É um ótimo terror com vários ingredientes macabros que o gênero usa desde sempre
Texto: Eduardo Abbas
Fotos: Warner Bros. Pictures
Nem todo mundo gosta, poucos se sentem à vontade na sala escura do cinema, mas é fato que esse tipo de filme agrada quem aprecia o lado sombrio da vida e que toma partido na eterna luta do bem contra o mal, ele é o combustível que faz voar a imaginação de novatos na carreira e apresenta novos talentos, agora, com o uso de novos efeitos visuais, é impossível ficar alheio ao que se vê.
É muito legal saber que esse gênero continua fazendo sucesso com a mesma fórmula, são elencos pequenos, na sua maioria composta por atores pouco conhecidos, orçamento baixo, muitos gritos, sangue e a transformação de inocentes apetrechos caseiros em armas mortais. Já está em cartaz nos cinemas brasileiros A Morte do Demônio: A Ascensão (New Line Cinema, Renaissance Pictures, Pacific Renaissance, Wild Atlantic Pictures, Warner Bros. Pictures), que pegou na prateleira dos realizadores de filmes de terror todos os ingredientes que se usa para fazer um filme assustador.
O longa é escrito e dirigido por Lee Cronin, ele retoma a franquia “Uma Noite Alucinante” com esse lançamento, conta a perturbadora história de duas irmãs distantes, Ellie (Alyssa Sutherland) e Beth (Lily Sullivan) que vivem um relacionamento distante, o reencontro é interrompido por demônios levando-as a uma batalha pela sobrevivência.
É de forma muito direta que se conta a estória, não tem rodeios, as ações e reações são rápidas chocantes e muitas vezes causam aflição em que assiste. O elenco principal tem Morgan Davies (Danny), Gabrielle Echols (Bridget) e Nell Fisher (Kassie) que formam a família que sofre nas mãos da entidade, são atores jovens e talentosos que convencem em suas atuações, mas, e sempre existe um mas, o filme tem uma mancada enorme em um momento de tensão, não foi culpa dos atores, certamente nem o diretor se deu conta...
Como todo bom filme de terror, os efeitos especiais e visuais dão o tom na qualidade da produção. Foi entregue para a Cause and FX, uma empresa jovem da Nova Zelândia, a missão de assustar e ensanguentar os espectadores. Com coreografias muito interessantes nas lutas e os detalhes reforçados em computador, os efeitos atingem um patamar de realismo muito alto.
Mas é o trabalho que Taylor Docherty (maquiagem e próteses de efeitos especiais), Lara Hawker (efeitos especiais de maquiagem), Adam Johansen (designer de criaturas) e Lucas Polti (designer de maquiagem protética) que permitiram a transformação visual de cada possuído, com isso, a captação feita por Dave Garbett é perfeita em ambientes escuros e a ótima montagem de Bryan Shaw ganha ritmo e dinamismo na medida certa, ele usa detalhes sem exagero.
Se você gosta do gênero, são 97 minutos que custaram US$ 15 milhões, A Morte do Demônio: A Ascensão só pode ser visto por maiores de 18 anos, é uma obra para ser apreciada, é um tipo de produção que gera mais emprego para quem fica atrás do que na frente da câmera, é um terror dos novos tempos com ingredientes dos primórdios do cinema, é uma receita que nunca vai sair de moda pelo resultado que colhe, ainda bem que é assim!
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