O herói que não tem poderes especiais, ganha uma releitura com menos tecnologia e mais sofrência

Texto: Eduardo Abbas
Fotos: Warner Bros. Pictures

Ele está de volta, depois de se aventurar com outros heróis da DC, o Homem-Morcego retoma a cruzada para proteger Gotham City, a cidade que é o microcosmo da América do Norte, dos inimigos de sotaques estranhos, mas com objetivos muito parecidos. Todo meu cuidado será pouco para não dar muitos spoilers, quero que você tenha a mesma sensação que eu nas 2 horas e 56 minutos do filme.

É uma nova leitura do herói para o cinema, a realização ganha contornos dos filmes Noir, pouca coisa acontece durante o dia e os sempre esquecidos policiais ganham um peso maior no roteiro, o entendimento de que a treva é sua aliada mostra um lado mais sombrio do cavaleiro da noite.

Estreia hoje nos cinemas brasileiros Batman (6th & Idaho Productions, Dylan Clark Productions, DC Entertainment, Warner Bros. Pictures) com roteiro, produção e direção de Matt Reeves e liderando o ótimo elenco está o sempre espetacular Robert Pattinson no papel do vigilante e de seu alter ego Bruce Wayne. O longa ainda conta com Zoë Kravitz, Paul Dano, Jeffrey Wright, John Turturro, Peter Sarsgaard, Jayme Lawson, Andy Serkis e Colin Farrell, cujos personagens não vou citar, descubra quando assistir.

Nessa nova aventura, um assassino ataca a elite de Gotham com uma série de mortes sádicas, deixa um rastro de pistas que leva Batman a investigar o submundo. À medida que surgem evidências e as ações do criminoso apontam para uma direção mais clara, ele precisa desmascarar o culpado e trazer justiça para a cidade atormentada. Chega de spoiler, o resto você confere no cinema.

A realização é cuidadosas e cheia de detalhes, algumas preocupações não existiram nos longas anteriores. Para começar, Reeves escreveu o roteiro pensando em Pattinson como o herói sem antes dele aceitar fazer o filme, esta é a primeira versão do Batman a mostrar maquiagem dos olhos negros sob o capuz e o sempre esperado Batmóvel é agora um muscle car. A pintura na tela tem tons exagerados de cores em contraste com a escuridão dos takes, a fotografia do australiano Greig Fraser tem a temática muitas vezes subjetiva, este é o primeiro filme solo do Batman filmado em digital.

A trilha sonora, muito marcante nas outras versões, ganha ares de discrição, Michael Giacchino é o maestro do momento e suas composições ajudam a edição mais lenta e explicativa que William Hoy e Tyler Nelson fazem, agitação só nas lutas e perseguições, criadas com muita competência pela Industrial Light & Magic, que também assina os efeitos especiais.

Batman é obrigatório e necessário, é uma obra cinematográfica de US$ 150 milhões que estava esperando o momento certo de estrear nos cinemas do mundo, é uma nova leitura do clássico dos quadrinhos que fez muito sucesso na televisão, é a melhor parte do atual cinema de aventura e ação, só não dá pra levar a família toda, se alguém tiver menos de 14 anos vai ficar de fora, e sim, deve ser contemplada como toda obra e personagem que o Robert Pattinson aceita viver.

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