O fechamento do semestre não chega com números favoráveis, o resto do ano promete emoções fortes na economia e na indústria
Texto e fotos: Abimaq / Eduardo Abbas
Sabe aquela sensação de que empurrar o carro ladeira acima esperando encontrar um posto de gasolina para poder abastecer o tanque seco e seguir viagem? Pois é, parece que o Brasil já está ficando cansado de empurrar e começa a dar péssimos sinais, aquele de que é melhor parar e esperar por socorro.
Aí as coisas começam a ficar estranhas, o emprego caiu pela primeira vez no ano e não dá sinais que vai melhorar tão cedo. Perguntei se isso assustava, na verdade apavora, o número só faz crescer, o estado brasileiro não oferece nada para os desempregados nem soluções imediatas para minimizar esse problema, não existem investimentos programados de curtíssimo prazo no país, as obras de infraestrutura, que poderiam ajudar a tirar muita gente da fila do desemprego, estão paradas ou nem existem, realmente o estrago de políticas equivocadas dos últimos anos pesam demais nas costas dos atuais governantes.
Por outro lado, uma pequena luz no fim distante do túnel começa a ficar um pouco mais forte, os EUA começam a comprar mais do Brasil, é um pequeno alívio para as exportações que, no curto prazo, não alimenta muitas esperanças na recuperação dos vizinhos do sul. Vamos aguardar e torcer para que a segunda metade do ano traga algo mais que a primavera e o verão.
Aí as coisas começam a ficar estranhas, o emprego caiu pela primeira vez no ano e não dá sinais que vai melhorar tão cedo. Perguntei se isso assustava, na verdade apavora, o número só faz crescer, o estado brasileiro não oferece nada para os desempregados nem soluções imediatas para minimizar esse problema, não existem investimentos programados de curtíssimo prazo no país, as obras de infraestrutura, que poderiam ajudar a tirar muita gente da fila do desemprego, estão paradas ou nem existem, realmente o estrago de políticas equivocadas dos últimos anos pesam demais nas costas dos atuais governantes.
Por outro lado, uma pequena luz no fim distante do túnel começa a ficar um pouco mais forte, os EUA começam a comprar mais do Brasil, é um pequeno alívio para as exportações que, no curto prazo, não alimenta muitas esperanças na recuperação dos vizinhos do sul. Vamos aguardar e torcer para que a segunda metade do ano traga algo mais que a primavera e o verão.
Acompanhe o resumo do mês e os indicadores individualmente
Receita Líquida Total - R$ Bilhões constantes
A indústria brasileira de máquinas e equipamentos registrou retração nas suas atividades durante o mês de junho de 2019. Em relação ao mês anterior (maio/19) a queda nas vendas foi de 6,1% e em relação ao mesmo período do ano anterior (junho/18), foi ainda maior, 12,1%.
Estes resultados eliminaram boa parte da taxa de crescimento acumulada no ano pelo setor. No ano o crescimento acumulado caiu de 7,5% (até maio) para 3,6%. O desempenho de 2019 continua influenciado pelo mercado doméstico que registrou crescimento de 10,2% no semestre. As vendas para o mercado externo registraram, pelo terceiro mês consecutivo, retração.
Curva de Comportamento - Receita Líquida – Média 2010-13, 2017, 2018 e 2019
A melhora no desempenho econômico nacional no último semestre de 2018 propiciou aumento da confiança do setor produtivo e estimulou o aumento dos investimentos naquele ano. Infelizmente este cenário mudou um pouco, e os dados recentes mostram relativa desaceleração das atividades econômica doméstica.
No mercado internacional há também um cenário de desaceleração. Este cenário é evidenciado pela desaceleração das vendas de máquinas e equipamentos no mercado interno e externo. Ainda que o semestre tenha encerrado com resultados acima dos observados em 2018, período cuja atividade foi influenciada negativamente pela paralisação dos caminhoneiros, esta melhora vem claramente diminuindo.
Exportação - US$ Bilhões FOB
As exportações encolheram novamente no mês de junho de 2019 (-8,0%) quando comparado com o mês imediatamente anterior. Essa é a terceira queda mensal consecutiva neste tipo de análise. Na comparação interanual também houve queda nas exportações, passaram de US$ 880 milhões em jun/18 para US$ 681 milhões em jun/19 (-22,5%).
A acentuada desaceleração do comércio internacional, em razão das tensões entre EUA e China e a crise na Argentina ajudam a explicar a queda das exportações de máquinas observada no primeiro semestre/19.
Exportação por Setores - Setores com sua participação no total
A queda das exportações de máquinas e equipamentos no mês de junho ocorreu na maioria dos setores exportadores.
Mas as maiores quedas ocorreram nos setores fabricantes de:
- Máquinas para Logística e Construção Civil: O setor tem participação de mais de 1/3 das exportações de máquinas e equipamentos e registrou redução nas vendas em junho/19 da ordem de 18%.
- Máquinas para a Indústria de Transformação: O setor apresentou a maior variação percentual negativa no mês (-23,4%).
No ano (1º sem/19) ocorreu crescimento apenas nas exportações de componentes (+4,4%).
Fonte: SECEX; Elaboração: DCEE/ABIMAQ . Mercosul Estados Membros: Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela
Exportação por Destinos - US$ Milhões
Pela primeira vez na série histórica de exportações de máquinas e equipamentos os EUA apareceram como o principal destino - 1/3 das exportações de máquinas no 1º sem/19. O encolhimento das vendas para a América Latina, que no passado superou a marca de 50% no total vendido fora do país, foi em função da menor penetração do setor nos mercados paraguaios e argentinos.Fonte: SECEX; Elaboração: DCEE/ABIMAQ . Mercosul Estados Membros: Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela
Com um cenário econômico recessivo na Argentina – que registrou queda de 10,1% na produção manufatureira nesse primeiro semestre de 2019 - as aquisições de máquinas do Brasil encolheram quase 50%. Outros países, que também reduziram suas compras de máquinas e equipamentos produzidas nacionalmente foram a Holanda (-33%), China (-57%) e França (-28%).
Importação - US$ Bilhões FOB
No mês de junho/19, as importações recuaram em relação ao mês de maio/19 (-2,9%), mas cresceram 20,5% sobre o mesmo mês de 2018. Com isso o desempenho acumulado no ano foi de crescimento de 9,1%.No primeiro semestre de 2019 registrou-se aumento nas aquisições de máquinas e equipamentos importados por diversos setores da economia, mas há que se destacar o aumento de 25% na aquisição de componentes, bens utilizados, na sua maior parte, para reposição, passando a representar 31,5% do total das importações de máquinas do país.
Importação por Setores - Setores com sua participação no total
Na análise setorial observa-se queda nas importações de máquinas, durante o mês de junho, por quase todos os setores monitorados.No ano (1º sem/19), por outro lado, a maioria dos setores registrou aumento nas importações, com destaque para:
- Componentes para Bens de capital (+24,9%), principalmente geradores cuja importação chegou a US$ 391 milhões contra US$ 77 milhões em 2018 e válvulas industriais que cresceu em 48,6% em relação a 2018.
- Agricultura (+17,6%): Importação de colheitadeiras.
- Infraestrutura e indústria de base (+10,9%).
Principais Origens das Importações - Participação no total importado (US$)
As máquinas chinesas, desde o ano de 2017, vêm mantendo sua participação entre as máquinas importadas (19%) e a primeira posição entre as principais origens.Os EUA, após 5 anos consecutivos de perda de participação entre os bens importados, começaram a inverter este cenário, em 2019 aumentou em 0,9 pontos percentuais sua presença, em relação ao ano passado. Já a Alemanha, continua perdendo participação entre as origens. Sua queda foi de quase 3 p.p. em 2019, passando de 15,5% em 2018 para os atuais 12,9%.
Consumo Aparente - R$ Bilhões constantes*
No mês de junho de 2019 o consumo de máquinas e equipamentos diminuiu em relação ao mês imediatamente anterior (-5,0%) influenciado pela redução tanto no consumo de máquinas nacionais (-2,4%) como de importadas (-2,9%).Sobre o mês de junho de 2018 houve crescimento de 8,4% em função, principalmente, do aumento das importações de máquinas, mas também pela melhora de 1,3% na aquisição de bens produzidos no mercado local. No primeiro semestre 2019 o crescimento observado foi 11,6%, um pequeno recuou quando comparado com o resultado acumulado até o mês de maio (12,3%).
NUCI - Nível de Utilização da Capacidade Instalada (%)
Carteira de Pedidos - Em meses para atendimento
No mês de junho a indústria brasileira de máquinas e equipamentos aumentou em 0,5 p.p. o nível de utilização da capacidade instalada que chegou em 76%. Este nível é 0,3 p.p. acima do observado no mesmo mês de 2018.Apesar desta relativa melhora no nível de utilização da capacidade instalada, a carteira de pedidos da indústria de máquinas e equipamentos recuou um pouco, sinalizando que as atividades produtivas deverão manter um ritmo mais fraco nos próximos meses.
Emprego - Em mil pessoas
A partir de 2018, o setor fabricante de máquinas e equipamentos iniciou o processo de ampliação do quadro de pessoal, encerrando o ano com pouco mais de 300 mil postos de trabalho. Um aumento de mais de 10 mil pessoas empregadas só em 2018.Em 2019, até o mês de maio, o setor registrou 5 meses consecutivos de aumento nas suas contratações, porém, em junho houve uma pequena redução (-0,4%), provavelmente como reflexo do desaquecimento das atividades do setor. Ainda assim, atualmente o setor fabricante de máquinas e equipamentos conta com 307.526 pessoas ocupadas um aumento de quase 7.000 postos de trabalho no setor em relação ao ano de 2018.
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