A nova animação da DreamWorks é uma continuação que demorou quase 20 anos para chegar e valeu a pena

Texto: Eduardo Abbas
Fotos: Universal Pictures

Ah os animais, esse seres tão especiais que habitam o mesmo planeta que o nosso merecem, além do devido respeito, a nossa eterna admiração. Tentar humanizar qualquer tipo de espécie é uma afronta ao que eles representam, eu gosto deles assim, selvagens e puros como foram criados, mas nem tudo é como a gente quer ou pensa.

Talvez por isso seja tão difícil para algumas pessoas se colocar no lugar desses personagens animados em forma de animais que conhecemos e dar vida do jeito que eles realmente são. Essa é a enorme diferença entre Spirit: O Corcel Indomável, filme de 2002 e que tinha mais um viés de explicação das origens do soberbo eqüino, para o filme que estreou esta semana no Brasil, em Spirit: O Indomável (DreamWorks Animation, Walden Media, Universal Pictures) a roteirista Aury Wallington consegue, de forma absolutamente genial, dar vida e criar diálogos e sem precisar colocar voz humana nos animais.

Esse é o grande segredo, se trata de uma aventura sobre uma garota obstinada que anseia por um lugar ao qual pertença e que descobre uma alma gêmea quando sua vida se cruza com um cavalo selvagem. É um filme criado e realizado por mulheres com destaque para suas personagens mulheres, isso tem muito da mão competente de Elaine Bogan, muito conhecida das séries de TV, que garantiu uma direção firme e uma condução direta ao ponto. A estória toca em um tema muito sensível para todos os humanos, a morte da mãe de Lucky Prescott, esse é o ponto triste e que é a base da falta de objetivo da personagem. Depois de muitas confusões e em uma viagem ao passado, Lucky conhece um Mustang selvagem que compartilha sua tendência independente, ela lhe dá o nome de Spirit e dessa parceria acontecem aventuras e dramas que precisam ser conferidos na tela do cinema.

O traço não é tão delineado e cheio de avanços tecnológicos que algumas produções atuais carregam como se fosse o estandarte do novo mundo, a simplicidade faz com que adultos e crianças se preocupem mais em mergulhar no enredo e no universo de seus personagens do que ficar apenas exaltando a grande qualidade técnica do longa, mesmo assim ele teve um custo bastante elevado, são US$ 80 milhões colocados em 88 minutos de animação.

Com indicação de Livre para todos os públicos, Spirit: O Indomável é uma daquelas obras que vão fazer com que pais e filhos se aproximem mais para se entenderem melhor e procurar a segurança de estar sempre um ao lado do outro, afinal de contas, o que realmente vale nos dias de hoje é o amor e a união as nossas famílias depositam em seus componentes. Vá ao cinema com segurança e aproveite, se os produtores forem tão lentos em tentar fazer outra continuação como foram desta vez, talvez você acabe levando seu neto na próxima aventura.

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