Quem gosta do gĂªnero, vai se deliciar com a nova forma
de fazer filmes de terror
Texto: Eduardo
Abbas
Fotos: Warner Bros. Pictures
Quando se falava em assistir filmes com o tema terror, a gente jĂ¡ se preparava para amassar os braços das poltronas do cinema, tamanha era a tensĂ£o que a tela transmitia para nossos olhos, invadia nosso cĂ©rebro e acabava fortalecendo nossos mĂºsculos dos braços e das mĂ£os, molhava nossas camisas de suor e tirava o sono, principalmente se a sessĂ£o fosse aquela que antecedia o fechamento do cinema.
Tinha tambĂ©m o lado conquistador, algumas pessoas aproveitavam para levar ao cinema a pessoa que se estava interessado, para quem sabe, entre um susto e outro, aproveitar e dar um “chega mais” protetor e talvez roubar um beijo. Acho que hoje se pode atĂ© tentar, mas hĂ¡ que se entender que a coisa mudou, os sustos nĂ£o provocam tantos pulos nas cadeiras e nem fazem com que vocĂª procure logo depois da sessĂ£o uma farmĂ¡cia para comprar um Dorflex, isso Ă© o que vi nessa nova visĂ£o do terror criada pelo malaio James Wan.
Estreia hoje nos cinemas brasileiros Maligno (New Line Cinema, Starlight Media Inc., My Entertainment Inc., An Atomic Monster, Warner Bros. Pictures), uma estĂ³ria original criada por ele (que tambĂ©m produz e dirige) e escrito pela Ă³tima roteirista Akela Cooper que faz muito sucesso nas series de TV e começa a mostrar talento tambĂ©m no cinema.
Esse filme marca a volta do diretor Ă s suas raĂzes, no longa, Madison (Annabelle Wallis) estĂ¡ paralisada por visões chocantes de assassinatos horrĂveis, e seu tormento piora quando ela descobre que esses verdadeiros pesadelos, sonhados Ă luz do dia, se tornam, de fato, realidades aterrorizantes. As atuações do Ă³timo elenco que tem Maddie Hasson (Sydney Lake), George Young (Kekoa Shaw), Michole Briana White (Regina Moss), Jacqueline McKenzie (Dr. Florence Weaver), Jake Abel (Derek Mitchell), e Ingrid Bisu (CST Winnie), sĂ£o muito convincentes e cada qual vive seu personagem com certa leveza, as falas mesclam Ă³timos momentos de tensĂ£o e suspense com pontuações de humor refinado, sim, nĂ£o Ă© aquela coisa engraçada forçada, Ă© suave e quebra um pouco a tensĂ£o.
A fotografia de Don Burgess Ă© moderna e usa com muita competĂªncia a contraluz, esconde o que deve ser escondido sem precisar queimar a retina do espectador. O filme tem muitos efeitos visuais criados pela Industrial Light & Magic, tanto eles quanto as cenas teatrais sĂ£o montadas de forma rĂ¡pida e ritmada, nĂ£o Ă© uma ediĂ§Ă£o alucinante, essa caracterĂstica do editor Kirk Morri esta sempre presente nas parcerias com o diretor.
Se vocĂª tem mais de 16 anos corra para assistir aos 111 minutos de exibiĂ§Ă£o de Maligno antes dos moradores dos EUA, nĂ£o Ă© sĂ³ para fĂ£s desse tipo de filme, Ă© tambĂ©m para quem curte cinema bem feito, com isso dĂ¡ para entender como deve ser a nova forma de se fazer thriller de terror sem espalhar sangue cenogrĂ¡fico pela lente da cĂ¢mera, James Wan volta no tempo e inova para começar a criar uma nova tendĂªncia, aproveite!
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