Na reta final da franquia, fica a pergunta: por que Tom Cruise é esquecido pela academia?

Texto: Eduardo Abbas
Fotos: Paramount Pictures

Vale a reflexão: depois de tudo que Thomas Cruise Mapother IV já fez no cinema desde o começo dos anos 80, não seria o momento de passar a mão na cabeça e fazer um agrado? Tá certo que hoje ele é mais ação que emoção, mas um excelente ator dramático deu nova vida ao cinema de aventura e ação, e que aventura e ação!

Já está entre nós um dos filmes mais aguardados do ano, não somente pela presença do seu astro principal, mas também pelas sempre ousadas cenas que ele executa, em Missão: Impossível - Acerto de Contas Parte 1 (Skydance Media, TC Productions, Paramount Pictures) Tom Cruise não se contenta em retomar o personagem que ele vive há mais de 25 anos, ele ousa ao extremo nas cenas criadas e aperfeiçoadas por ele durante esse período e de quebra ainda assina a produção.

O roteiro, produção e direção ficaram com Christopher McQuarrie, o parceiro de outros filmes com o ator é um cara que realmente “compra” todas as idéias de Cruise. Com firmeza e certeza de estar fazendo um longa sem precedentes, a nova aventura faz Ethan Hunt (Tom) e o IMF embarcarem na missão mais perigosa até aqui: rastrear uma nova arma que ameaça o mundo, uma corrida mortal se inicia e ele se vê forçado a considerar que nada é mais relevante do que a missão, nem mesmo as pessoas que importam.

O enorme elenco traz velhos rostos e novas estrelas, todos participam ativamente das mais ousadas cenas de ação realizadas dentro e fora de cidades. Destruição de veículos e objetos, cenas de lutas espetacularmente coreografadas, utilização de cenários reais em grande parte dos 163 minutos de exibição, são alinhadas em um roteiro simples, verossímil e muito ousado, as falas cheias de tensão são fartas e pontuam o filme desde os primeiros minutos.

Com poucas intervenções de computadores nos efeitos especiais e visuais, a Industrial Light & Magic alcança um nível muito alto na realização e acabamento, o que surpreende é o áudio, a Soundbyte Studios utilizando Dolby Atmos faz um trabalho onde não existe nenhum detalhe sonoro perdido, desde um suspiro até uma explosão. Tudo isso foi costurado com muita competência por Eddie Hamilton, o editor mantém o ritmo frenético desde o inicio, é uma obra sem defeitos nem arranjos e quase não se percebe seu tempo de exibição.

Como eu disse antes, é uma obra sem igual, a captação teve elementos inovadores e a utilização de equipamentos de primeira linha, câmeras Sony CineAlta Venice IMAX com lentes Panavision e dezenas de Z CAM E2-F6 que são menores e responsáveis pelas imagens subjetivas, com isso a fotografia de Fraser Taggart é limpa, clara e cheia de elementos de suporte, em cenas noturnas, por exemplo, as luzes indiretas indicam a ação e realçam as tomadas de vários ângulos.

Missão: Impossível - Acerto de Contas Parte 1 é absolutamente imperdível, tem orçamento divulgado de US$ 291 milhões, isso faz dele uma das mais caras produções do cinema e o mais caro da franquia, não é para toda a família, sua classificação indicativa de 14 anos é por causa da violência apresentada, mas tem que ser visto, revisto e admirado, por causa de toda a ousadia e de Tom Cruise, que a academia insiste em não reconhecer o talento.

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