A refilmagem traz novas técnicas, elenco menos estrelado, menos machista e politicamente mais correto, é uma nova abordagem

Texto: Eduardo Abbas
Fotos: Universal Pictures

Stephen King é o autor vivo com mais obras literárias adaptadas para outros formatos, principalmente o cinema e a televisão, onde mais de 70 filmes e séries inspirados em seus livros ganharam vida. No mundo da sétima arte, por diversas vezes acontecem os remakes, King é disparado um candidato a ter suas obras revisadas, ou atualizadas, ou mesmo modernizadas, ou em alguns casos, adaptadas aos novos tempos que vivemos.

Isso fica muito claro no filme que estreia hoje nos cinemas brasileiros, Chamas da Vingança (Blumhouse Productions, Weed Road Pictures, BoulderLight Pictures, Angry Adam Productions, Universal Pictures) é uma nova roupagem escrita por Scott Teems se baseando no conto de King, é um roteiro mais moderno e com inclusões, muito diferente da versão de 1984, quando atores mais consagrados faziam parte de uma trama masculinizada e deixavam a personagem principal quase em segundo plano.

A estória é basicamente a mesma, Charlie (Ryan Kiera Armstrong) é uma garota com poderes pirocinéticos extraordinários que luta para proteger os pais Andy (Zac Efron), Vicky (Sydney Lemmon) e a si mesma de forças sinistras que buscam capturá-la e controlá-la. Desta vez existe um maior equilíbrio entre homens e mulheres na condução do enredo, é menos “macho” e não é “feminista”, tanto que o destaque é a ótima atuação de Ryan, que dá um banho de interpretação.

A direção de Keith Thomas é correta e sem grandes inovações, assim como a fotografia de Karim Hussain, tem todos os elementos que os filmes de suspense usam em suas captações, é rica no bom uso da contraluz e isso também deixa em um patamar mais elementar a edição de Timothy Alverson, que é mais burocrática, limpa e sem firulas desnecessárias.

O longa tem ótimo elenco de apoio que conta com Michael Greyeyes, Kurtwood Smith, John Beasley e Gloria Reuben, muito convincentes e aplicados em seus personagens. O que realmente marca é a trilha sonora composta por John Carpenter, ela ajuda a disfarçar os efeitos visuais mais modestos feitos pela canadense Spin VFX, que são especializados em séries de TV, onde se usa inserção rápida com uso de pouca computação gráfica.

Vale a pena conferir de Chamas da Vingança, tem 94 minutos, custou US$ 12 milhões, Classificação Indicativa de 18 anos, que eu acho um exagero e é uma ótima oportunidade de assistir uma versão mais moderna de uma adaptação dos anos 80 com a cara ideal para os dias de hoje.

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