Uma divertida versão do conde mais famoso do mundo traz de volta um talento esquecido
Texto: Eduardo Abbas
Fotos: Universal Pictures
Certamente os produtores não tinham duvidas de que ele iria tomar conta do filme. Considerado o melhor ator de sua geração, Nicolas Kim Coppola ganhou um Oscar® com uma atuação fantástica, mas o sucesso não durou muito tempo. Veio a derrocada, gastou rios de dinheiro com luxo e lixo, casou e descasou várias vezes, aceitou papéis ruins em filmes péssimos e quase chegou ao fundo do poço, agora ele está retomando a carreira, de forma brilhante.
Ele não é a estrela do filme, mas roubou completamente a cena e conseguiu representar o personagem com um enorme diferencial, por isso Renfield - Dando Sangue pelo Chefe (Skybound Entertainment, Universal Pictures) que estréia hoje nos cinemas, é um exemplo de como um ator de talento melhora uma produção.
O ótimo script foi escrito pelo jovem roteirista Ryan Ridley é cheio de sacadas irônicas, momentos de tensão e ótimos diálogos dos personagens. A estória foi baseada na ideia original de Robert Kirkman, muito conhecido nas séries para televisão, nela fica claro que o mal não atravessa a eternidade sem uma pequena ajuda.
O leal servo Renfield (Nicholas Hoult) é o sofrido ajudante do chefe mais narcisista da história, o conde Drácula (Nicolas Cage). Ele é forçado a fazer de tudo, não importa o grau da degradação humana, mas agora, depois de séculos de servidão, Renfield está pronto para a vida lá fora e quer dar um fim à sua dependência do Príncipe das Trevas.
Com um humor leve e situações tragicômicas bem elaboradas, o produtor e diretor Chris McKay comanda um elenco que tem Awkwafina (Rebecca), Ben Schwartz (Tedward Lobo), Shohreh Aghdashloo (Bellafrancesca Lobo), Brandon Scott Jones (Mark), Adrian Martinez (Chris), entre outros. Eles são muito talentosos, tem uma veia cômica aguçada e caíram perfeitamente em seus papéis.
Os efeitos criados pela Industrial Light & Magic são impressionantes e muito bem realizados, o uso da computação gráfica com os vários elementos de contra-regra e maquiagem deixam a atmosfera muito verossímil, isso engrandece a fotografia de Mitchell Amundsen e valoriza a edição feita pelo trio Ryan Folsey, Giancarlo Ganziano e Mako Kamitsuna, eles colocam o filme em um embalo calmo durante as falas e frenético durante as lutas, tudo isso ao som da trilha sonora competentíssima do maestro Marco Beltrami.
Renfield - Dando Sangue pelo Chefe não é um filme barato, seu orçamento divulgado foi de US$ 65 milhões, são 93 minutos que só podem ser apreciados por maiores de 18 anos. O longa é quase uma lição, sempre será possível recomeçar por mais que você faça loucuras na vida, como fez Nicolas Cage.
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