- Os emplacamentos de veículos se mantém positivos no acumulado;
- Houve uma pequena queda em setembro impactada por 3 dias úteis a menos;
- O crédito restrito e a perda do poder de compra da população impedem uma recuperação mais acelerada.
Texto e fotos: Eduardo Abbas / Fenabrave
O Brasil não é para amadores! Mesmo andando na contramão do resto do mundo, com números da economia apontando para o alto, graças a uma bem resolvida atitude tomada no governo anterior, ainda sofremos com a crise. Com a projeção de um PIB positivo perto de 3%, inflação em torno de 5%, um primeiro trimestre do ano acima do esperado, ainda choramos por outros países que não fizeram direito a lição de casa depois da pandemia.
O Inacreditável Futebol Clube parece que norteia as ações atrapalhadas do novo governo, prejudica o setor produtivo por conta de políticas protecionistas classistas e força os empresários a procurar alternativas e se reinventar, segundo o presidente da Fenabrave, Andreta Jr., "o concessionário tem que diversificar seu ponto de venda e oferecer outros produtos e serviços, o mundo mudou e o jeito de comprar também".
Com todo esse vento contra, em setembro, de acordo com levantamento realizado pela Fenabrave, os emplacamentos de veículos tiveram queda de 5,4%, na comparação com agosto. Já em relação ao mesmo mês de 2022, houve alta de quase 4,8%. Com isso, no acumulado ano, considerando janeiro a setembro, o setor registra crescimento de 12,5%, em quase todos os segmentos, a exceção foram os caminhões. “Apesar da queda em setembro, justificada pelo número menor de dias úteis, de maneira geral, o mercado demonstrou recuperação nas vendas diárias em relação a agosto. No entanto, os desafios do setor automotivo permanecem, com o crédito restrito e a diminuição do poder de compra da população ainda dificultando o acesso das pessoas a veículos novos”, analisa Andreta Jr.. Segundo dados da entidade, a média de emplacamentos diários de automóveis e comerciais leves foi de 8.560 unidades, em agosto, contra 9.372 unidades em setembro, num aumento de quase 9,5% de um mês para o outro. “Isso mostra que o mercado está se reerguendo, em boa parte graças às vendas corporativas, mas ainda num ritmo abaixo do esperado para a escala necessária, principalmente, no varejo”.
Automóveis e Comerciais leves - Os segmentos se recuperaram nos emplacamentos diários, na comparação com agosto. “Os resultados foram superiores à média mensal do ano, especialmente, sobre os emplacamentos do 1º semestre de 2023, lembrando que os meses de julho e agosto foram bastante influenciados pela MP 1.175, que incentivou a aquisição de veículos sustentáveis no País”, diz o Presidente da Fenabrave.
Caminhões - Os emplacamentos de caminhões permanecem em movimento de ajuste de mercado, devido à introdução do EURO 6. “O segmento veio de dois anos muito positivos, mas o crédito restrito e o ajuste de preços dos novos modelos afetou o desempenho do mercado. Ao menos, tivemos evolução nos emplacamentos diários na comparação com agosto”, afirma Andreta Jr.
Ônibus - Apesar da ligeira retração no mês, o segmento segue positivo em 2023. “Os emplacamentos de ônibus passam por um momento de consolidação da recuperação iniciada ainda em 2022. Esse, que foi um dos segmentos mais impactados pela pandemia, vem se recuperando e mais ainda neste ano, quando foi beneficiado pelo Programa Caminho da Escola, cuja implantação foi efetiva para o setor. Temos, inclusive, informação de que, no próximo dia 9 de outubro, serão licitados mais 16.300 ônibus, como parte deste Programa, o que impactará, positivamente, o ano de 2024 também, já que não haverá tempo para a transação efetiva ser concluída ainda este ano” , afirma o Presidente.
Implementos Rodoviários - Os emplacamentos de implementos mantêm ritmo positivo ao longo do ano. “Apesar da oscilação de caminhões, segmento que costuma apresentar resultados equivalentes, os implementos apresentam números positivos e consistentes ao longo de 2023, mostrando que haverá um descolamento maior de caminhões este ano, em função de uma renovação de frota que não ocorreu em 2022”, analisa.
Motocicletas - O segmento de motocicletas continua aquecido em 2023, apesar da alta restrição de crédito. “Mesmo com dificuldades para obtenção de financiamentos bancários, os consumidores têm movimentado o mercado apoiados pelo consórcio, por exemplo, e impulsionados pela mudança comportamental da população, que passou a utilizar mais serviços de entrega, transporte individual e, também, realizar a substituição do segundo automóvel pela moto”, diz Andreta Jr., que se mostra preocupado com a produção de outubro, em função da seca na Região Amazônica.
Tratores e Máquinas Agrícolas - “O segmento teve melhora em função do faturamento de pedidos que estavam em carteira e, também, da necessidade de tratores para plantio da Safra 23/24”, diz Andreta Jr.. (Por não serem emplacados, Tratores e Máquinas Agrícolas apresentam dados com um mês de defasagem, pois dependem de levantamentos junto aos fabricantes).
Automóveis, Comerciais Leves e Motocicletas Eletrificados - Os automóveis e comerciais leves eletrificados somaram 8.458 emplacamentos no mês, sendo 6.629 híbridos e 1.829 elétricos. No ano, são 57.522 unidades emplacadas, com os híbridos representando 86,6% do total emplacado, as motocicletas eletrificadas somam 6.473 unidades no ano até o momento. Em setembro, foram emplacadas 665 unidades, contra 705 em agosto, cujo mês foi prejudicado por problemas nas importações.
- Automóveis e Comerciais leves - Em função das Medidas Provisórias, editadas pelo Governo, e do aumento das vendas corporativas, esses segmentos deverão apresentar 7,3% de crescimento este ano, contra uma expectativa inicial de aumento zero;
- Caminhões - Sofrendo forte impacto da troca de tecnologia, do EURO 5 para EURO 6, associado às restrições nas linhas de crédito, o segmento de caminhões, que poderia empatar seus resultados de emplacamentos em relação ao ano passado, agora deverá retroagir entre 20% e 23% este ano;
- Ônibus - Com desempenho surpreendente, devido à recuperação do setor rodoviário e de fretamento, e à velocidade e eficiência na implantação do Programa Caminho da Escola, o segmento de ônibus deverá superar os 5% de aumento previstos para os emplacamentos em 2023, passando para uma projeção de 18,2% de aumento sobre o ano passado;
- Motocicletas - Vivendo uma de suas melhores fases, em função da consolidação da mudança de comportamento do consumidor, no pós-pandemia, com o aumento do transporte individual, entregas e substituição do segundo automóvel, as motocicletas, que iniciaram o ano com uma projeção de aumento de 9%, nos emplacamentos, agora têm uma expectativa de crescimento de mais de 20% este ano. A única preocupação do segmento está relacionada aos problemas no transporte fluvial, devido à seca existente na Região Amazônica, que deve persistir até o final deste ano;
- Implementos Rodoviários - Normalmente, acompanhando o ritmo de vendas dos caminhões, este ano, os implementos rodoviários se descolaram dos emplacamentos, e passaram de uma projeção de queda de 10%, em 2023, para um aumento de 6,0% este ano, em função da renovação da frota que não aconteceu em 2022, notadamente, ligada ao segmento de extrapesados.
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