No ano da comemoração icônica, as soluções e novidades apontam para o futuro ainda mais na vanguarda

Texto: Eduardo Abbas
Fotos: Claudio Larangeira

Quando fundou a empresa em 3 de fevereiro de 1919 na cidade de Columbus, estado de Indiana, nos Estados Unidos, ele certamente queria que fosse uma das mais importantes no ramo, isso não dá para duvidar, é uma pena que Clessie Lyle Cummins, engenheiro, inventor e visionário não estar mais entre nós para comemorar o que a Cummins Inc. se tornou no mundo nos últimos 100 anos.


São poucas empresas no mundo que conseguem chegar aos três dígitos de idade, menos ainda são aquelas que têm presença em praticamente todo o planeta, não apenas com um tipo de atividade, mas com vários segmentos que completam seu objetivo, no caso da Cummins, a mobilidade e suas diversas matrizes energéticas.


Eu fui gentilmente convidado para participar dessa confraternização onde a empresa revelou novidades, algumas já estão disponíveis no Brasil e outras teremos contato brevemente. Desde que chegou por aqui em 1971 e inaugurou sua primeira fábrica em 1974, a Cummins só cresceu em tamanho e importância, ela é um dos 12 centros de desenvolvimento no mundo e investiu entre 2015 e 2019 mais de R$ 350 milhões. Só para se ter uma idéia da importância da empresa, de cada 3 caminhões que rodam no Brasil, um tem motor Cummins.


Perguntei ao Luis Pasquotto, presidente da Cummins Brasil e vice-presidente da Cummins Inc., “como a empresa está se preparando para a indústria 4.0”? Segundo ele, “já temos muitas coisas da indústria 4.0 na fábrica, fizemos vários investimentos em robôs e pessoal, já usamos há algum tempo o código de barras para controlar peças e motores, vamos investir ainda mais na modernização da unidade, ela já teve muitas atualizações em equipamentos e formas de trabalho, vamos nos aproximar firmemente na implantação dessas novas diretrizes que a indústria 4.0 exige”.


As novidades apresentadas são o que existe de mais moderno no mundo da mobilidade, isso só é possível com quem é líder mundial em Powertrain.




Novo motor X13 & Cummins U Module
A linha Heavy Duty (9 a 15 litros) ganha mais um aliado, o lançamento do motor X13 que é baseado no Cummins X12, a nova motorização traz potência e torque mais elevados - de 480 cv a 560 cv e torque de 2.400 a 2.600 Nm contra 380 cv a 490 cv e 2.000 a 2.300 Nm.


O novo sistema Cummins U Module chega para completar a gama de sistemas de pós-tratamento da companhia, é um novo layout baseado no Euro VI Single Module para motores acima de 8.9 litros, resultou no baixo peso e num produto compacto.




Gás: opção limpa e eficiente
Líder global no fornecimento de motores a gás natural, a Cummins consolida sua presença no mercado brasileiro com a motorização ISL G a gás, é uma linha completa de produtos desenvolvida e projetada para operar no país com esta fonte de energia. São sete plataformas diferentes de motores para ônibus e caminhões que variam entre 5,9 e 12 litros e potências entre 195 e 400 cavalos, o motor Cummins ISL G tem 250 hp de potência e torque de 990 Nm a 2.200 rpm e foi projetado para operar com gás natural e biogás.


Sem esquecer o cliente, a Cummins apresenta também tecnologias de ponta com foco na redução de consumo de combustível, CO2 e custo de operação das frotas.


O Cummins Connected Diagnostics™ é um sistema de monitoramento remoto avançado desenvolvido pela companhia que, por meio da telemática, conecta o motor para diagnóstico imediato com o fornecimento em tempo real de informações valiosas como de alertas de falhas, além de intervenções preventivas.


Desenvolvido para operar com sistemas de telemetria existentes nas frotas, o Cummins Connected Diagnostics™ atende à ampla gama de motores eletrônicos Cummins em aplicações rodoviárias, já está disponível e pronto para entrar em operação no Brasil, a ferramenta transmite em tempo real os principais dados do sistema do motor e do GPS.


O Adept™ é um conjunto de recursos eletrônicos avançados que adapta, de modo dinâmico, às condições momentâneas de funcionamento para operação eficiente do veiculo. O sistema vai instalado no motor e verifica automaticamente as condições de aceleração, monitorando em tempo real a performance da máquina, libera todo o potencial da automação de powertrain e melhora a eficiência de combustível em até 6%.


A Tomada de Força já está disponível para o segmento de caminhões médios e pesados, o Cummins Repto 600 Nm é um eixo que vai sobre o motor, é utilizado em betoneiras ou caminhões de lixo. O equipamento traz carcaça do volante capaz de comportar uma engrenagem independente e permitir com que o torque de 600 Nm seja atingido na ponta da tomada, oferecendo ao usuário capacidade de acoplar sistemas maiores, elevando a vida útil do sistema do veículo.


A Cummins aposta no repotenciamento de veículos para o segmento, o Cummins Repower que consiste na retirada do motor original do veículo para colocar um motor Cummins, é mais uma solução para gerar valor ao negócio dos clientes. Estão disponíveis para Repower desde motores mecânicos (3.9 e 5.9 litros) a eletrônicos (entre 2.8 e 6.7 litros), essa solução já é encontrada em pás-carregadeiras, veículos comerciais e outras aplicações aqui no Brasil através de distribuidores próprios e independentes, os benefícios são o baixo custo de manutenção e de combustível, assistência técnica especializada em todo o território nacional, garantia de 12 meses e possibilidade de financiamento via cartão BNDES.


Para o futuro, a Cummins já trabalha com todas as tecnologias existentes investindo muito forte em pesquisa e desenvolvimento. Os motores híbridos, os 100% elétricos, os de célula de combustível (hidrogênio) já fazem parte do lineup junto com os movidos a Diesel, Gás, Gasolina e Etanol, criando soluções completas e alinhadas com as novidades em startups que são criadas ou incorporadas ao guarda-chuva da companhia.


Deixei para o final a pergunta de resposta mais difícil para o Pasquotto: “com a Ford encerrando suas atividades com caminhões, como ficou a Cummins? Segundo ele, “para nós foi uma grande surpresa, não esperávamos até porque em uma situação como essa as empresas avisam as outras com antecedência, não foi o que aconteceu”.



“Tivemos que nos reestruturar, absorver o impacto da saída da Ford e procurar soluções. Felizmente alguns outros clientes nos ajudaram, outras montadoras que usam sistemas que fabricamos em seus motores aumentaram seus pedidos, tivemos também aumento na venda de geradores, aumentamos nossa exportação de componentes para nossa matriz, enfim, ficamos com uma diferença de 10% até agora, mas acredito que até o fim do ano dá para diminuir ainda mais”.


O importante é, mesmo com essa dificuldade que começa a ser tratada como passageira, nada pode esfriar a festa centenária da empresa que está em mais de 190 países, emprega 64 mil funcionários em todo o planeta, fabricou em 2018 mais de 1,5 milhões de motores, faturou US$ 27,3 bilhões, investiu US$ 890 milhões em pesquisa e desenvolvimento e tem um portfólio completo de soluções e inovações, não só está pronta para mais 100 anos de sucesso como para dar o tom do futuro, com qualquer combustível!