O longa tem elenco de respeito e fantasia de sobra

Texto: Eduardo Abbas
Fotos: Paramount Pictures

De tempos em tempos se fala sobre a origem da indústria cinematográfica Norte Americana, na maioria das vezes em que foi retratada, mostrava a inocência de seus pioneiros que, na virada do século XIX para o XX, procuravam entender como funcionava essa louca maquina que se apresentava no terreno da cultura e entretenimento, a sétima arte nasceu na França e amadureceu na América.

Estreia nos cinemas brasileiros uma nova leitura desses primórdios, não tanto na virada do século, mas já avançando em direção ao que conhecemos como cinema, Babilônia (C2 Motion Picture Group, Marc Platt Productions, Wild Chickens Productions, Organism Pictures, Paramount Pictures) é uma obra escrita e dirigida por Damien Chazelle, o mais musical dos realizadores atuais.

Como o diretor gosta muito de música e plano-sequência com muita coisa acontecendo na frente e atrás da ação principal, se prepare para alguns deles durante as quase intermináveis 3 horas e 9 minutos que ele leva para contar a estória. No longa ambientado em Los Angeles, a narrativa é de ambição e excessos desmedidos durante uma era de decadência desenfreada e depravação da jovem Hollywood, o resto você confere no cinema.

Tudo nesse filme é superlativo, inclusive o elenco que é encabeçado por Brad Pitt, Margot Robbie, Diego Calva e Jean Smart, eles formam o eixo central da trama que ainda conta com os nomes de Jovan Adepo, Li Jun Li, Lukas Haas, P.J. Byrne, Olivia Hamilton, Max Minghella, Rory Scovel, Katherine Waterston, Tobey Maguire, Olivia Wilde, para citar alguns, com rápidas participações pontuadas às vezes com humor outras com horror.

A direção de Chazelle tem característica de usar poucos elementos de pós-produção, por isso a captação, que foi feita em película, teve muitos complicadores para a fotografia. As enormes variações de luz e pontos de cores diversas, foi um desafio para o sueco Linus Sandgren que, mesmo com toda a dificuldade desse tipo de realização, conseguiu equalizar em tons quentes todo o tempo.

Fiquei um pouco incomodado com a montagem de Tom Cross que fugiu da característica de narrativa que ele usou em outras produções, o dedo deveria estalar antes em alguns takes (N.R. esse é um jargão usado por editores) dando mais ritmo, mas pode ter sido uma orientação do diretor, é aquele respiro a mais, mas que acaba quase passando despercebido graças à trilha marcante de Justin Hurwitz, que levou o Globo de Ouro® e é sério candidato a outros prêmios.

Lembra que eu disse que nesse filme tudo é superlativo? Com o orçamento não foi diferente, os produtores divulgaram algo em torno de US$80 milhões, o longa já está na luta para desde dezembro nos EUA e começa sua corrida pelas bilheterias no resto do mundo, é um filme para ser apreciado somente por maiores de 18 anos por causa de drogas, violência e conteúdo sexual, e que em nada lembra aquele romantismo do tempo das comédias mudas, mas claro, isso pelos olhos de Damien Chazelle.

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