Na coletiva de imprensa organizada pela patrocinadora Estrella Galicia, os dois jovens pilotos da mais tradicional equipe de Fórmula 1 falaram do presente e futuro na categoria
Texto: Eduardo Abbas
Fotos: Estrella Galicia (Edna Marcelino)
Vou começar explicando que, nos dias de hoje, não existe contrassenso uma fabricante de bebida alcoólica ser patrocinadora de esporte a motor, principalmente se o seu produto não tiver álcool, que é o caso da cerveja Estrella Galicia 0,0, desenvolvida através de um processo de fermentação interrompida que já se tornou referência no Motorsport.
Eu fui gentilmente convidado a participar dessa coletiva que antecede o agora GP São Paulo, antigo GP Brasil, com os dois pilotos da Ferrari, Charles Leclerc e Carlos Sainz, uma dupla de Carlos ou Charles, como quiser. A equipe começou o ano dando pinta que iria revelar um novo campeão e também sair da incomoda fila de falta de títulos de construtores, o último foi em 2008 para ambos.
Não foi bem assim, depois das primeiras etapas liderando a classificação, a equipe entrou em parafuso, tomou virada nos dois campeonatos e não se recuperou mais. Isso não tira o ânimo nem a esperança, segundo eles, o pensamento desde algumas etapas já está apontado para 2023, consertando os erros e melhorando os acertos. Independentemente do que fizerem na pista no domingo, a corrida brasileira e a última em Abu Dhabi serão só para cumprir tabela, tentar garantir o vice campeonato de equipe e piloto e entrar de férias, por isso eles estavam mais relaxados que o normal e puderam responder a algumas perguntas dos jornalistas.
Perguntei ao monegasco Leclerc, "para você, qual é o maior desafio na Fórmula 1, a concentração em cada prova ou o nível de competitividade dos seus adversários?". Segundo ele "a concentração em cada corrida é de 100%, estar sempre focado durante todo o fim de semana, e tem que ser assim, o nível dos oponentes é muito alto, não podemos errar em nenhum momento, acontece, mas não podemos, e repito, o grande ponto é manter concentração máxima em todos os momentos".
Já o espanhol Sainz tem aquela coisa mais latina, muito ligada a família desde sempre, aproveitando esse gancho perguntei a ele: "seu pai, um grande campeão de Rally, te ajuda em alguns momentos ou você está descobrindo sozinho o caminho para ter sucesso na categoria?". Ele me disse que "a relação com meu pai é muito boa, ele me ajudou muito, devido a sua experiencia no Rally, a controlar a concentração e superar certos limites em determinados momentos. Mas o mundo da Fórmula 1 é totalmente diferente, os desafios da categoria eu enfrento sozinho e tento resolver da melhor maneira possível, é uma constante descoberta, uma incessante evolução e isso eu preciso fazer sem ajuda da família".
Para os dois jovens pilotos, que ainda precisam superar o desafio de Interlagos para garantir a segunda posição no campeonato de pilotos e construtores, a cabeça já está em 2023, ano que eles esperam finalmente tirar a equipe da fila, não basta ser sempre favorita, tem que ganhar!
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