelos irmãos Jason e Nolan Livesay.
A Maldição do Queen Mary está remando nas telas do mundo desde julho, tem orçamento divulgado de US$ 15 milhões, tenta emplacar uma nova forma de fazer terror com suspense e drama sem gastar muito, vale ser conferido por quem gosta do gênero e da beleza da protagonista, é impossível deixar a inglesa Alice Eve feia.
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