O Ă³timo suspense feito Ă moda antiga tem resultado muito eficiente
Texto: Eduardo Abbas
Fotos: Paramount Pictures
Escolher um nome para uma obra, seja qual for, Ă© um trabalho quase insano e que quase sempre leva horas e conjecturas enormes, Ă s vezes nĂ£o, jĂ¡ sai do forno pronto, mas a grande sacada da maioria Ă© o duplo sentido que funcione de modo eficaz. Esse Ă© certamente o caso deste tĂtulo, nĂ£o existe nada mais singelo e sincero que mostrar os bem cuidados ossos externos, principalmente em momentos de afliĂ§Ă£o.
Estreia hoje nos cinemas brasileiros um longa que vai te deixar colado na cadeira durante os 115 minutos da exibiĂ§Ă£o, Sorria (Temple Hill Entertainment, Paramount Players, Paramount Pictures) Ă© uma dessas joias que devem ser apreciadas em lugar e hora adequados, Ă© um terror psicolĂ³gico da melhor qualidade.
O filme Ă© escrito e dirigido pelo estreante Parker Finn, o norte-americano baseou a criaĂ§Ă£o em um curta de sua autoria. No filme, ele engloba elementos nĂ£o tĂ£o usados atualmente em realizações cinematogrĂ¡ficas mais caras, essa teve o “modesto” orçamento de US$ 17 milhões, grande parte certamente foi usada em recursos tĂ©cnicos.
No longa, a Dra. Rose Cotter (Sosie Bacon) começa a viver experiĂªncias aterrorizantes depois de testemunhar um incidente bizarro e traumĂ¡tico, ela vĂª a vida ser tomada por situações de horror. Pronto, chega, o resto vocĂª confere no cinema. O elenco Ă© formado por atores mais conhecidos por trabalhos em sĂ©ries e menos em tela grande, mesmo assim, a qualidade de direĂ§Ă£o e a entrega de cada um tornam muito convincentes os papeis vividos.
A fotografia de Charlie Sarroff usa e abusa de drones para passagem de tempo e opta pela captaĂ§Ă£o das Ă³timas Arri Alexa 65 com lentes Hasselblad Prime DNA, com isso ele mostra a versatilidade que esse tipo de equipamento digital traz em produções com menos recursos, as imagens sĂ£o claras e reveladoras, tudo Ă© mostrado sem medo. Em conjunto, coube ao editor Elliot Greenberg dar a dinĂ¢mica desejada, a montagem rĂ¡pida e o uso de poucos elementos de efeitos visuais em momentos chave da trama, surpreendem pela qualidade da narrativa e sĂ£o pontuados pela trilha sonora incrĂvel do chileno Cristobal Tapia de Veer.
Sorria nĂ£o Ă© para toda a famĂlia, a classificaĂ§Ă£o indicativa de 16 anos nĂ£o Ă© exagerada, acredite, mas tambĂ©m nĂ£o Ă© indicado para quem nĂ£o gosta do gĂªnero, atĂ© porque vocĂª volta pra casa pensando em tudo que aconteceu na tela, mesmo assim deve ser conferido e guardado na memĂ³ria, Ă© um Ă³timo cartĂ£o de visita que o diretor novato apresenta.
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